Transcript
Alexia: Oi, oi, pessoal, e bem-vindos a mais um episódio do Carioca Connection. Meu nome é Alexia e eu estou aqui junto com Foster. Oi, Foster.
Foster: Olá, Alexia. Oi, gente. Tudo bem?
Alexia: Tudo, e com você?
Foster: Tudo ótimo.
Alexia: Ou será que eu deveria falar hiya?
Foster: Por que você diria hiya ao invés de tudo bem?
Alexia: Porque nós acabamos de voltar de férias e nós fomos para o interior da Inglaterra.
Foster: De férias?
Alexia: Sim.
Foster: Faz muito tempo que a gente tirou férias.
Alexia: Sim, vocês escutam a gente falando muito que vai para os Estados Unidos visitar a família e tal, mas a gente nunca tira férias lá. A gente só muda de fuso horário e continua tudo igual. Então dessa vez foi realmente férias, sem computador, sem nada. E eu não peguei no meu computador por uma semana.
Foster: Que faz muito tempo.
Alexia: É, e a gente fez, a gente finalmente fez.
Foster: É engraçado, porque eu estava escutando de novo alguns dos antigos episódios do Carioca Connection, tipo das primeiras temporadas, e no começo foi mais ou menos um podcast sobre viagens, que a gente estava viajando muito naquela época. Hoje em dia, temos mais responsabilidades e temos um cão, temos nossos pais. É muito mais difícil tirar férias.
Alexia: Sim. Acho que sim. Também acho que não. Eu acho que... não sei. Eu acho que é muito... Eu acho que a gente vai entrar no assunto do tipo... porque como a gente sempre quer ir visitar a família e estar perto da família nos Estados Unidos, a gente acaba optando por fazer isso ao invés de se organizar para tirar férias. Tem essa parte também.
Foster: Sim, também é uma questão de prioridades.
Alexia: É, exato.
Foster: Mas, falando sério, tipo, quando a gente começou, a gente estava cuidando de cachorros no Chile, no Argentina, na Espanha. Foi uma época diferente.
Alexia: Foi, foi uma época diferente. Mas, eu estou muito feliz em dizer que nós tiramos férias. E, para quem faz parte do Carioca Connection Club e já escutou e já estudou também o Adventures with Alexia, nós fomos visitar o Vitor, que é o meu melhor amigo de infância, e a mulher dele, que é a Luiza. E eles moram no interior da Inglaterra, perto de Oxford, que é na região de...?
Foster: Eu acho que está nos Cotswolds.
Alexia: É isso.
Foster: Sim, bom, a minha primeira pergunta ia ser por que a gente decidiu viajar para a Inglaterra, mas você acabou de explicar. E também, Alexia, não esquece — eu tinha esquecido — que a série Adventures da Alexia, que você pode escutar, que é uma série super legal que a Alexia fez para os nossos membros do CC Club... você lembrou que você também fez um episódio com a Luiza?
Alexia: Eu também fiz um episódio com a Luiza. E ainda tem mais. A Adriana, que também gravou com a gente, me mandou uma mensagem depois de ter visto as nossas fotos no Instagram, falando: "You’re on my neck of the woods".
Foster: Só uma notinha: “You’re in my neck of the woods". Sim. Mas, sim, eu só lembrei disso porque o Vitor, o nosso amigo — mas na verdade é um dos seus melhores amigos da infância, ou do colégio...
Alexia: É, infância.
Foster: Ele é carioca, ele fala muito rápido, ele usa muita gíria. Então, eu escutei o episódio que você fez com ele só para ficar pronto para a viagem. Acho que ajudou um pouco, mas ao mesmo tempo, ele fala muito rápido.
Alexia: E o Vitor inventa as próprias expressões, as próprias gírias, que nem eu entendo às vezes. E a Luiza, ela é do sul. Ela é do Rio Grande do Sul, então o sotaque dela é completamente diferente do do Vitor, e eu acho que é mais fácil para você entender.
Foster: Sim, para mim a Luiza é muito mais fácil de entender porque ela fala mais... eu acho que ela fala mais devagar. Ela usa menos gíria. E também eu adoro o sotaque dela do sul. Então, por exemplo, ela fala "tu" ao invés de "você". Legal.
Alexia: É. É. Bom, o... Então, o motivo por que a gente foi pro Reino Unido foi exatamente isso, de finalmente visitar o Vitor e a Luiza, que era um plano já há mais de dois anos, se não me engano, que a gente tinha de fazer. E... Enfim, e aí...
Foster: E também tinha outro motivo. Porque no final de junho, normalmente na última semana do mês de junho, a gente gosta de escapar do Porto.
Alexia: Sim, porque tem o São João no Porto. Então virou meio que uma tradição a gente escapar do Porto quando a gente pode. Do contrário, eu já avisei para o Foster que eu vou para qualquer hotel dentro de Portugal, fora do Porto, no caso. E é quando o Buddy tem que ir para o hotel, de qualquer forma, por causa dos fogos de artifício, porque é a noite mais longa do ano. E, normalmente, o São João cai no dia do solstício de verão — coisa que não caiu esse ano — mas é considerada a noite mais longa do ano do Porto.
Foster: É. Então, basicamente, nada contra os portugueses, nada contra São João, mas tem muitos fogos de artifício e o Buddy fica com muito medo. Então, é melhor para todo mundo.
Alexia: E a gente não gosta de confusão. É isso.
Foster: Também. Estamos ficando velhinhos. É isso. Bom, Alexia, eu acho que podemos gravar muitos episódios sobre a viagem, mas só para começar — como que foi? Tipo, qual foi... não sei se você tinha expectativas ou não.
Alexia: Eu não sei. Eu acho que a Inglaterra para mim sempre foi um país muito especial. Eu sempre gostei muito da Inglaterra, muito da cultura britânica. Quando eu estudei por um mês lá, mil anos atrás, me causou uma impressão tão boa, mas tão boa, que foi algo que assim: "Meu Deus, eu sempre quero voltar para esse país quando eu puder", sabe? E uma coisa que eu fui relembrada ao chegar lá — lembrando que a gente não foi para Londres, a gente ficou perto de Oxford — e Oxford é uma cidade incrível. Eu acho que se eu tivesse estudado em Oxford, eu teria sido muito feliz lá.
Foster: Sim, como eu.
Alexia: Mas eu acho que eu fui relembrada o quanto de natureza a Inglaterra tem. É assim, é impressionante a quantidade de natureza e terras e terras e terras. E dentro dos colleges também você tem aqueles parques que você pode visitar.
Foster: Os jardins.
Alexia: Os jardins, exato. Então, eu fui... não foi a minha primeira impressão, mas foi algo que me foi relembrado. Foi uma sensação nostálgica, do tipo: "Uau, realmente, eu lembro que eu amei esse lugar — além da cultura, etc. — mas também por causa da natureza desse lugar."
Foster: Sim, eu super entendo. Só lembrei agora, escutando você contar essa história, que eu acho que foi, se não me engano, tipo o sexto episódio do Carioca Connection. Falamos sobre quando você foi para a Inglaterra para estudar.
Alexia: Sim, eu fui para Swanage, que fica no sul da Inglaterra, e fui visitar Oxford quando eu estava lá.
Foster: Sim, eu também. Eu tenho experiência com Oxford. Eu estudei lá durante a faculdade, então eu passei mais ou menos dois meses lá, quando eu tinha, sei lá, 18, 19 anos. E foi a mesma sensação. Tipo, eu lembrei e fui relembrado que, nossa, eu adoro esse lugar. Tem um lugar especial no meu coração, e sempre vai ter.
Alexia: Sim. E eu acho que também outra coisa que fez a viagem ficar muito fácil é que é no mesmo fuso horário do que a gente, né? Então, isso faz tudo ficar muito mais fácil. Por mais que de porta a porta — ou seja, saindo de casa até chegar na casa deles, que é interiorzão — foram seis horas, porque você pega Uber, aeroporto, avião, ônibus, depois carro e chega na casa deles... isso tudo demorou seis horas, mais ou menos. Tá no mesmo fuso horário é muito bom.
Foster: Ajuda muito. Por exemplo, quando a gente viaja para os Estados Unidos, pelo menos para mim, demora quase uma semana para eu ficar realmente bem.
Alexia: Sim.
Foster: Mas com essa viagem foi muito mais simples.
Alexia: Sim.
Foster: Pergunta, Alexia: você falou que a casa deles é em "intúria"... interiorzão. Pode falar de novo?
Alexia: Interiorzão.
Foster: Interiorzão. Você pode explicar o que você quer dizer com isso?
Alexia: É no interior.
Foster: Sim.
Alexia: Mas muito no interior.
Foster: Sim.
Alexia: É isso. É a típica vila inglesa das casinhas de tijolo, de pedra. É o que você vê, sei lá, no The Holiday. É aquele filme que elas trocam de casa, sabe?
Foster: Enfim. Eu nunca assisti ao filme. Mas foi mais, tipo, o conceito de interior e exterior. Eu acho que não é muito claro para os falantes de inglês.
Alexia: Não, quando fala que é no interior, é countryside.
Foster: Sim. Porque Inglaterra é uma ilha. Então, quer dizer que não fica perto da costa, do litoral, e nem das cidades grandes.
Alexia: É isso? Não. É. É isso. A maior cidade mais perto é Oxford, né?
Foster: Sim. Então, no caso, interior quer dizer rural.
Alexia: É rural. Sim, até porque a gente foi passear e viu — não sei quantas — 500 ovelhas. É o máximo. Gente, olha, me fiz ali. E uma coisa que eu amo daquela ilha é que não tem mosquito. É maravilhoso. Não existe mosquito na Inglaterra. Agora, uma coisa que me surpreendeu é que a gente pegou a onda de calor na Inglaterra.
Foster: Sim, eu não tinha expectativas. Só porque a nossa vida está tão corrida que eu nem pensei como ia ser a viagem. Mas eu estava esperando tempo da Inglaterra — tipo chuva. Mas estava solzão, estava calor. Não estava esperando isso não.
Alexia: Estava muito quente. E aí eu fiz o clichêzão, que é falar sobre o clima com os britânicos — que eles amam. Então foi ótimo. E uma coisa que também me surpreendeu de uma forma positiva é o quanto o inglês britânico eu ainda entendo. Porque eu tô muito acostumada com você e com a sua família, né? Que é... muito diferente, né? O sotaque e a pronúncia até das coisas. E cheguei lá e aquele inglês britânico entrou dentro de mim. Eu falei assim: "Ai, que saudade que eu tenho dessa época. Tão bom, sabe?" Ai, foi muito bom.
Foster: É muito bom mesmo. Uma pergunta que eu acho que nos próximos episódios podemos falar mais sobre a viagem e sobre reconectando com amigos do Brasil, que é uma coisa muito especial. Mas você ficou... tava ansiosa com a viagem? Porque foi a primeira viagem que a gente fez depois da cirurgia do seu pai, depois que o Buddy ficou muito doente. Você já não gosta muito de voar, então eu estava esperando que você ia ficar muito ansiosa. Mas, ao meu ver, você não ficou.
Alexia: Eu tava que nem um pinto no lixo. Eu tava super feliz.
Foster: Tava nem um quê?
Alexia: Eu tava que nem um pinto no lixo. Eu tava super feliz.
Foster: O que quer dizer um pinto?
Alexia: Pensa num pintinho. Little chick.
Foster: Sim, mas no lixo?
Alexia: No lixo, in the trash. Tipo, ele tem tanta coisa pra comer, pra beliscar ali, que ele fica super feliz.
Foster: É mesmo?
Alexia: É.
Foster: Que frase bizarra. Por que você ia colocar um pintinho no lixo?
Alexia: Não sei! Eu jamais colocaria um pintinho no lixo, mas enfim...
Foster: Bom, Alexia, mais alguma coisa que você quer colocar ou falar sobre antes de encerrar o episódio de hoje?
Alexia: Sim, tem uma coisa. Eu não comi fish and chips.
Foster: Eu comi?
Alexia: Você comeu. Não foi no primeiro jantar, mas foi logo nos primeiros dias.
Foster: Sim, eu comi. Tava bom.
Alexia: Eu não comi fish and chips. Olha, vou ter que voltar. Olha aí, vou ter que voltar.
Foster: Bom, e a gente volta no próximo episódio.
Alexia: Sim.
Foster: Então, muito obrigado, Alexia. Muito obrigado, gente. E até o próximo episódio.
Alexia: Tchau.
Use vocabulary, expressions & additional resources…
Dar uma passadinha – To stop by quickly
Fazer questão – To insist / to make a point of something
Ficar à vontade – Make yourself at home
Mudar de fuso horário – Change time zone
Pegar no computador – To use the computer (informal)
Ter responsabilidades – To have responsibilities
Interiorzão – Deep countryside / rural area
Tirar férias – To take a vacation
Ficar com muito medo – To get really scared
Achar que sim / Acho que não – To think so / I don’t think so
Dar no mesmo – It amounts to the same / It doesn’t make a difference
Pelo menos para mim – At least for me
Estar muito acostumado com – To be very used to something
Escapar do Porto – To get away from Porto
Ficar pronto para a viagem – To get ready for the trip
Sotaque do sul – Southern accent
Falar devagar – To speak slowly
Usar muita gíria – To use a lot of slang
Relembrar uma coisa – To be reminded of something
Ter um lugar especial no meu coração – To have a special place in my heart
De porta a porta – Door to door
Estar corrido – To be very busy / hectic
Estar que nem um pinto no lixo – To be extremely happy (lit. like a chick in the trash)
Ficar muito mais fácil – To become much easier
Conversar sobre o clima – Talk about the weather
Sair de casa – Leave the house
Trocar de casa – Swap houses
A gente nunca tira férias lá – We never actually take a vacation there
Ficar realmente bem – To really feel OK / to adjust
Me causou uma impressão tão boa – It made such a good impression on me
Demorou seis horas – It took six hours
Foi algo que assim… – It was something that like…
Cheguei lá e aquele inglês entrou dentro de mim – I got there and that English just came back to me
Ficar super feliz – To be super happy
É uma coisa muito especial – It’s something really special
Tem muita natureza – There’s a lot of nature
Dar uma sensação nostálgica – To give a nostalgic feeling
Fazer o clichêzão – To do the obvious cliché
O Vitor inventa as próprias expressões – Vitor makes up his own expressions
Ficar relembrado de algo – To be reminded of something again
Virou meio que uma tradição – It kind of became a tradition
Ficar no mesmo fuso horário – To stay in the same time zone
Falar “tu” ao invés de “você” – To use “tu” instead of “você”