Foster: Oi Alexia, tudo bom?
Alexia: Tudo Foster, e com você?
Foster: Você já está rindo de mim, sacanagem.
Alexia: Eu to muito feliz que o ano tá terminando, a temporada, então é um sentimento de dever cumprido e no final da temporada eu posso rir um pouco mais de você do que o normal.
Foster: Sim, mas, editando todos os episódios, eu percebi que a gente ri muito.
Alexia: Sim, a gente se diverte, o que é ótimo.
Foster: Sim mas, eu acho que parece que criando um podcast, é tipo “Ah, a gente somente ta conversando, e rindo, se divertindo”, mas season 2 demorou pra caramba porque é muito trabalho.
Alexia: É muito trabalho. Só pra explicar um pouco pras pessoas como é que a gente funciona: a gente grava, a gente tenta gravar muitos por dia, né. O Foster edita. Eu faço as transcrições, a maior quantidade que eu puder se não a gente tem que chamar uma outra pessoa pra fazer, e gastar dinheiro com isso, e depois a gente pra um, pras worksheets né, pra deixar bonitinho, coloca no site, e faz a venda. Ou seja, é muita coisa pra duas pessoas fazerem, sendo que a gente só, não tem só, o Carioca Connection, tem bilhões de outras coisas também.
Foster: É, e realmente é muito mais do que isso. Tipo, pensando quais são as melhores frases pra colocar, corrigindo as...
Alexia: Melhores assuntos.
Foster: É difícil, mas a gente não está aqui para reclamar, a gente está aqui para falar sobre o Uruguai.
Alexia: A gente não tá reclamando, a gente tá contando um pouco pras pessoas como é que a gente trabalha. Porque eu acho interessante eles saberem pelo que que, por exemplo, se uma pessoa resolver comprar as worksheets, eles vão entender exatamente o que que eles estão pagando. Não é simplesmente o texto, é todo o nosso trabalho. Então eu acho que vale a pena também, eles entenderem.
Foster: Sim, mas na verdade eu podia... Caraca, vou espirrar de novo.
Alexia: Saí espirro, saí espirro!
Foster: Já saiu, amor. Calma.
Alexia: Toda vez que eu falo isso, a pessoa perde a vontade de espirrar.
Foster: Bom, eu poderia gravar uma temporada inteira de podcast, sobre o processo de criar um podcast, mas é outro episódio, é outra temporada. Então, agora, Uruguai. Amor, me fala, como que foi sua experiência lá?
Alexia: Muito bem. A minha experiência foi maravilhosa. Foi um dos melhores lugares que a gente já foi na vida, eu imagino. E olha que eu e Foster, a gente começou a viajar juntos a menos de três anos atrás, né, e normalmente pros mesmos lugares, que é Brasil, Estados Unidos. E aí foi a nossa primeira viagem internacional, quando a gente foi pro Chile, Argentina e Uruguai. E Uruguai foi simplesmente incrível e não tava nos nossos planos.
Foster: Sim. Sim, realmente foi. A gente estava em Buenos Aires, que a gente já gravou um episódio sobre a cidade, e eu percebi que “Caraca, Montevideo fica uma hora de barco”.
Alexia: Sim! Não, e outra coisa, é uma hora de barco indo pra Colônia de Sacramento porque se fosse direto, ia ser uma hora e meia só de barco, e não precisaria pegar o ônibus depois.
Foster: Então amor, você quer contar a história sobre o barco como é que é, e o negócio dos passaportes?
Alexia: Sim, vamos lá! A gente estava em Buenos Aires, né, e a gente tinha que ir pra Puerto Madero, que é onde tem o terminal da Buquebus, que é o barco que leva a gente, né? Que não é um barco, é... Qual o nome daquilo?
Foster: Um cruzeiro.
Alexia: É, é. Não é um cruzeiro, vou lembrar depois.
Foster: É um Ferry.
Alexia: Ferry boat, exatamente. Um Ferry boat. E a gente chega nesse terminal, faz o check-in, só que obviamente, a gente vai mudar de país, então a gente tinha que fazer a imigração, né. Então a gente sobe, aí tem a parte da imigração e da aduana que é onde eles vêem as nossas malas e etc. A gente sai da Argentina, aí a pessoa da Argentina dá o carimbo tudo certo, aí a pessoa vira pra mim e fala “Agora você por ir ali pro Uruguai”. E eu não entendi, porque assim, tava em território argentino ainda. Aí eu fiquei olhando, ela falou “Ali atrás” só que em espanhol “Ali atrás, ali atrás.”. Aí eu virei de costas e não vi nada.
Foster: É, é só dar uma volta.
Alexia: É, porque realmente não tinha nada. Aí ela falou “logo atrás de você está escrito Uruguai.” Aí eu olhei literalmente pra trás de mim, tinha uma mulher com um papel impresso escrito “Uruguai”, que ela que faz a imigração pra entrada do Uruguai logo ali, naquele lugar. Aí ela olhou pra mim e perguntou quantos dias eu ia ficar, tudo certo, onde é que eu ia ficar, tudo certo, me deu os noventa dias de Mercosul, né, que é normal, e aí a gente foi pro barco. O Foster não tava se sentindo bem naquele dia, tava meio enjoado né?
Foster: Sim, sim. Não lembro se foi que eu bebi demais ou somente, sei lá.
Alexia: Aí o barco, na verdade você nem sente que tá em cima da água. É muito, muito tranquilo. Você demora uma hora pra atravessar pra Colônia de Sacramento. Aí quando chega em Colônia, é aquele tipo de Ferry que tem até carro pra colocar dentro, então tem muitos argentinos que saem de carro direto de Buenos Aires e ficam passeando por Uruguai.
Foster: Sim.
Alexia: E volta no final do dia. A gente pega um ônibus, super confortável, que te deixa na rodoviária de Uruguai, é, de Montevideo, desculpa. E é isso, é mais ou menos isso.
Foster: Sim, super fácil. Então recomendo se você está planejando, sei lá, uma viagem à America do Sul, se você vai visitar Buenos Aires, Montevideo é super fácil pra chegar lá e super, super vale a pena. Mas me fala Alexia um pouco sobre a cidade. A gente amou Montevideo, por quê?
Alexia: Bom, pra ser bem sincera a gente não conheceu Montevideo inteiro, né, a gente ficou só numa parte chamada Ciudad Vieja, que é cidade velha, que é a cidade mais antiga de Montevideo. Quer dizer a parte mais antiga de Montevideo.
Foster: Sim, sim.
Alexia: E a gente deu muita sorte porque a gente ficou na rua principal, né, que é a rua Sarandi.
Foster: Ah, Sarandi.
Alexia: E fazia tudo, literalmente, a pé. Tudo, tudo que vocês possam imaginar. A gente não pegou carro uma vez, pra nenhum lugar. A gente fez tudo a pé.
Foster: É verdade, não pensei nisso.
Alexia: Sim. E outra coisa, os uruguaios, eles são maravilhosos. Eles te tratam muito bem, é um povo...
Foster: Gente boa.
Alexia: É, é um povo muito amável, sabe, muito gentil. E qualquer uruguaio sabe falar, obviamente espanhol, português, né, porque eles tiveram, a maioria teve que aprender com a quantidade de brasileiro que tava indo, e inglês.
Foster: Sim, porque eles, é, a indústria do turismo é muito forte pra eles.
Alexia: Sim, é. E o Uruguai tem três milhões e meio de habitantes, e um milhão e meio vive em Montevideo. Então é realmente a cidade grande deles, não é assim, uma das cidades grandes, é a cidade grande do país.
Foster: Sim, um estado super pequeno. Mas realmente os uruguaios, uruguaios – não, como é que é em português?
Alexia: Uruguaios.
Foster: Uruguaios. É, mas eu queria falar uruguaizos, como eles falam. Mas é um povo tão caloroso, tão, me lembra muito dos mineiros.
Alexia: Lembra, lembra. E Uruguai, ele tem uma mistura de, de culturas muito fortes, porque eles já foram do Brasil, já foram de Portugal, eles já foram da Espanha, eles já foram da Alemanha, já foram da Inglaterra, já foram da Argentina, eles já foram de todo mundo. Claro que como qualquer outro país eles tem os seus problemas, não é tudo é as sete mil maravilhas, é um... Montevideo é uma cidade mais cara, né, não é uma cidade barata...
Foster: Não.
Alexia: Mas tudo que você faz lá, por exemplo as comidas, o que você pagar pela comida vai ser a melhor comida que você já comeu na sua vida.
Foster: É, a gente pode falar sobre a comida um pouco?
Alexia: Claro! Conta um pouco.
Foster: Porque a gente comeu tão bom. Mas...
Alexia: Tão bem.
Foster: Tão bem. Eu sabia. Mas, nossa, Nossa Senhora, tipo Chivito que é um sanduíche uruguaio que tem tudo, que tem bife, tem ovo, tem, sei lá, é meu sanduíche predileto, hoje em dia. Eu sou um que ama sanduíche Chivito é foda, gente, desculpa.
Alexia: De fato, é muito gostoso. Eu não consigo comer porque eu acho muito grande, então eu prefiro um bom pedaço de carne - me desculpem os vegetarianos - do que um Chivito.
Foster: Não, mas é uma loucura que a gente não come muita carne, e lá tem tipo cinco vacas por cada pessoa, né.
Alexia: É, e é muito engraçado porque por causa da cultura, da influência italiana que o Uruguai teve, lá eles falam “Aqui a gente come pasta e carne”.
Foster: É, mas a carne é muito, muito boa lá.
Alexia: É muito boa. Você quando tava em Colônia de Sacramento, você foi dormindo no ônibus, eu fui acordada. E aí a gente passou por uma parte de campo, que, todas as pequenas fazendas, porque, lembrando: Um milhão e meio de pessoas são agricultores e são fazendeiros e tem gado e etc.
Foster: Sim.
Alexia: Então, realmente o Uruguai é um lugar de vacas. De criação de vacas. E de carne, de corte de carne, né. E aí eu comecei a olhar assim as vaquinhas, aí eu falei “ai que bonitinhas”, aí eu lembrei “gente, eu to no Uruguai, isso aqui não é pra tirar leite, isso aqui é pra comer”. E aí eu comecei a ter um pouco de nervoso do que que ia acontecer. Porque né, você fica vendo aquilo, e eu e Foster a gente não come tanta carne vermelha, a gente... Não é que a gente não goste, a gente, simplesmente não é do nosso dia a dia.
Foster: É, eu prefiro um peixe, sei lá.
Alexia: É, exatamente. E aí no, acho que no penúltimo dia, um olhou pro outro e falou “Bom, a gente precisa comer carne.” E aí lembra que a gente pediu aquele bife?
Foster: Sim.
Alexia: Que foi uma delicia?
Foster: Lembro, lembro. E também não estou lembrando do nome do lugar onde a gente viu o show do Tango.
Alexia: Primuseum.
Foster: Primuseum.
Alexia: Isso, primuseum. Bom, quer explicar um pouco sobre esse lugar?
Foster: É, é um lugar fantástico, que tem talvez a melhor comida que eu já comi na minha vida. E tem tipo, sete pratos diferentes, e tem um show de tango fantástico. E é uma casa antiga, que tem tantas coisas nas paredes. É tipo um, sei lá, não sei, talvez você explicar um pouco melhor.
Alexia: Sim. Essa casa era um museu, né, que é um pai e um filho que tomam conta e é um museu de como que os antigos uruguaios costumavam viver, então, por exemplo, tem recibo de uma costureira. Tem aquecedor, tem as panelas antigas, assim, tudo que vocês podem imaginar de coisas de casa, eles começaram a colecionar. Então cadeiras antigas, móveis antigos, ternos antigos, tudo antigo. E um belo dia eles resolveram transformar o museu em um restaurante também. Só que não é um qualquer restaurante, você não pode chegar, bater na porta e entrar. Você tem que fazer uma reserva antes. E você não sabe o quanto vai pagar, né, a gente teve bastante dificuldade de encontrar o valor.
Foster: Na verdade eu não lembro quanto a gente paguei, porque – a gente pagou...
Alexia: É 70 dólares para cada um.
Foster: É, é caro, mas super vale a pena.
Alexia: Não, mas calma. Então assim..
Foster: É, mas com 7 pratos a gente ficou... Bem barato!
Alexia: ...eram seis, eram seis pratos. Eram quatro entradas um prato principal e a sobremesa. E água e vinho à vontade. Se você quisesse tomar seis garrafas de vinho, você poderia tomar seis garrafas de vinho, só que eu e Foster a gente não consegue.
Foster: Não lembro mas, a gente tomou várias.
Alexia: A gente tomou duas.
Foster: Ah tá. A Alexia lembra.
Alexia: Eu lembro. E o show de tango não é com dançarinos, é uma banda, né, é um grupo de tango, que com cantor, pianista, qual o nome daquele, daquele instrumento grande?
Foster: É o baixo?
Alexia: É aquele grandão e gordão, sabe? Aquele instrumento grande, esqueci o nome.
Foster: Podem ser vários, amor.
Alexia: É, e são no máximo vinte mesas. E nós fomos os primeiros a chegar. Então, quando todas as mesas estão prontas, tudo se inicia ao mesmo tempo, então todo mundo recebe a primeira entrada junta, a segunda entrada juntos, e assim vai. Só tem dois garçons, e provavelmente cinco pessoas na cozinha, e o dono, que é o mais novo que é tipo da nossa idade, fica lá, dando atenção pra todo mundo.
Foster: É, ele é super legal, tipo meio um surfista. Que a gente viu ele várias vezes pela rua.
Alexia: Como que é o nome dele? Santiago, não, Salvador?
Foster: Não lembro, mas enfim.
Alexia: Era alguma coisa assim.
Foster: Experiência fantástica.
Alexia: Não, experiência fantástica. E eu to fazendo questão de contar tudo porque eu acho que todo mundo que for a Montevideo, tem que ir nesse lugar, precisa ir. E assim, não existe outra opção.
Foster: Eu concordo. Então Alexia, eu acho que é basicamente isso que Uruguai, país sensacional. Montevideo, país sensacional. Se você está viajando pro Brasil, você deve visitar Uruguai também.
Alexia: Sim, com certeza. E é isso. Da pra você ir pro Sul do Brasil em dois tempos também.
Foster: Exatamente. Bom Alexia, até amanhã.
Alexia: Tchau!
Foster: Tchau, tchau!