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Foster: Olá, olá! Oi, pessoal! E sejam bem-vindos a mais um episódio do Carioca Connection.
Alexia: Live!
Foster: Ao vivo, estamos gravando do lado de fora. Como sempre, eu estou aqui com...
do lado de fora — outside
como sempre — as always
Alexia! Oi, Foster!
Foster: Oi, Alexia! Como é que você está?
Alexia: Eu estou bem! Estou com calor, na verdade.
estou com calor — I’m hot
Foster: Que é muito bem-vindo! Exato! Nossa, aqui em Portugal está muito frio esses dias!
Alexia: Eu acho que eu estou mais acostumada com frio hoje em dia do que o próprio Foster!
Foster: É, eu estou sofrendo muito esse inverno com o frio. Mas enfim, hoje é uma sexta-feira, é um dia de sol e estamos em um parque. Se você não escutou o último episódio, vai lá escutar e tudo que a gente vai falar sobre nesse episódio vai fazer muito mais sentido.
Alexia: Tudo que a gente for falar...
Alexia: Tudo que a gente foi falar... For!
Foster: Tudo que a gente for falar vai fazer mais sentido.
Alexia: Exato!
Foster: Por exemplo, agora tem avião passando, a gente já explicou isso no último episódio.
Alexia: Então, sim, nós estamos mandando você escutar o último episódio antes de começar esse!
Foster: Existe um ordem, né? Uma ordem. Isso! Contagem! Enfim... Alexia, onde você quer começar?
Alexia: Bom, você que está liderando o episódio de hoje.
Foster: Pois é. Bom, gente, é o seguinte. A gente, hoje em dia, moramos no Porto, em Portugal. É uma cidade grande, não é tão grande, não é Nova York, mas é uma cidade.
Alexia: Sim!
Foster: Você não concorda? Sim! Eu nasci em uma cidade muito pequena.
Alexia: “Eu nasci há 10 mil anos atrás. Eu nasci há 10 mil anos atrás.” (alexia cantando)
Foster: O que é isso?
Alexia: É uma das músicas mais famosas brasileiras.
Foster: Você tem o nome da música?
Alexia: Só me veio agora a referência.
Foster: Tá bom. Então, eu cresci com muita natureza. Eu adoro o ar livre, eu adoro caminhar. E eu preciso disso na minha vida, para a minha saúde. Faz muito bem. Então, parques, espaços urbanos, espaços verdes, né? Como que eu falaria isso? Tipo, green spaces?
Alexia: Espaço verde, parque, praça, jardim botânico.
Foster: Qualquer coisa verde, com sol, numa cidade, eu acho essencial, fundamental. Alexia, você concorda, discorda, ou eu estou errado?
Alexia: Você não está errado. Em momento algum, tem gente que é muito mais urbano, e que não sente falta disso no dia a dia, e tem gente que não é tanto como você. Então, eu venho de uma cidade que é extremamente urbana, mas que tem a natureza para todos os cantos que você olha.
Foster: É.
Alexia: Então, para mim, sempre fez muito sentido você ter essa inclusão da natureza no seu dia a dia. E aí, quando eu visitava São Paulo, por exemplo, eu quase morria, assim, porque você não entendia o que era.
Foster: É. São Paulo tem um parque muito grande, que eu sempre esqueço o nome…
Alexia: Ibirapuera.
Foster: Sim, mas além disso, o Rio de Janeiro tem muito mais natureza para aproveitar.
Alexia: Sim. Eu concordo com você, eu também preciso desses espaços, eu preciso respirar um pouco de calmaria no meu dia a dia. Eu acho isso super importante para a saúde mental. Claro que não é a mesma coisa para todo mundo. Às vezes, as pessoas preferem ter muitos restaurantes, muitos museus, uma vida cultural dentro de prédios e construções, etc., do que ter parques.
Foster: É, mas é o problema agora que a gente está morando numa cidade super legal, com restaurante, com cultura, com museu, com tudo que pode imaginar, mas está tão frio, sempre está chovendo, que a gente não consegue sair de casa e aproveitar dessas coisas. Eu fico muito deprimido. Eu queria falar sobre isso hoje.
Alexia: Tá bom. Então, aqui é um lugar seguro para o Foster expressar os sentimentos dele em relação ao inverno no Porto.
Foster: Sim. Muitos dias deste mês, eu estou acordando e pensando, “o que a gente está fazendo aqui na cidade?” Muito cara. Não estou vendo as vantagens. Eu fico muito confuso e triste. Você quer ir para a selva comigo?
Alexia: Você quer ir para Portugal rural?
Foster: Não tão rural. Eu preciso de internet boa, mas talvez uma cidadezinha menor. Não sei. O que você acha?
Alexia: Não sei. Eu tenho ainda o sentimento que a gente ainda não aproveitou o Porto da melhor forma possível, porque quando a gente chegou, logo depois teve a pandemia. Então, a gente agora está descobrindo certos lugares da cidade que a gente ama e quer voltar. Agora que as coisas estão acontecendo de novo e se abrindo mais e sendo construídas ao redor da cidade, etc. Eu concordo que às vezes o Porto, como o Rio de Janeiro, como qualquer outra cidade grande de um país, às vezes pode te massacrar muito.
Foster: Parece uma palavra forte.
Alexia: Mas é, né?
Foster: Nada contra o Porto. Não, eu amo o Porto. Pode ser qualquer cidade grande do mundo.
Alexia: Sim, agora, o Porto quando chove, para mim é igual o Rio de Janeiro. Não tem o que fazer. Eu estou muito tranquila ficando em casa. O Foster não.
Eu acho que essa é a diferença. É, mais ou menos isso. Eu fico muito tranquila. Chove, tá ótimo. Eu fico em casa, faço uma pipoca e lido com a vida. Agora, o Foster fica muito desesperado.
Foster: É, eu fico meio claustrofóbico.
Alexia: Mas assim, morando numa cidade pequena, se chovesse, eu ia ficar dentro de casa da mesma forma.
Foster: É, eu super entendo. É brincadeira que a gente não vai mudar daqui agora. Mas eu só queria falar sobre a importância desses lugares, sobretudo em cidades grandes. Eu acho muito importante ter espaço verde, parques, lugares onde pode sentar, ver pássaros, ler um livro sem o seu celular. Eu quero mais disso na minha vida.
Alexia: Eu acho que a gente tira pouco proveito do que a cidade tem para oferecer. A gente tem o mar, a gente tem o rio, a gente tem espaços como esse, a gente tem um dos maiores parques urbanos da Europa, que é o Parque da Cidade.
Foster: Sim.
Alexia: Faz meses e meses e meses que a gente não vai lá.
Foster: É, mas você é uma pessoa mais do mar. Eu? Sim, você ama o mar. Não, peraí. Eu gosto de estar perto do mar.
Foster: Sim, você nasceu ao lado do mar e é muito importante para você.
Alexia: Eu diria que não. Assim, hoje em dia eu acho que é muito mais importante você ter um parque urbano do que o mar em si para mim.
Foster: Sim. Então Alexia, agora que o tempo está melhorando um pouco, o que você acha que deve ser a nossa rotina semanal? Falando sobre natureza, espaço verde, qual seria a situação ideal para você?
Alexia: Eu acho que a gente tem que fazer um esforço de sempre visitar um desses lugares, pelo menos duas vezes por mês. Eu estou falando de tipo fim de semana, pega e vai para o Parque da Cidade, pega e vai, anda na orla do mar.
anda na orla do mar — to walk on the beach (shoreline)
Foster: Duas vezes por mês?
Alexia: Amor, eu estou falando sem estar no dia a dia do trabalho.
Foster: Eu já estou pensando em tipo quatro vezes por semana.
Alexia: Bom, aí outra história. Né? Aí outra história.
Foster: Eu não posso continuar vivendo a vida na frente de uma tela do computador. Bom, acabou o meu desabafo para hoje. Alexia, comentários, reclamações? Bom, faz mais de 15 dias que estamos com sol, certo?
Foster: Sim.
Alexia: Vai continuar um pouquinho assim. Então, vamos tirar proveito. E eu te proponho amanhã a gente fazer algum passeio diurno e aproveitar um desses lugares que você sente tanta falta.
Foster: Um passeio o quê?
Alexia: Diurno.
Foster: Diurno.
Alexia: No dia. Diurno, noturno. Noturno é durante a noite.
Foster: Não sabia não. Ótimo. Então, vamos fazer. Combinado. Então, tá bom. Muito obrigado, Alexia, e até o próximo episódio.
Alexia: Até o próximo. Tchau!