Transcript
Alexia: Oi, oi, pessoal! Bem-vindos a mais um episódio do Carioca Connection. Meu nome é Alexia e eu estou muito bem acompanhada do Foster.
Foster: Olá, Alexia, olá, gente, bom dia! Tudo bem?
Alexia: Tudo bem. E com você?
Foster: Tá tudo bem. É dia lindo aqui, não sei por que a gente sempre começa o episódio falando sobre o tempo, mas hoje realmente é um dia bonito.
Alexia: Eu acho que é tão raro ter dias de sol no Porto depois de ter passado pelo inverno que a gente sempre comenta sobre.
Foster: É, pois é. E por isso, recentemente, a gente está passando mais tempo dentro de casa e também dentro de museus.
Alexia: Eu acho que a gente está passando mais tempo fora de casa.
Foster: Sim, mas isso foi só pra apresentar o tema de hoje, Alexia.
Alexia: Sim, o tema de hoje é: nós fomos a uma exposição.
Foster: De arte.
Alexia: Sim.
Foster: Pode falar a palavra de novo? Exposição. Exposição. Exposição. A minha pronúncia está bem?
Alexia: Sim, está correta. Fala mais uma vez.
Foster: Exposição.
Alexia: Exposição.
Foster: Então, é assim que se fala: exposição de arte.
Alexia: Sim, ótimo.
Foster: Bom, pra dar um pouquinho de contexto, eu já falei muitas vezes aqui no Carioca Connection sobre um parque aqui no Porto que se chama Serralves, e é um parque, mas também tem o Museu de Arte Contemporânea e Moderna aqui no Porto.
Alexia: Museu de Arte Contemporânea e Arte Moderna.
Foster: Então, "arte" é feminino em português?
Alexia: É feminino.
Foster: Como assim?
Alexia: A arte?
Foster: Aham.
Alexia: A palavra "arte" é feminina.
Foster: Tá, entendi. Então, Alexia, me conta, que tipo de arte a gente viu? Por que, quem, como que aconteceu? Eu quero todos os detalhes.
Alexia: Na verdade, foi você que me contou. Eu acho que você tinha ido trabalhar na biblioteca do Serralves e viu que estava tendo a exposição da Yayoi Kusama, que é uma artista japonesa.
Foster: Yayoi Kusama.
Alexia: Sim, aparentemente super famosa, eu não sabia disso.
Foster: É, e eu imediatamente falei: "Ah, eu quero ir!". Por quê? Essa exposição, não essa especificamente, eu fui numa exposição dela há mais de dez anos atrás, há uns quinze anos atrás, se eu não me engano, no Rio de Janeiro.
Alexia: Uhum.
Foster: Eu sinceramente não lembro se era a mesma exposição, eu duvido que seja, mas que mostrou muito do trabalho dela como tem hoje em dia aqui no museu de Serralves.
Alexia: Sim, eu acho que, se não me engano, você falou algo como: "Ah, amor, tem uma artista japonesa no Serralves, tipo Kusama, alguma coisa assim", e eu falei: "Ah, é? Eu adoro ela!". E eu fiquei muito surpreso porque sempre tem alguma coisa, não é esquisita, mas de arte moderna.
Alexia: Não é que a gente não goste de arte moderna contemporânea, eu sempre gostei muito dos mais famosos, como o Andy Warhol, por exemplo, eu sempre gostei dele, do Keith Haring, do Jean-Michel Basquiat, esses todos. Mas eu não conheço muito mais do que isso, pra ser sincera. Eu sou um pouquinho mais pra parte tradicional da arte. Mas a Yayoi Kusama é uma artista japonesa que tem a mesma idade do meu pai, setenta e oito anos.
Foster: Nasceu em quarenta e cinco.
Alexia: E se mudou ainda jovem pros Estados Unidos, pra Nova Iorque, e foi onde ela deslanchou a carreira dela como artista contemporânea. E anos e anos atrás, eu lembro de ter ido a uma exposição dela com a minha mãe. E eu lembro que foi uma exposição muito interativa, e eu gostei muito daquilo, né? De quando você convida o público a participar e criar arte junto com você. Então, eu gostei muito disso.
Foster: Então, onde que você viu ela pela primeira vez?
Alexia: No CCBB, que é o Centro Cultural do Banco do Brasil, que fica no Rio de Janeiro.
Foster: Que lugar lindo! Sim, super legal.
Alexia: Sim.
Foster: Eu não lembro exatamente o quê, mas quando eu estava vivendo no Rio, sempre tinha algum programa legal rolando no CCBB.
Alexia: O CCBB fica muito central e era muito perto, é na verdade, muito perto da minha faculdade. Então ficava dez minutos andando da minha faculdade. Era muito simples de visitar, de participar das exposições e etcétera. Outra curiosidade é que, quando eu tive o meu primeiro estágio, no British Council do Rio de Janeiro, a parte de artes do British Council fazia muita curadoria de artistas no CCBB.
Foster: Como é que é?
Alexia: Curadoria.
Foster: Curadoria. Uau, que palavra!
Alexia: E eu lembro que eu também fui visitar uma outra exposição que foi muito legal, que eu esqueci o nome, no CCBB. Então, CCBB sempre me traz lembranças boas, assim, de palestras, de exposições, o museu é lindo, lindo, lindo. Eu fico muito chateada que é do Banco do Brasil, enfim, é banco, né? Eu acho o nome muito estranho: Centro Cultural do Banco do Brasil.
Foster: Ser Ser Bebê é muito mais legal.
Alexia: É, eu voto pra mudarem pra Centro Cultural da Rita Lee.
Foster: É, pode ser.
Alexia: É isso.
Foster: Eu só lembro que eu não lembro de um programa específico que eu realmente gostei lá, mas eu lembro que sempre estava passando alguma coisa interessante, e foi um lugar legal, cheio de gente jovem e vida.
Alexia: É muito bonito, é muito bonito. Fica ao lado da Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro.
Foster: Então, Alexia, como foi a experiência de ver a mesma artista, vamos dizer, quinze, vinte anos atrás, e ver a arte dela de novo hoje em dia, como adulta?
Alexia: Eu acho que eu fui mais atraída pelo sentimento nostálgico de eu ter ido com a minha mãe na exposição, então eu queria ver como é que eu estava hoje em dia em relação a isso. E eu queria muito ir na sala que eles criaram de interatividade, né?
Foster: Né? Bom, todo mundo já sabe aqui que, cara, eu aqui é programa íntimo, mas eu até falei pra você antes, tipo, eu estou com um pouco de receio de fazer isso com você porque eu não quero estragar a experiência tão bonita que você teve com a sua mãe.
Alexia: E você teve.
Foster: Eu sabia que você teve com a sua mãe, mas, bom, pelo menos pessoalmente pra mim, eu amei, foi ótimo.
Alexia: E você quase não entrou. Eu entrei, você quase não entrou.
Foster: Mas eu entrei, eu sempre quis entrar, e isso é outra história.
Alexia: Eu sempre quis entrar.
Foster: Bom, enfim, eu estava com a minha mochila, não pode entrar com mochila, e eu tinha que deixar a minha mochila no guarda-volumes. É isso? Você chama de "guarda-volumes" no Brasil também?
Alexia: Sim, também. Ou então, como é que é? Se chama no Brasil "guardarroupa" e também...
Foster: É o lugar.
Alexia: Esqueci o nome.
Foster: É o lugar onde você deixa as suas coisas, por exemplo, mochila, mala, casaco, antes de entrar em um museu.
Alexia: Num show, num museu, num restaurante, às vezes tem isso também pra você guardar o seu casaco.
Foster: É, palavra divertida. Sim, o nome disso, serve também no Brasil, mas tem outro nome, enfim.
Alexia: Ótimo. Então, como é que foi a experiência pra você, desta vez?
Foster: Boa, foi boa. Eu gosto muito dos quadros super coloridos, assim, bem pops dela, e, pelo que eu estava lendo sobre ela, ela é muito atraída pelo símbolo do infinito e o infinito em si, então ela cria muitas pinturas e peças em relação a isso. Sim, e que é uma coisa que eu também gosto, eu tenho até o símbolo do infinito no meu cordão, eu gosto bastante.
Alexia: Eu acho que foi a minha pintura preferida, se chama "Infinito", que foi uma pintura verde, mas tão bonita e tão, com tanta coisa, é difícil descrever uma peça de arte com palavras, né?
Foster: E a sala interativa que a gente foi, eram várias tipo bolas com espelhos e bolinhas nas bolas, e os espelhos, era jogo, né, de espelhos mesmo, dava aquela sensação de infinito...
Alexia: Que você não sabia pra onde olhar e por onde sair, etcétera.
Foster: Quando a Alexia fala "bolas", a gente está falando de bolas enormes.
Alexia: A gente vai colocar a foto na workshop pra vocês verem. Sim,
Foster: Mas realmente, a gente se perdeu. Você entrou antes de mim, eu entrei nessa casa de espelhos e eu fiquei perdido quase meia hora. Super divertido.
Alexia: E a diferença entre essa exposição e a que eu fui há vinte anos atrás é que essa sala interativa já existia na exposição antiga, só que as bolas éramos nós, o público, que criávamos, então tinham disponíveis pra gente post-its em forma de bolinha, coloridas, e você colocava nos espelhos e criava essa sensação de infinitude.
Foster: Infinitude. É, que palavra bonita.
Alexia: E, então, eu senti um pouco de falta disso, tipo, de nós criarmos, mas, enfim, o Serralves é muito menor do que o CCBB. Não necessariamente ela estava focando nisso dessa vez também, não sei, mas eu gostei bastante.
Foster: Eu também, adorei. E adorei, na mesma frase, você falou a palavra "infinitude" e também "post-it".
Alexia: Post-it. Post-it.
Foster: Pode explicar o que que é?
Alexia: É. Post-it? Post-it.
Foster: Bom, última coisa, Alexia. Você acha que, bom, não vou fazer a minha pergunta de uma forma diferente. Você gosta de visitar museus?
Alexia: Gosto.
Foster: Eu também.
Alexia: Adoro visitar museus.
Foster: Eu também. E daí eu pensei, eu estava lembrando quando eu vivia em Madrid, eu sempre passava nos museus, por exemplo, numa quarta-feira, se eu não tinha nada pra fazer, eu ia sozinho no museu. Hoje em dia, eu não faço isso, não sei por quê. É uma coisa que eu quero fazer mais.
Alexia: A gente precisa ir num museu daqui que é o Soares dos Reis, que a gente ainda não foi. Meu pai já foi, disse que é o máximo, fica em frente ao Palácio de Cristal.
Foster: Quero ir?
Alexia: É que eu também quero ir.
Foster: Desculpa, eu falei errado. Você quer ir comigo?
Alexia: Sim, vamos.
Foster: Estão me perguntando se eu quero ir. Você quer ir comigo?
Alexia: Adoraria. Então, vamos. Sim, eu acho que uma das coisas que privou muita gente de ir a museus, etcétera, foi por causa da pandemia, que a gente simplesmente não visitou quase nada daqui em relação a isso, então, precisamos voltar com isso nas nossas vidas.
Foster: Então, a gente vai pro museu, e a gente se vê no próximo episódio.
Alexia: Sim, então, muito obrigada, pessoal, tchau!
Useful vocabulary & expressions
Exposição - Exhibition
Curadoria — curation
Instalação imersiva - Immersive installation
Pontos polka - Polka dots
Quarto do Infinito - Infinity Room
Arte contemporânea - Contemporary art
Desafiar normas convencionais - To challenge conventional norms
Influência global - Global influence
Experiência pessoal - Personal experience
Saúde mental - Mental health
Obliteração do eu - Self-obliteration
Cultura japonesa - Japanese culture
Artista renomada - Renowned artist
Anedotas pessoais - Personal anecdotes
Vocabulário prático - Practical vocabulary
Discussão sobre arte - Discussion about art
Conexão cultural - Cultural connection
Temas reflexivos - Reflective themes
Tendências artísticas - Artistic trends
Popularidade mundial - Worldwide popularity
Impacto na arte moderna - Impact on modern art
Desenvolvimento artístico - Artistic development
Reconhecimento internacional - International recognition
Técnicas inovadoras - Innovative techniques
Interatividade com o público - Interaction with the audience
Conceitos filosóficos - Philosophical concepts
Espaços transformativos - Transformative spaces
Narrativas visuais - Visual narratives
Repercussão cultural - Cultural repercussion
Manifestações artísticas - Artistic manifestations
Exploração sensorial - Sensory exploration