Transcript
Alexia: Oi oi pessoal e bem-vindos a mais um episódio do Carioca Connection. Meu nome é Alexia e estou aqui com o?
Foster: Foster. Oi Alexia, oi gente, está tudo bem?
Alexia: Tudo e com você?
Foster: Está tudo ótimo. A gente está gravando aqui da nossa sala, com o nosso cachorro dormindo, fazendo figas que ele não acorda.
Alexia: Torcendo pra que ele não acorde.
Foster: Nossa eu falei muito errado.
Alexia: Não você falou certo mas "fazendo figas", ninguém que é jovem usa essa expressão.
Foster: Não? Como que você falaria?
Alexia: Torcendo para que ele não acorde.
Foster: Mas foi o negócio de cruzar os dedos.
Alexia: Cruzando os dedos para que ele não acorde.
Foster: Mas foi você que me ensinou isso, fazer figas.
Alexia: Com certeza. Mas somos jovens ainda, nós não usamos essa expressão.
Foster: Bom ainda somos jovens e, é mais ou menos isso que eu queria conversar com você sobre hoje, que ainda somos jovens e essa semana, não amanhã mas o dia... Depois de amanhã, como é que fala isso?
Alexia: Depois de amanhã.
Foster: É depois de amanhã a gente vai viajar, pela primeira vez em muito tempo.
Alexia: Bom, vamos deixar bem claro uma coisa aqui, quando a gente vai pros Estados Unidos, visitar a família, a gente viaja claro, se diverte, vai pra lugares que a gente morre de saudades mas, a gente não considera como se fosse uma viagem, a gente considera pegar nossas coisas, mudar de fuso horário e continuar com as nossas vidas em outro fuso horário.
Foster: Tem viagem e tem viagens.
Alexia: É. E essa viagem, que vai ser super curtinha, vai ser pra realmente conhecer lugar completamente novo.
Foster: É, então só pra explicar um pouquinho melhor, eu acho muito engraçado e curioso que, pelo menos, a imagem que a maior parte das pessoas que conhecem a gente, é que somos casal que viaja muito. E na verdade é pelo menos nos últimos quatro cinco anos, a gente só quase viaja pros Estados Unidos pra visitar família e vamos lá e volta.
Alexia: Sim, a gente também tem que levar em conta que teve a pandemia no meio, né? E foram dois anos e meio mais ou menos que mesmo com os lugares abertos de novo, sem estar em lockdown, eu pelo menos já não me sentia confortável ainda de viajar, que tinha que fazer teste pra ir, teste pra voltar, máscara lá, sem máscara no avião e cada país era uma regra diferente então por três anos mais ou menos eu não me sentia bem de forma alguma pra viajar.
Foster: Sim e também temos novo membro da família, que é o nosso cachorro e muito mais difícil viajar com cachorro porque ou ele está viajando com a gente e precisa ter a gente precisa achar lugar pet friendly e precisamos alugar carro, que a gente não tem carro aqui em Portugal ou ele precisa ir pro hotel. Existe muito mais logística hoje em dia comparado com sei lá...
Alexia: Sim, há oito anos atrás nós éramos super jovens, também tem essa.
Foster: Você lembra a última viagem que a gente fez, juntos?
Alexia: Juntos?
Foster: Juntos, que não tinha nada a ver com os Estados Unidos, nem com família.
Alexia: Sim foi logo quando abriu de lockdown e a gente resolveu ir pra uma cidade no meio do nada aqui em Portugal, chamada Tomar, e que a gente foi com Buddy até. Alugamos carro e fomos.
Foster: Sim. Na verdade a gente fez duas viagens, depois da pandemia aqui em Portugal.
Alexia: Mas você me perguntou qual foi a última?
Foster: Sim, mas fizemos uma aqui no norte de Portugal, esse foi a primeira viagem com o nosso cachorro, e depois, do mar, que se não me engano foi, em dois mil e, vinte e dois?
Alexia: Eu acho que foi vinte e dois. Eu acho que foi vinte e dois porque você ficou entre aspas preso lá no Estados Unidos durante a pandemia que foi dois mil e vinte.
Foster: É, e foi dois mil e vinte e dois. Então faz dois anos.
Alexia: É, faz dois anos. E gente, assim, não é uma reclamação é só uma constatação do fato de que quando a gente vai pro Estados Unidos, que é mais ou menos a cada seis meses, pra mais ou pra menos, a gente fica um mês lá e isso envolve muita logística de emocional, de trabalho dispositivo. De tudo, então eu fico exausta antes de ir e fico exausta quando eu volto. Eu ainda não me recuperei da última vez que a gente foi pro Estados Unidos e a gente já vai voltar pra lá provavelmente no fim do ano de novo. Então assim, pra mim é muito louco colocar alguma viagem maior, mais longa nesse meio, porque parece muito mas talvez seja só algo que a gente não esteja mais acostumada a fazer.
Foster: Não é é muita coisa mesmo, a minha família pode ser muito chata.
Alexia: Para.
Foster: Não chata mas é, como você falou, cansativo, muita coisa envolvida.
Alexia: Claro a gente não vê eles o ano inteiro. É... Tudo bem, Mari. É a Bárbara, perguntou se a gente pode receber uma encomenda, esquece. Não, já já vai desistir. É, assim amor eu vou ser muito sincera as pessoas partem no princípio que a gente está disponível sempre sabe?
Foster: É mas eu não sei se que é bom.
Alexia: É então essa é minha forma de ensinar tipo eu estou em casa mas eu não estou disponível.
Foster: Sim, vamos lá. Então estamos de volta, alguém tocou nossa...
Alexia: Ai campainha.
Foster: É uma palavra tão difícil pra mim. Pode falar de novo?
Alexia: Campainha. Campainha.
Foster: E como que você diria campanha? Por exemplo...
Alexia: Uma campanha eleitoral.
Foster: É, uma campanha política. Isso. E campainha? Isso. Meu Deus.
Alexia: Campainha. É a palavra feia campainha é muito nasal, né? Campainha.
Foster: Eu gosto.
Alexia: Eu não gosto muito não. Né nasal? Campainha, eu acho que sim.
Foster: Sim, bom o português, pelo menos não sou português do Brasil é uma língua super anasalada. Eu eu inventei uma palavra agora, enfim, Alexia.
Alexia: Então, todas as vezes que a gente vai pros Estados Unidos tem muita coisa pra fazer, né porque eles só veem a gente duas vezes ao ano. Então todos eventos familiares estão juntos num só.
Foster: Eu só lembrei agora que a gente gravou, dois ou três episódios sobre uma viagem enorme que você fez, você foi pro Chipre.
Alexia: Ainda não me recuperei do Chipre.
Foster: Mas isso também não foi viagem só por diversão.
Alexia: Não. Não não foi, foi viagem a trabalho que eu tirei dois ou três dias a mais pra aproveitar, o que não foi nada, nada porque não sei. Eu eu sinto falta de realmente tipo tirar férias devidamente, eu acho que isso faz muito tempo que eu ou você fazemos isso, tirar férias.
Foster: É interessante isso...
Alexia: Porque já é uma coisa tirar férias é outra.
Foster: É, é exatamente isso que eu queria explorar hoje. Qual a diferença entre uma viagem e tirar férias? Porque a viagem que a gente vai fazer essa semana eu não diria que é estamos tirando férias.
Alexia: Não a gente vai na sexta e volta no domingo. A gente vai passar fim de semana fora. Vai ser super simples, a gente vai pra Espanha, vamos pra Vigo, principalmente por causa de show que o Foster quer ir, deixando bem claro que nós vamos no show na Espanha no sábado e depois vamos no mesmo show na segunda-feira aqui em Portugal. Isso é pra outro episódio.
Foster: Só pra mim defender rapidinho, tem músico que o nome do músico é The Tallest Man on Earth o nome do artista é Kristian Matsson, ele é músico sueco, eu adoro ele.
Alexia: Ele canta tudo em inglês.
Foster: Ele canta inglês. Bom, eu já estou seguindo ele há quase vinte anos então.
Alexia: E eu? Quase nove.
Foster: Então quando eu vi que ele estava tocando, aqui pertinho na Espanha, eu comprei bilhete tipo, tá amor a gente está indo pra Vigo, pra Espanha, uma hora e meia, pra cima, e o dia depois apareceu que ele vai tocar aqui na casa da música. Tipo...
Alexia: Na nossa esquina praticamente cinco minutos de nossa casa.
Foster: Então eu comprei duas vezes.
Alexia: E Foster comprou a primeira fileira na casa da música. Ou seja, eu não sei todas as músicas dele, eu vou estar sorrindo o tempo todo fingindo que eu sei. Enfim isso é pra próximo episódio que a gente vai falar sobre, mas acho que a grande diferença entre viajar e tirar férias assim, no nosso caso eu acho que é ainda mais difícil porque nós trabalhamos remotamente. Então o trabalhar remotamente é muito bom, é maravilhoso por mil motivos, mas é muito ruim por outros mil motivos.
Foster: Eu, já já não aguento mais.
Alexia: Então assim, enquanto que a gente tem a liberdade de trabalhar de qualquer lugar do mundo, a gente usa como desculpa para viajar. Então por exemplo ah vamos passar uma semana na Espanha. Vamos. Só que a gente vai levar o nosso trabalho junto, a gente não vai estar tirando férias. É.
A gente não vai estar largando o nosso pensamento, o nosso mindset para realmente explorar aquele lugar, pra se desligar das coisas do dia a dia. Então pra mim, férias significa não levar meu computador, tirar tudo relacionado a trabalho ou preocupações da minha frente e realmente me desligar durante uma semana quem dera quinze dias, sabe? Coisa que a gente não faz há muito tempo, muito muito tempo.
Foster: Sim, eu estava tentando lembrar agora, quando foi a última vez que eu que eu trabalhei de escritório, e acho que se não me engano foi dois mil e doze, ou treze, então mais de dez anos, eu já estou trabalhando remotamente. E gente é muito difícil.
Alexia: É muito difícil eu acho que trabalhar de forma híbrida, hoje em dia é uma das melhores formas que você tem de se trabalhar, se o escritório te der flexibilidade, claro, né?
Foster: É, depende muito...
Alexia: Depende muito. Eu não trocaria trabalhar remotamente por trabalhar em escritório, pra deixar muito claro, eu gosto, mas é é muito difícil, principalmente nessa parte de tirar férias. Porque qual é o limite? Quando é que é uma viagem que você leva o trabalho e quando é que é férias de verdade?
Foster: Podemos gravar mais episódios falando exatamente sobre essa pergunta porque é uma conversa que eu quero muito ter com você e já estamos gravando há muito tempo para o episódio aqui por hoje, episódio meio, espontâneo.
Alexia: Bem Seinfeld.
Foster: Já fizemos uma vez.
Alexia: Alô Andrew.
Foster: Não mas até nessa temporada, gravamos episódio que, não estou lembrando a frase, mas eu falei é uma conversa sobre nada. Você falou não, em português a gente fala que é, uma conversa sem, pés...
Alexia: Não, uma conversa sem pé nem cabeça.
Foster: Isso, mais uma conversa, como é que é?
Alexia: Sem pé nem cabeça.
Foster: Bom, no próximo episódio vai ter pés, ter cabeças e vamos ter uma conversa super legal sobre viagens, férias, como desconectar do mundo.
Alexia: Exatamente, é isso aí.
Foster: Tá bom?
Alexia: Tá bom, então até o próximo episódio.
Foster: Até o próximo.
Alexia: Tchau.
Useful vocabulary & expressions
Oi, oi pessoal, e bem-vindos a mais um episódio. - Hi, hi everyone, and welcome to another episode.
Está tudo bem? - Is everything good?
Fazendo figas para que ele não acorde. - Crossing fingers so he doesn't wake up.
Torcendo para que ele não acorde. - Hoping that he doesn't wake up.
Você falou certo, mas "fazendo figas"... ninguém jovem usa essa expressão. - You said it right, but "crossing fingers"... young people don't use that expression.
Ainda somos jovens. - We're still young.
Vamos deixar uma coisa bem clara. - Let's make one thing clear.
Pegar nossas coisas e mudar de fuso horário. - Pack our things and change time zones.
Tem viagem e tem viagens. - There are trips and there are trips.
A gente resolveu ir para uma cidade no meio do nada. - We decided to go to a town in the middle of nowhere.
Foi logo depois que o lockdown acabou. - It was right after the lockdown ended.
Envolve muita logística emocional. - It involves a lot of emotional logistics.
Eu fico exausta antes de ir, e exausta quando volto. - I get exhausted before going, and exhausted when I come back.
A última vez que fomos aos EUA. - The last time we went to the U.S.
Minha família pode ser meio chata. - My family can be kind of annoying.
Eu ainda não me recuperei da última vez. - I still haven't recovered from the last time.
Eles não veem a gente o ano inteiro. - They don't see us all year.
Como que se chama? - What's it called?
Eu gosto, mas é muito difícil. - I like it, but it's really difficult.
Nós trabalhamos remotamente. - We work remotely.
Liberdade de trabalhar de qualquer lugar do mundo. - The freedom to work from anywhere in the world.
Vamos passar uma semana na Espanha. - Let's spend a week in Spain.
Não vou estar tirando férias. - I won't be taking a vacation.
Largar o mindset. - Let go of the mindset.
Desligar das coisas do dia a dia. - Disconnect from daily things.
Coisa que a gente não faz há muito tempo. - Something we haven't done in a long time.
Eu estava tentando lembrar agora. - I was trying to remember now.
Depende muito da pessoa. - It depends a lot on the person.
Não aguento mais. - I can't take it anymore.
Eu vou estar sorrindo o tempo todo fingindo que eu sei. - I'll be smiling the whole time pretending I know.
É uma conversa que eu quero muito ter com você. - It's a conversation I really want to have with you.
Gravamos um episódio espontâneo. - We recorded a spontaneous episode.
A diferença entre viajar e tirar férias. - The difference between traveling and taking a vacation.
Vamos explorar mais isso. - Let's explore that more.
Até o próximo episódio! - Until the next episode!
Cultural & Grammar Notes
The expression "fazer figas" (crossing fingers for luck) is considered old-fashioned by younger people. The more common modern expression is "cruzar os dedos".
"Depois de amanhã" is the proper way to say "the day after tomorrow" in Portuguese.
The podcast hosts discuss the difference between traveling to visit family and actual vacations, highlighting cultural expectations around family visits.
The use of English words like "lockdown", "pet friendly", and "mindset" in Portuguese conversation shows the influence of English on Brazilian Portuguese, especially in more informal contexts.
The hosts mention "Casa da Música", a famous concert venue in Porto, Portugal, showing their location and local cultural references.
The discussion about remote work and the difficulty of separating work from vacation time reflects modern work culture challenges, especially relevant to digital nomads or remote workers