Listen on:
Foster: Olá, olá. Olá Alexia, tudo bem?
Alexia: Hello, hello. Bom dia, boa tarde, boa noite.
Foster: Bom dia, boa tarde, boa noite Rio de Janeiro, SĂŁo Paulo.
Alexia: Todos os lugares do mundo.
Foster: É. Alexia como você está?
Alexia: Eu to bem e vocĂŞ?
Foster: Estou bem. Sobre o que que a gente vai falar sobre hoje? Sobre o que, muito “sobres,” nossa.
Alexia: Vai, fala de novo.
Foster: Vamos falar sobre o que hoje?
Alexia: Muito bem. Isso foi uma ideia sua na verdade, que é um tema que você adora pensar e adora discutir de forma amigável né, lembrando que “discutir” pode ser de forma amigável ou não.
Foster: Qual? Eu nao lembro.
Alexia: O que a gente vai achar de estranho no futuro. Coisas que a nĂłs vamos achar de estranhas no futuro.
Foster: Eu adoro isso e… Bom, eu adoro a pergunta, mas eu queria falar sobre isso aqui no podcast porque eu sei que vai ser muito muito difĂcil falar sobre isso, tipo coisas no futuro que hipoteticamente poderiam acontecer, muitas conjugações nĂ©?
Alexia: A primeira coisa que vem na cabeça quando você me faz esse tipo de pergunta é, tipo assim, eu assistia pelo menos muito Os Jetsons quando era pequena.
Foster: É.
Alexia: E Os Jetsons seria hoje em dia né, o nosso ano. Seria tipo, 2000 e alguma coisa. E é muito surreal você ver que quase nada que eles tavam prevendo aconteceu.
Foster: É, mas só pra eu ter certeza que a gente está na mesma página, pode falar isso em português? Eu sei que isso…
Alexia: Pode, pode.
Foster: Bom, só pra clarificar um pouco a pergunta é a seguinte né, “quais são as coisas no futuro que vamos achar super super esquisitas”, essas coisas que a gente está fazendo agora, hoje em dia. Por exemplo, no passado, escravidão, é sei lá, coisas medievais, tipo, “pô, como que meu avô estava fazendo isso?” Sempre tem coisas na história que parecem tipo bárbaras hoje em dia.
Alexia: Sim, eu acho que a gente pode continuar, começar, desculpa, de uma forma mais “fĂştil.” Por exemplo, eu acho que no futuro as redes sociais vĂŁo ser consideradas ridĂculas, tipo por que que a gente perdia tanto tempo com redes sociais?
Foster: No futuro?
Alexia: É.
Foster: Eu já estou achando.
Alexia: Eu acho que vai acontecer isso. É, tipo os influencers do Instagram.
Foster: Ah, mesma coisa.
Alexia: Então, porque que nós nos deixamos levar por isso. Será que foi bom? Será que tiveram pessoas que realmente fizeram uma mudança? Por exemplo, Gisele Bündchen em relação à natureza, a biodiversidade, etc. Eu acho ela importante, e eu realmente vejo muito mais ela no Instagram do que em outro lugar, então eu fico meio dividida em relação à isso, sabe?
Foster: É, bom, redes sociais eu já tô no futuro com isso, tipo, eu já deixei faz muito tempo, mas amor, a gente pode colocar tipo, num ano, tipo, de anos que seja o ano 2050 ou que...
Alexia: 2050?
Foster: Ou mais?
Alexia: Ou seja, daqui a 30 anos.
Foster: É, vamos dizer 100 anos no futuro.
Alexia: Tá.
Foster: 100 anos daqui.
Alexia: Tá.
Foster: O que vocĂŞ acha que vai ser ridĂculo, alguma coisa que a gente está fazendo agora que vai ser… Os historiadores do futuro vĂŁo pensar, tipo, “que gente ridĂcula.”
Alexia: Eu acho que a gente pode pensar em relação Ă educação, tomando o Brasil, que eu tenho capacidade de falar, como exemplo nĂ©. Nem todo mundo tem acesso Ă educação no Brasil, atĂ© hoje. E eu acho, eu acho que eu espero… Vai ser muito difĂcil, porque Ă© uma coisa que eu espero muito, Ă© que isso mude completamente.
Foster: NĂŁo, mas nĂŁo pode fazer isso.
Alexia: Pois Ă©, Ă© muito difĂcil.
Foster: Tem que ser uma coisa tĂŁo ridĂcula, que tipo, nĂŁo faz sentido para as pessoas no futuro. Eu posso começar com um exemplo. Eu acho que a ideia de todo mundo ter um carro, Ă©, carro foi uma ideia horrĂvel. Eu gosto de carros, nĂŁo gosto muito tipo seu pai que ama, mas com certeza daqui a 100 anos todo mundo vai fazer tipo “pĂ´ gente, todo mundo tinha carro? Isso nĂŁo foi uma ideia legal.”
Alexia: Eu acho que 100 anos Ă© pouco se vocĂŞ considerar o mundo inteiro ter que se adaptar com, por exemplo, ferrovias.
Foster: Tá, 200 anos no futuro. Tá, que mais, você tem um?
Alexia: Ahnnn..
Foster: Eu tenho muitos, eu posso falar comigo mesmo, monĂłlogo.
Alexia: Vai entĂŁo.
Foster: Comer animais.
Alexia: Sim. Eu acho que vai ser uma coisa do passado.
Foster: E olha só gente, não somos vegetarianos, a gente não come muita muita carne, mas imagino, eu não estou dizendo nada mal sobre pessoas que comem carne hoje em dia, porque eu também sou um desses, mas com certeza as pessoas do futuro, eles vão falar tipo, “nossa senhora, eles comiam animais?”
Alexia: Sim.
Foster: Mas animais são simpáticos.
Alexia: E detalhe, a gente nĂŁo precisa de animais pra sobreviver, isso Ă© uma coisa muito cultural, que foi imposta em todo mundo na verdade.
Foster: DebatĂvel, debatĂvel, mas no futuro eu acho que nĂŁo vai ser.
Alexia: Que mais?
Foster: VocĂŞ nĂŁo tem nenhum?
Alexia: Eu acho a miséria.
Foster: Miséria?
Alexia: Sim, eu acho que a miséria vai ser uma coisa que todo mundo vai olhar e falar “como é que ainda existiam pessoas que viviam sem saneamento básico.”
Foster: Ahhh, você está falando miséria tipo econômica.
Alexia: Sim.
Foster: Tá. Eu acho que miséria tipo pessoal, pessoas infelizes...
Alexia: Ah não. Quando eu falo miséria é em relação à pobreza.
Foster: Ah tá. Porque essa palavra em inglês pode ser tipo, a miséria da pobreza, mas também tipo, miserable.
Alexia: Não, não…
Foster: Tá bom.
Alexia: Você pode falar em português também, ”estou miserável, eu estou completamente acabado,” mas não se usa.
Foster: Entendi.
Alexia: Porque Ă© uma palavra muito forte.
Foster: Entendi. Eu concordo, provavelmente eu acho relacionada com isso, eu acho a ideia de pessoas que moram na rua, gente, isso existe em qualquer lugar do mundo, nĂŁo conheço nenhuma cidade do mundo que eu nĂŁo vi pessoas sem lugar pra ficar, pessoas do mundo na rua. E parece que deve ser um problema muito fácil de consertar, acho que em algum momento no futuro eles vĂŁo consertar e pensar “que ridĂculo.”
Alexia: Sim. Agora coisas assim meio ridĂculas, mas vocĂŞ acha que caneta, lápis ainda vĂŁo existir?
Foster: Daqui a 100 anos?
Alexia: Sim.
Foster: Sim, eu acho.
Alexia: É? Por quê?
Foster: Porque depois da, sei lá, do começo da tecnologia e os computadores, os robós vão…
Alexia: RobĂ´s.
Foster: Os robôs vão tentar matar todo mundo, daà a gente não vai ter computadores mais e um lápis e caneta vai ser muito, muito útil.
Alexia: E sobre coisas que tĂŁo lançando agora, por exemplo, Alexa, o Google Mini, vocĂŞ acha que… eu acho que as pessoas vĂŁo olhar pra isso e vĂŁo falar “coisa ridĂcula, por que que isso existiu?” Sabe? “Podia ser feito de outras formas tĂŁo mais inteligentes.”
Foster: InteligĂŞncia artificial Ă© muito difĂcil para mim, porque por um lado eu acho, eu concordo com vocĂŞ, tipo “ah Ă© meio ridĂculo isso,” mas por outro lado eu acho que a Alexia, o Google...
Alexia: A Alexa.
Foster: A Alexa, desculpa.
Alexia: A Alexia tá aqui.
Foster: NĂŁo Ă© vocĂŞ, mas todas essas formas de inteligĂŞncia artificial vai ser eles falando tipo, “ah os seres humanos sĂŁo tĂŁo ridĂculos, somos muitos, bem mais inteligentes.” Isso pode acontecer tambĂ©m.
Alexia: Pode, a gente já tem robozinho que limpa a casa né? Então…
Foster: É, a gente tem iPhone.
Alexia: Sim, sim, Ă©.
Foster: E talvez a gente vai combinar com a tecnologia, vai ser uma singularidade, não sei se você sabe o que que é isso, mas todo mundo vai ter um computador nas suas cabeças.
Alexia: Uma coisa que eu acho que também não vai mais existir é essa história de mulheres terem que lutar pelos direitos enquanto existem ainda, tipo, homens fazendo as leis pras mulheres como em relação ao aborto, como em relação ao voto que existiu e etc, etc. Eu to falando de uma forma muito ampla e muito subjetiva, porque eu não quero entrar nesse assunto agora, mas eu também acho que essa parte, tipo as mulheres do futuro e os homens do futuro vão olhar pra trás e falar “Meu Deus, que perda de tempo, vocês terem lutado tanto tempo com isso, enquanto podia ter sido resolvido tanto antes,” sabe?
Foster: Eu espero que sim.
Alexia: É.
Foster: Espero que sim. Eu pensei numa coisa agora, a medicina, a forma que a gente toma medicina hoje em dia...
Alexia: O remédio.
Foster: O remédio, é, mas quando eu estou falando mais em geral, eu posso falar medicina né?
Alexia: Você pode falar, “a forma que a medicina é feita hoje em dia,” entendeu?
Foster: É, não, mas é mais relacionado com o jeito que a gente toma remédios.
Alexia: Então é, “o jeito que nós tomamos remédio.”
Foster: Tipo, hoje em dia, “ah vocĂŞ está sentindo dor, toma essa pĂlula, toma esse comprimido,” nĂ©? E eu acho no futuro vai ser tipo, “ah a gente já sabe a sua genĂ©tica, seu DNA.”
Alexia: Uhun.
Foster: “Perfeitamente, todos os genes, então você vai tomar esse remédio que foi feito especialmente, personalizado pra você.”
Alexia: Pode ser interessante essa ideia, mas aà vai muito que a gente falou também com relação…. Inteligência artificial, que vai ser um relacionamento artificial de qualquer forma, então… Bom, eu acho que é isso, a gente podia ficar aqui o resto do dia inteiro falando sobre, discutindo sobre, do nada ia surgir mais uma ideia, etc, mas eu, pra mim continua sendo tipo, what do you hope for, sabe? O que que você espera que mude, ou que se adapte, ou que não exista mais.
Foster: É, eu acho que talvez você seja um pouco mais otimista comparada comigo, mas, sei lá, a gente não sabe, a 100 anos talvez o mundo vai ser um lugar muito bom e justo ou talvez todo mundo vai morrer daqui a pouco com um, sei lá…
Alexia: Então tá bom. Então a gente se vê no próximo episódio.
Foster: Se estamos vivemos.
Alexia: Se estivermos vivos.
Foster: Ahhh sabia. Tchau tchau.
Alexia: Tchau.