Oi pessoal, hoje temos uma dupla! Então abram bem os ouvidos e venham aqui encarar esse desafio. O Thiago e a paula eles moram em Glasgow e é a primeira vez do Thiago morando fora, e já é a segunda vez a segunda vez da Paula morando fora do Brasil porque ela já morou em vários lugares, então eles estão aqui pra contar um pouquinho sobre essa história, como é que eles foram parar em Glasgow, o que que eles estão fazendo por lá, o que que eles mais sentem falta do brasil e principal: como é que eles lidam com o frio e com a chuva. Espero que vocês gostem.
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Alexia: Então, Thiago e Paula, vocês… olha, um prazer imenso estar com vocês aqui! Muito obrigada por vocês toparem, né! Gravar, porque nem todo mundo entende muito bem o que é que é podcast, pra que que serve, vocês entendem então isso já é muito bom. E na verdade eu quero saber de vocês: é a primeira vez que vocês estão morando fora ou não?
Thiago: Primeiro obrigado por ter a gente aqui, por receber a gente. É a minha primeira vez..
Paula: Eu morei fora..sem dar muito spoiler, mas eu morei fora quando eu era pequena; Mas como pessoa consciente do mundo, seria a primeira vez, como adulta.
Alexia: Como a sua escolha né, a sua primeira escolha.
Paula: Isso! Não fui levada a morar fora, não fui porque eu quis. Mais ou menos, né…Não..foi por escolha [risos]
Alexia: E porque Glasgow?
Thiago: Eu vim pra cá estudar, né; e eu estudei produção em áudio aqui, e não é um curso que tem muito no brasil. tem alguns cursos técnicos, mas aqui eu consigo bacharel, mestrado e PhD, até se eu quiser chegar nesse nível. E a escolha entre Londres e Glasgow e a escolha de Glasgow simplesmente foi porque era bem mais barato; Essa foi a escolha; é a mesma escola que tem tanto em Londres quanto em glasgow, então a qualidade do ensino seria praticamente a mesma, mas o Glasgow era muito mais barato, então na hora de pesar todas as coisas Glasgow ficou bem mais interessante e pra gente era divertido porque era uma coisa..uma escolha bem exótica pra gente. Glasgow..
Paula: Onde fica.
Thiago: Ninguém sabe onde fica…
Paula: Que língua se fala, tudo isso.
Thiago: Então foi bem interessante fazer essa escolha porque Londres todo mundo sabe o que é…Glasgow é um lugar estranho e a gente achou que ia ser mais divertido e está sendo.
Paula: É real, é real. Existe.
Alexia: É, e também na verdade… gente morar fora é muito caro. Você faz o primeiro investimento assim: vamos morar fora, vamos sair do Brasil… tem todo um planejamento por trás disso que às vezes as pessoas esquecem, sabe? E eu costumo dizer que todo mundo romantiza morar fora, então, assim… vocês estão certos! Certíssimos!
Thiago: A gente gastou um ano antes de vir pra cá em pesquisa, aí já era pra ter vindo pra cá em setembro de dois mil e dezoito e a gente acabou mudando isso para março de dois mil e dezenove porque as coisas não estavam acontecendo do jeito que a gente queria, então foi um bom tempo de planejamento antes de vir pra cá, não simplesmente pegar a escova de dentes e vir pra cá, é bem mais difícil que isso, então…
Alexia: Quem dera que fosse, né! Quem dera que fosse. E Paula, vocês são da onde no Brasil? São…
Paula: Bom, aí é a parte um pouco complicada… falando de mim, eu sou de Altamira, no Pará, mas eu saí de lá muito pequena então eu só me considero paraense de RG. No fim eu acabei morando em vários lugares do Brasil, então eu passei boa parte da minha infância no Rio de Janeiro, e da minha adolescência pra vida adulta foi em São Paulo, mas morei em Curitiba também, então eu sou uma mistura aí de sotaques de alguns lugares do Brasil.
Alexia: É porque o seu sotaque de paraense não tem nada, pelo menos os paraenses que eu conheço, não é nada…
Paula: É. Realmente não sei…
Alexia: E você Thiago?
Thiago: Eu sou paulistano da gema, então nasci e cresci, vivi lá a minha vida inteira; acho que talvez até no mesmo bairro; sou de Perdizes.
Alexia: Ah eu amo Perdizes! Adoro, adoro
Thiago: Então nasci e, cresci lá e antes de mudar para cá, morava lá; Então nem paulsita eu seja, talvez eu seja morador de Perdizes, então…
Alexia: É porque são paulo tem muito isso de bairrismo, né? Você tem “eu sou de Perdizes, Perdizes é o melhor bairro do mundo”, “Eu sou do Brooklyn, o Brooklyn é o melhor bairro do mundo” e assim vai…
Thiago: Porque as coisas são longe então pra você ir pra outro bairro às vezes, tirando o trânsito, é um pouco longe também…
Paula: É. E as ladeiras né? Todas as ladeiras
Thiago: É, perdizes tem muita ladeira.
Paula: Tem que ter coragem pra sair de casa.
Alexia: Tem mesmo, é verdade, é verdade. Parte da minha família inteira mora em São Paulo, meus primos moram em Perdizes, se não me engano, perto do parque da Água Branca
Thiago: Aham
Alexia: Bem ali na esquina, então assim, quando eu ia pra lá eu falava: gente eu nem pareço que estou em São Paulo porque eu vi o parque, sabe? então não era aquele “só prédio, prédio, prédio" era uma delícia, e aí depois quando você saía na rua: ok eu to em São Paulo, cadê o mar pelo amor de Deus! Cadê o mar?
Paula: No máximo um laguinho, assim, alguma coisa… mas mar, não; mar não tem.
Alexia: E Paula, agora voltando pra sua vida, porque você ficou mudando tanto?
Paula: O meu pai, por causa do trabalho e por questão de estudo também. Ele teve muitas oportunidades de morar em vários estados, inclusive morar fora do brasil, que foi essa experiência que eu tive quando eu tinha cinco anos; então meu pai recebeu uma oportunidade para fazer o mestrado e doutorado nos Estados Unidos; então foi toda a família que seria: meu pai, minha mãe e eu. Nós três fomos pra lá. Moramos no Mississipi, em Jackson, se não me engano e, mais eu era pequena, tinha cinco anos e a gente ficou por lá mais ou menos uns dois anos e meio e depois disso a gente voltou pro Rio de Janeiro. Então foi essa experiência que me ajudou com relação ao inglês, que me deu o embasamento. Eu fui alfabetizada primeiro em inglês, aí toda a referência de sotaque, de vocabulário, obviamente é americana, bem dos Estados Unidos; e aí depois de morar nos Estados Unidos a gente voltou pro Rio de Janeiro e aí eu fui vivendo minha vida no Rio de Janeiro, depois em São Paulo e fui investindo na minha vida como falante de inglês e acabei fazendo faculdade, fazendo a pós, voltadas pra letras… fiz letras tradução, em São Paulo no mackenzie; e aí lá em São Paulo eu pude trabalhar como professora de línguas, professora de inglês, né. E aí ajudou um pouco na decisão de mudar pra cá, uma vez que a gente descobriu como era o sotaque escoces, fez a nossa pesquisa, assistiu muitos filmes, muitas séries, outlander, essas coisas todas… pra tentar entender [risos]
Alexia: Gente verdade, Verdade!
Paula: É um pouco diferente, mas… deu pra ajudar com algumas coisas, então a gente foi tentando achar o que que a gente pode aprender sobre a Escócia no Netflix, na internet e tudo mais, e aí a gente foi pensando pra se preparar a questão da língua ajudou bastante. Essa minha jornada desde pequena até a vida adulta com o inglês foi também um fator decisivo pra mudar pra mudar pra Escócia, além da questão financeira.
Alexia: É, mais assim Paula: Eu já tive outras pessoas aqui comigo e que na verdade são meus amigos assim, que eu conheci há anos e que eu nunca tinha parado pra pensar, quer dizer, claro que entendo essa parte, mas da forma como eles falaram, por exemplo tem uma amiga minha que ela foi muito novinha pros Estados Unidos e aí ficou nos era por exemplo, por dez anos depois voltava pro brasil, aí ficava tipo, um ano e depois voltava pros Estados Unidos e tinha que se readaptar, né; e sempre existia essa readaptação na vida dela; Você foi muito mais em relação aos estados brasileiros, porque você ficou “pouco tempo” (entre aspas) nos Estados Unidos, que você era muito novinha. foi alfabetizada, mas você lembra da vida nos Estados Unidos ou não?
Paula: Lembro, lembro. As minhas melhores memórias da infância são lá mesmo porque, eu acho que uma das primeiras memórias que eu tenho, das lembranças que eu tenho, foi acordando, não sei porque, foi acordando no aeroporto nos Estados Unidos; e aí eu percebi que eu não estava mais no meu país e eu falei: “o que tá acontecendo” obviamente que os meus pais me prepararam pra viagem, conversam, explicam tudo, Mas..: criança, né gente não tá nem aí pra nada, a gente só quer se alimentar, se divertir, né…então. Eu lembro que uma das primeiras coisas que eu experimentei..e, um pouco mais consciente foi essa experiência de chegar no aeroporto e ouvir pessoas falando coisas que eu não entendia. Mas pelo que meus pais me contam da experiência, não foi traumático, nada traumática essa experiência, e eu acho que mais ou menos em três meses meus pais me falaram que eu já tava me comunicando e brincando com as outras crianças, já recebia ligação: “Oi a Paula pode vir brincar aqui na minha casa??”; E meus pais “A Paula???” “É a Paula!”
Alexia: “Você tem certeza??”
Paula: É! Essa Paula??
Thiago: É a mesma Paula?
Paula: Porque, na experiência, eu acho que só o meu pai sabia falar inglês. Minha mãe foi acompanhando, né, assim como…foi a nossa relação…
Thiago: Como a gente faz agora…
Paula: A minha mãe foi como a dependente acompanhando e só que a minha mãe, eu não sei se ela chegou a estudar alguma coisa, se deu tempo, eu não sei como foi a preparação deles, mas eu sei que meu pai era o único que tinha feito inglês antes e minha mãe lá estudou, e eu obviamente, cinco anos de idade não estudei nada; Mas eu acho que foi nessa janela de três meses aí, eu já tava brincando, socializando, fui pra escola normal, escola pública…
Alexia: Ai quem dera né? Se com a gente adulto fosse assim
Paula: Se fosse assim…
Alexia: Ai, nossa… Seria tão bom. Muitos problemas seriam evitados. E Thiago agora aproveitando que…a sua adaptação em Glasgow, como é que foi o começo de tudo?
Thiago: Foi um pouco difícil. A gente mudou pra cá em março de dois e dezenove e a gente pegou o final do inverno aqui, né. É engraçado quando a gente olha o mapa mundo assim, a gente não percebe o quanto no norte fica Glasgow; A gente começou pesquisando e falou assim: nossa Glasgow fica no sul do Alaska, se você seguir a linha assim é o sul do Alaska.
Alexia: É muito frio!
Thiago: É muito frio. E é.. embora não chegue a temperaturas muito abaixo de zero, o frio daqui é muito úmido; aqui é muito, muito úmido; Então você sente muito frio, então essa primeira adaptação e eu… embora a gente tenha viajado bastante, eu nunca tinha visto neve na minha vida; esse foi o meu primeiro choque, assim né.
Alexia: Que é o máximo! Eu sou super clichê com neve, né? Eu adoro. Eu quando vejo neve não tenho o menor problema de estar lá fazendo anjinho, tudo.
Thiago: Eu acho neve legal por dez minutos, aí depois eu acho que…
Alexia: Mas é porque quando mora em um lugar com neve é diferente. Eu, turista com neve, sou ótima!
Thiago: Não, eu aproveitei bem esses dez minutos, eu aproveitei muito bem.
Paula: Foi muito feliz, me diverti dez minutos.
Thiago: Mas o mais divertido quando a gente veio pra cá, assim, fora o frio que não era tão divertido assim… eu descobri que você não aprendeu nada de inglês antes, né… Porque você chega aqui e o sotaque é muito complicado, né; Hoje eu acho que a gente já acostumou um pouco… as vezes é difícil, você nem acredita que a pessoa ta falando inglês, mas é inglês; Mas o sotaque foi muito difícil de…
Paula: Processar.
Thiago: De processar, de entender o que eles estavam falando. Às vezes era, tipo, eu passava o tempo todo: “desculpa, você pode repetir”; mas é uma cidade legal pra morar, ela é bem…pra paulista parece uma cidade um pouco pacata, assim; Mas ao mesmo tempo ela tem bastante recurso, bastante coisa pra fazer; O legal daqui, os museus são todos gratuitos…
Alexia: Ai que máximo!
Thiago: Pode entrar, se você quiser ajudar e doar, você pode doar; mas você pode entrar, você pode fazer o que você quiser, e tem todos os serviços que você tem em qualquer outro lugar do mundo, não é uma cidade tão separada, tão diferente assim…
Alexia: Não é uma cidade esquecida, né..no meio da Escócia, tipo…existe vida, existe gente.
Thiago: E existe uma vida bem interessante, é bem.. tanto é que essa não foi…as pessoas não são tão diferentes de São Paulo, tão diferente do Brasil, de outro lugar. É simplesmente porque às vezes você não entende o que elas falam.
Alexia: Sim…é como é que elas lidam com isso?
Thiago: Elas se entendem [risos]
Alexia: É porque eu imagino que até pro próprio inglês britânico né, pra eles se comunicarem entre si também já é difícil… sotaque escoces é muito difícil, irlandês já é..escoces ainda pior pra mim, então…
Thiago: Não, é bem complicado. Às vezes você vê que…talvez o que more aqui o que viva aqui não tenha tanto problema, porque você consegue ver também as diferenças que eles falam que tem o inglês da universidade, que é o inglês muito mais fácil de entender e tem o inglês do dia a dia né que é o cara que vive no dia a dia, então ele tem um inglês bem… um sotaque muito forte né, que é difícil de entender, mas… eu trabalhei com uma inglesa e ela falou que não conseguia entender muito bem os escoceses, não. E tem muito vocabulário diferente, tipo little aqui é wee, o bonito é bonnie..então tem muitas dessas coisas, que pra gente é até fácil de entender: bonito pra bonnie não é tão longe, né?
Alexia: Tá ótimo!
Paulo: O aye, aye, aye…
Thiago: É, aqui não existe yes, é tudo aye
Alexia: Aye, é verdade
Thiago: Então tem bastante dessas coisas assim; mas é…uma coisa interessante quando vieram falar assim: ah, de onde você é; ah a gente é do Brasil; E uma coisa que nunca ensinaram numa escola de inglês: Where about?
Alexia: Ah, é verdade! É verdade, vocês têm toda razão! Eu acabei de travar nesse momento porque, você falou, agora assim, como é que eu respondo isso?
Thiago: A primeira vez que perguntaram pra mim, assim: Que que ela tá perguntando?? Porque o inglês da Paula é muito melhor que o meu.
Alexia: E a Paula, coitada!
Paula: Não sabia, não sabia, fazia: “oi?” Espera que esse eu não lembre de ter ensinado nem de ter aprendido.
Thiago: Então a primeira coisa se eu falasse: Ah, eu sou do Brasil..”where about?” você não sabe, você fica sem reação antes de saber… aí a pessoa tem que parar e explicar. “Da onde do Brasil que você é?”... ah tá, então eu sou de São Paulo. Essas coisas que não te preparam, né. Você pode fazer vinte anos de inglês e quando você chega aqui o uso do inglês é muito diferente do que você aprende na escola oficial, na escola formal porque é o inglês do dia a dia e mesmo se você ensinar portugues, na hora que chega em Portugal ou no Brasil, o uso do portugues é muito diferente.
Alexia: Com certeza. Eu sofri isso na Carolina do Sul, então assim… a forma como eles falam, a forma como eles comem as palavras, a forma como eles comunicam entre si, é completamente diferente de como eu aprendi, é óbvio então ao mesmo tempo que é frustrante né, você chega falando: ok, eu já falo inglês que bom, aí você vai falar com alguém: não entende nada! Mas é um aprendizado e que bom né, que vocês estão assim. E Paula… você com seu inglês sendo professora de línguas e etc; foi um choque pra você ou não?
Paula: Foi porque é diferente você ter aquela confiança de “ah eu sou professora de inglês no brasil, olha você pode acreditar no que eu sei da língua, na minha experiência, nas minhas referências"; você chega aqui não só pra se relacionar, mas principalmente pra ensinar meu público alvo, meus alunos são os imigrantes, os refugiados, são essas pessoas que eu ensino aqui, que é o perfil de glasgow, o perfil aqui da Escócia…
Alexia: Isso que eu ia te perguntar…
Paula: Dificilmente… a gente, a gente num tem carro, então aqui a gente anda de transporte público e a gente já concluiu que no dia a dia a gente ouve inglês ou escoces falando. A gente ouve diversos sotaques, diversas nacionalidades, né. E isso também foi parte do “aprender a viver aqui”; não só com o escoces, né… o sotaque, o vocabulário, mas principalmente reconhecer, identificar, entender as outras pessoas falando o inglês que não é delas, assim como nós né, e…
Thiago: E o que facilitou pra gente aqui foi o fato de que é uma cidade muito internacional, Glasgow assim, você acha quase tudo menos escoceses nesse lugar, assim..
Paula: É, e.
Thiago: Então, assim.. eles aceitam muito bem o imigrante aqui…
Alexia: Que bom
Thiago: Então isso ajudou a gente, tanto a se sentir em casa e não ter o medo e…
Paula: As oportunidades de trabalho, de relacionamento foi também..isso também a gente pesquisou também essa parte né, e a gente desde o começo leu e aqui vivendo pode comprovar que realmente Glasgow é uma cidade que recepciona bem pessoas estrangeiras. E aí o meu desafio trabalhando foi justamente…principalmente com meus superiores, os meu coordenadores, a pressão de “oh meu Deus, não é minha primeira lingua”; aí caiu a ficha: não é minha primeira língua! E se eu to ensinando errado, e se não é assim que se fala? E a escrita que muda toda hora a ortografia é com s, é com z, põe um u, não põe… qual palavra que eu vou ensinar nessa aula… então nesse período todo eu tive que reaprender o que eu achava que já sabia pra adaptar para a realidade daqui. Então foi bem…tem sido bem legal essa renovação e ressignificação de mim mesma como professora.
Alexia: Com certeza, é a mesma coisa em relação ao portugues brasileiro e portugues europeu e o portugues africano, né; porque tem as suas diferenças e não tem como você negar; então várias coisas que eu falo aqui que existem no portugues brasileiro, não existem no portugues europeu e vice-versa; é um pouco mais fácil porque é mais parecido do que o escoces com o inglês americano, por exemplo, mas eu acho isso incrível, eu sou louca pra ir pra Escócia, o meu pai sempre falou que foi uma das viagens preferidas que ele já fez na vida, que a natureza é linda, as paisagens são lindas, etc; só que muita gente fala mais de Edimburgo do que Glasgow, em si, né. Então eu tava muito curiosa pra saber disso; se é uma cidade internacional, se não é; se tem muita gente de fora; e tem. isso é muito bom. Isso é muito bom pra vocês.
Thiago: O interessante de Glasgow é a hora que você compara com Edimburgo… Edimburgo a gente foi visitar, é uma cidade internacional, mas é uma cidade turística. Essa é a visão que eu tenho de Edimburgo. E Glasgow é uma cidade internacional pra você trabalhar e morar.
Alexia: Entendi.
Thiago: Ela tem esse.. é um lugar mais… é mais caseiro, vamos dizer assim. Glasgow é um pouquinho mais caseiro. É uma cidade, usando um termo… bluecollar; Tipo… ela foi criada em volta dos… dos shipyards
Paula: Dos estaleiros.
Thiago: Dos estaleiros, então ela é uma cidade bem de trabalhador, mesmo assim; então…e Edimburgo não..era onde…era…onde tem a sede do governo, é onde tem as grandes empresas…
Paula: Palácios, né… rainha.
Thiago: Os palácios onde a rainha vem passar as férias dela aqui, de vem de quando, embora é Balmoral que elas passem que é mais lá no highlands que é onde ela passa mesmo as férias… então é uma cidade bem turística, assim que você fala: “ah recebe bem os turistas”, mas a gente não se vê morando lá; pra morar é Glasgow. É o lugar…é mais caseiro, como eu falei, é mais…
Alexia: E aproveitando, vocês falando sobre ser mais caseiro, vocês consideram Glasgow como casa hoje em dia?
Paula: A gente ta no processo de vê o que que dá [risos]
Thiago: É, Eu acabei meu curso, né… a gente vai…eu acabei em abril agora e a gente tá decidindo, a gente voltou pro processo de decisão do que a gente vai fazer da vida: se a gente vai no… porque quando a gente mudou pra cá era um plano de quatro anos, né; então a gente não vai voltar pro Brasil agora, porque dentro do plano de quatro anos, a gente tá terminando o segundo, né.
Alexia: Sim.
Thiago: Então pensando nessas coisas que a gente ainda tem que fazer, a gente tava falando: ah vamos ficar em Glasgow, vamos tentar alguma coisa em Londres, tentar um phd em south hampton, que é lá no sul da inglaterra, vamos pra espanha, que era uma opção fazer o mestrado em Valencia…
Paula: Portugal…
Thiago: Portugal…
Alexia: Claro.
Paula: Por que não?
Thiago: Por que não…são opções também, então a gente tá nesse meio, mas por enquanto tudo meio que converge pra glasgow pra gente ainda, assim, então…
Paula: Ou pelo menos no Reino Unido…
Thiago: Ou Reino Unido… Mas tipo, eu ainda não me vejo em Londres, embora o mercado de trabalho pra mim em Londres seja fenomenal, ainda não é o lugar que eu me vejo; a gente ainda se vê mais aqui em glasgow, mais porque a paula tem tido boas oportunidades aqui, então…e eu posso trabalhar de qualquer lugar com meu trabalho, hoje em dia.
Alexia: Isso que eu ia falar, porque eu imagino que com a pandemia… assim thiago, você provavelmente já trabalhava remotamente há muito tempo, ou não?
Thiago: Na verdade, não; No Brasil eu trabalhava, tinha minha empresa, mas… a gente tinha escritório, tinha tudo; Quando eu mudei pra cá…
Alexia: Você ia até lá?
Thiago: É eu ia pro escritório, e aí quando eu mudei pra cá, eu passei o primeiro ano só estudando. e aí logo que eu comecei a trabalhar removo, pra uma empresa da Austrália, na época, foi em dezembro de dois mil e dezenove, então eu trabalhei três meses remoto, e aí veio a pandemia. Ah eu já to acostumado, então já treinei pra isso; já foram três meses de… treinando, então acostumei, pra mim não tem problema nenhum, é fácil; tanto é que agora eu trabalho com tres fuso horários diferentes: com Austrália, Estados Unidos e Reino Unido… então pra mim não tem tanta… já , ah vamo pro Alaska. Pra mim não tem problema, posso ir. Se eu tiver internet eu to bem.
Alexia: É isso! Isso que eu ia falar, você só precisa ter internet. E pra você Paula? Como é que foi a sua experiência sendo professora? Você sente falta de ir pra uma sala de aula, você já voltou pra sala de aula ou não?
Paula: Então, quando eu comecei aqui eu comecei como professora de portugues e depois durante a pandemia surgiram as oportunidades de trabalhar como professora de inglês, então a minha iniciação aqui foi em sala de aula, foi trabalhando presencialmente pra escolas; e aí alguns meses depois… dois mil e dezenove a gente mudou, eu comecei a trabalhar; dois mil e vinte veio a pandemia, né… Aí a gente fez toda a transição; eu trabalho pra diversas escolas e organizações; fez toda a transição online, e hoje eu acho que as pessoas descobriram que dá certo. Aula online, aprender online, ensinar oline… então aqui com todas as restrições que tão deixando de existir, as organizações estão questionando isso: até onde a gente precisa ter todos os cursos ou cursos específicos presenciais; Então hoje me dia todos os meus trabalhos, pra todas as escolhas… projetos que eu trabalho são online e eles ainda estão na fase de “ah você se sente seguro para voltar, você gostaria de voltar”, então eles estão fazendo toda essa preparação; eu acho que pra esse ano é difícil voltar o presencial. Pode ser que para o próximo ano volte mas não vai ser exatamente como era antes da pandemia, porque eu acho que foi descoberto as vantagens da aula online que você pode ter alunos de diversos lugares e professores de diversos lugares; eu particularmente gosto muito de dar aula online, principalmente porque eu tenho os meus recursos, eu só preciso do meu computador, internet, conexão boa, Mais pessoalmente porque eu não preciso ir até o trabalho. E como a gente não tem carro, depende do transporte público. O transporte público aqui é muito bom, mas é uma preocupação a mais, né. E principalmente aqui quando chega o inverno, o outono com tudo, a chuva… eu prefiro ficar em casa, quentinha…acabou minha aula eu desligo meu computador e vou tomar minha sopa, tô feliz, entendeu?
Alexia: É isso, é isso. Agora você falou que começou dando aula de portugues aí. Quem é seu público de aulas de portugues ai?
Paula: Pois é! Eu nunca imaginei que iria mudar pra Glasgow na Escócia dar aulas de portugues; o plano era conseguir oportunidades dando aulas de inglês, mas foi a primeira coisa que surgiu e foi um desafio muito interessante e legal, porque realmente eu não imaginava. O público aqui costuma ser pessoas, no começo, né, pessoas que se aposentam; então, casais mais velhos, pessoas mais velhas, aposentados que gostam do Algarve, vão lá pra, né curtir, compraram casa, compraram imóveis, mas não se prepararam pra viver; e aí com a ideia do Brexit, com tudo que aconteceu muito tomaram a decisão de ter portugal como residência, né; e não só um lugar pra ir no verão, então a grande parte do público antes da pandemia, dos presenciais, eram esses alunos. A outra parte do portugues é… são pessoas que ou tem relacionamentos com nativos ou familiares
Alexia: Sim. Tem namorado, namorada, Marido…
Paula: Isso. Sogra…amigos, tal. E alguns poucos do Brasil que amam o Brasil ou foram pro Brasil ou conhecem pessoas do Brasil. Mas a grande parte é pessoas que vão pra Portugal, tem casa em Portugal ou tem relacionamentos com pessoas portuguesas.
Alexia: Gente é incrível a comunidade britânica aqui, é uma coisa surreal, O Algarve é dominado por eles completamente! Tem lugares que você vai e você só escuta inglês também, é uma coisa surreal. Que o dono da padaria é britânico, que o dono do restaurante é britânico e aí tem o restaurante que é italiano, sabe? Tem umas coisas assim, muito diferentes e esse ano os portugueses, eles costumam tirar férias em agosto, então todo mundo em agosto tá de férias; não existe uber em agosto aqui no Porto, pra vocês terem uma ideia, tá todo mundo lá no Algarve. E aí eles tem falado: Engraçado esse ano não tem muitos britânicos, mas tem muitos franceses, provavelmente por causa do Brexit. E sim né, por causa do Brexit, por causa da pandemia que cada hora é uma nova pra ir, que tem que voltar e fazer quarentena de quinze dias no hotel, ou não e etc, etc; Então, esse ano os franceses estão dominando o Algarve totalmente.
Paula: Legal: dá pra ver essa diferença de perfil né…
Thiago: E mudou bastante seus alunos também. Não tem mais tantos que vão se aposentar em Portugal.
Paula: Hoje em dia os meus alunos são mais jovens. Eu não tenho alunos que são mais velhos nesse perfil que eu tinha antes; eu tenho mais alunos jovens que são por questão de turismo e por relacionamento. Ah eu tenho um amigo, eu tenho um namorado, mulher; esse é meu perfil. Mudou bastante mesmo, desde que eu comecei. Talvez seja pelo formato, né… por ser online.
Alexia: Sim, sim. Do nosso lado a gente também vê muito mais jovens, né com a gente do que os mais velhos em si, assim. Eu vejo muito pelo meu pai. Meu pai tem setenta e cinco anos. Ele cansa ficar na frente do computador; é muito mais legal ele ir a aula, conhecer outras pessoas e fazer um grupinho de amigos do que ficar no computador, é mais uma coisa que se faz no computador. Eu entendo perfeitamente isso. Enfim…
Thiago: Tem o lado da socialização também né, de você… não é só ah to não to indo só aprender portugues, to indo conversar com outras pessoas, então tem um…
Alexia: Exato, exato!
Thiago: Tem um quê disso também.
Paula: É.
Alexia: Exato. E agora, falando sobre a comunidade brasileira aí. Existe?
Paula: Eu acho que existe mas a gente não tem muita noção, muito acesso, assim. A gente não procurou… quando a gente mudou pra cá, a gente veio com a ideia de “não, se a gente tá indo pra lá a gente vai”... não falar tchau, tchau Brasil porque a gente ama o Brasil, tem as relações com a família e tudo mais. Mas a gente veio com a cabeça aberta pra aprender e desapegar de algumas coisas, né; Então… mas foi coincidência também, não é uma assim “se a gente vê brasileiro a gente atravessa a rua”. Às vezes dependendo da situação a gente fala “não, para de falar portugues” [risos] Não, brincadeira, mas a gente aqui não… acho que só no começo né entrava no Facebook pra ver as comunidades, pra pegar dicas de onde conseguir serviço, o que fazer, aquelas dicas de preparação pra quem vai mudar. Mas coincidentemente, nos nossos relacionamentos aqui com a escola, com trabalho, aqui também a gente faz parte de uma igreja, então a gente tem essa comunidade… a gente não teve muito contato com brasileiro. Apesar de que eu como professora hoje em dia, tenho duas alunas brasileiras numa das minhas turmas.
Alexia: Que interessante…
Paula: E é engraçado porque eu fico assim “você mudou pra cá, eu mudei pra cá e você veio pra cá pra ter aula com uma brasileira, de inglês” olha como é a vida, né; não dá pra escolher! Mas no fim, assim.. a gente nunca falou portugues na aula, tudo muito profissional, mas acho que meu máximo de contato com brasileiros aqui foram alguns alunos que eu tive.
Thiago: Na rua, assim, você tem lá pro centro você tem o boteco do brasil, que chama ‘Boteco do Brasil’ mesmo.
Alexia: Tem que ter em todo lugar!
Thiago: Tem o… tem um barbeiro que é o Brazil 's Barber, tem o Viva Brasil, que é um dos restaurantes mais caros daqui, que é uma churrascaria brasileira…
Paula: A gente ainda não foi pra ver.
Thiago: A gente ainda não descobriu se é boa de verdade, se é uma churrascaria convencional legítima brasileira; mas é um dos restaurantes mais caro aqui é o Viva Brasil
Paula: E o…
Thiago: Tinha um que era o Maracas. Assim tem bastante…
Paula: É…não sei onde é o maracas né, mas tem uma referência. E o Brasuca?
Thiago: Tem o Brasuca que é aqui perto, é um café aqui perto; mas também você vai lá é só no nome, assim. Embora a dona fale portugues, tudo. Mas a comida não é comida brasileira; a gente foi lá, ah comida brasileira: não, comida normal do dia a dia, mas chama Brasucas.
Paula: Tinha um pastelzinho, tinha umas coisas;
Thiago: é, comi um pastel lá; fazia tempo que não comia um pastel. Mas a coxinha estava em falta!
Alexia: Gente…
Paula: Eu acho que a gente não foi…desculpa.
Alexia: Não, não eu ia só falar sobre pastel. Eu descobri que aqui na rua abriu um restaurante de donos brasileiros também e eles fazem aquele pastel de feira enorme! Eu voltei pra casa com um pastel de feira quase chorando de felicidade; eu consegui comprar mate aqui pra casa também. Eu falei: gente eu to na praia! eu to na praia, tô muito feliz!
Paula: É, aqui é mais difícil esse acesso a… eu ia dizer que nesse restaurante deve ter o dia da feijoada, é que a gente talvez não tenha ido no dia certo, entendeu?
Thiago: Não pegou no dia certo.
Paula: Mas aqui é um pouco mais difícil para o dia a dia achar certos produtos brasileiros, né. Então a gente achou…
Thiago: É, a gente fez um orçamento que agora final de ano vai ser um banquete brasileiro, assim. Vai ser feijoada…
Paula: A nossa ceia.
Thiago: Ceia de ano novo é banquete brasileiro. Pão de queijo.
Paula: Bolo de fubá…
Alexia: Amei isso. É porque eu não sei o quão mais caro são os produtos brasileiros aí… aqui é mais caro mas não é uma coisa surreal, sabe. Dependendo do produto, porque também depende o tipo do produto, a importação, etc, etc. Mas aqui, assim, você consegue comprar, por exemplo, tapioca em todos os supermercados; não tem problema até porque virou uma coisa super internacional. Pão de queijo já tem produção local de pão de queijo também, então assim…
Thiago: Aqui é bem difícil, você tem um site que tem produtos do brasil que você consegue comprar as coisas, mas…eu sou viciado em Bis.
Alexia: Ah eu amo!!
Thiago: Bis é um dos melhores, pra mim é melhor que Kit Kat. As pessoas não acreditam nisso, mas é!
Alexia: Também acho! Não eu to contigo, eu também acho
Thiago: Viu? Viu? Viu?
Paula: Eu não tenho preferência, pode escolher…
Thiago: Mas é, acho que é o bis mais caro que eu já comi na minha vida…
Alexia: Sério?
Thiago: É. Custa 4 libras aqui. Uma caixa de bis.
Alexia: E que acaba em dois segundos, né? Convenhamos.
Thiago: Ou menos.
Alexia: Eu amo Bis.
Thiago: É complicado. Essas coisas são… Tapioca ainda é difícil, talvez você ache na amazon ou alguma coisa assim, mas também nao é tao barato… pão de queijo a gente teve que comprar o polvilho azedo e polvilho doce pra fazer em casa, mas aí teve que fazer com queijo cheddar porque não tem queijo certo aqui, então algumas coisas você tem que ir adaptando, não é tão fácil assim. Mas até que você acha, se você quiser, você acha tudo, né.
Alexia: E se tiver dinheiro também.
Thiago: Se tiver dinheiro também.
Paula: Pode ser que a gente não saiba achar, né. pode ser que outras pessoas já tenham outras referências e a gente não sabe, né. Mas novamente a gente veio com a cabeça aberta…
Thiago: A gente come hags aqui, a gente veio comer comida escocesa.
Paula: Tomar whisky.
Thiago: Tomar whisky.
Alexia: Aliás, a comida escocesa é boa? Vocês gostam?
Paula: É que é difícil definir comida escocesa porque eles não comem como a gente come, entendeu. Então por exemplo o que é o almoço escoces que a gente observou, é um meal deal, é um sanduíche com os crisps, com uma bebida. Esse é o almoço. Aí você fica assim, gente…
Alexia: É um sanduíche…Por que né?
Paula: É um lanche, é um lanche o almoço deles; Mas assim tem os pratos típicos como o hags, que a gente gosta, a gente acha bom.
Thiago: É muito bom.
Paula: Aí tem o fish and chips, tem o breakfast.
Thiago: O black pudding.
Paula: É, tem várias coisas assim, que são…a gente gosta, assim. Mas tem o questionamento do churrasco escoces.
Thiago: É, o churrasco escoces ele é regado a chuva; começa por essa parte que.
Alexia: Sério?
Paula: É porque sempre chove.
Thiago: É aqui chove demais.
Paula: Não é literalmente, é porque chove e..às vezes..
Thiago: Às vezes é literal.
Alexia: Eu tava pensando que as pessoas deixavam embaixo da chuva porque sei lá a carne…
Paula: Tradição, marinar com a água da chuva.
Thiago: Aqui o verão dura vinte dias e só e o resto..os outros dias chove, então se você quer fazer um churrasco, ele vai ser regado a chuva, não tem opção. Mas no… é engraçado porque não parece.. é hambúrguer e salsicha; esse é o churrasco deles aqui…
Paula: Aí sempre que convidam a gente eles pedem desculpa, né. Ah desculpa, a gente sabe que não é a mesma coisa. A gente fala “ah, não é, mas tudo bem!”
Alexia: Sim, agora eu entendo porque o tal do viva brasil, churrasco brasileiro é um dos mais caros porque convenhamos…
Paula: É. Achar o corte de carne certo… Mas é gostoso.
Thiago: Assim, a comida aqui é muito boa; assim, se você for pensar na comida tradicional escocesa é muito boa, só que nem eles comem tanto quanto…eles não aproveitam tanto, sei lá, no brasil se você trabalha no dia a dia, de quarta feira você come feijoada no PF lá, né. ou no quilo.
Alexia: Ou no quilo, exato.
Thiago: Aqui não existe isso, então ele vai comer o meal deal do mercado.
Paula: Comer na rua, comer andando; eu tenho maior aflição disso.
Thiago: Comer no carro…
Paula: Comer no carro, comer no ponto de ônibus
Alexia: Mas parece que isso é reuni unido inteiro, né. Porque eu falei com minhas amigas que estão em Londres e todos eles falam: eles não almoçam, eles sentam em frente ao computador e comem um sanduíche e pronto, esses são os quinze minutos, sabe? E aí, por exemplo, uma delas conseguiu colocar no contrato que ela tem uma hora de almoço e que ela não vai sair às cinco da tarde, ela vai sair às seis porque ela quer ter uma hora de almoço dela e pronto! E aceitaram; Mas também é uma empresa pequena e dá pra ter essas diferenças; eu não entendo, não; Eu não faço ideia, eu quero minha hora de almoço também.
Paula: Sim, é. Aqui a gente estranhou bastante, tanto quando… às vezes a gente tá com fome, vai comprar alguma coisa na rua, a gente compra e fala: você só vai comer em casa! Ai de você ficar comendo no meio da rua, comer no ônibus. Tem que comer em casa, sentado com calma.
Alexia: É.
Paula: É muito estranho.
Alexia: E Thiago, você na faculdade, as pessoas eram da onde? Escoceses mesmo..
Thiago: Tinha só um escoces na minha turma isso era em…
Alexia: Uau!
Thiago: É. isso era interessante também, que talvez na escola em Londres seja mais,... tenha mais nativos, né. Mas aqui era um escocês, tinha francês, italiano, tinha um suiço/peruano, um tailandeês. Era engraçado porque o sotaque que você menos ouvia… meu professor é islandes e o outro é da Lituânia. Agora eu vou ficar na dúvida se é Lituânia ou Letônia, um dos dois. Ele foi meu supervisor, ainda. Vai brigar comigo se eu não souber.
Paula: Ele não vai entender, então tudo bem.
Thiago: Ele não vai entender o que eu to falando. E o coordenador ele era escoces mas tipo, mesmo assim os professores eram já bem internacionais, bem globalizado desse jeito; então o inglês quebrado todo mundo tinha, era normal, era comum…
Paula: Os professores já sabem lidar com…
Thiago: Os professores já sabem lidar com isso também, então acaba sendo que… facilitou muito porque meu inglês não é perfeito, cometo muitos erros, mas você tá lá, você tem que comunicar, tem que fazer as coisas, enção…e num ambiente onde o inglês não é a primeira língua de quase ninguém.
Alexia: Isso é maravilhoso.
Thiago: ... isso acaba facilitando muito.
Alexia: Sim, porque toda pressão que tem por trás de você fazer o curso, passar no curso e etc, isso da língua já, ufa, já saiu, sabe. Isso é muito bom.
Thiago: E isso ajudou bastante. Dá aquela confiança a mais… você acaba ficando… tá, então se eu falar alguma coisa errada ele vai saber que eu to errado, mas ele não vai nem ligar que eu to errado.
Paula: Vai achar fofo. Mas tinha o perfil da sua turma né, que era questão da época também né?
Thiago: É verdade… porque tem aqui os cursos superiores começam em setembro; esse meu curso ele tem uma entrada, um intake que é em maio e é pra…e tem esse perfil, que é o cara mais velho e de qualquer lugar, né. As turmas de setembro são as pessoas que acabaram de sair do colegial e vão entrar na faculdade; então…
Alexia: Os calouros…
Thiago: É. Então talvez tenha essa ideia de ser um pouco… tenha mais escoceses nessas turmas assim, né; mas nas de..as entradas de maio costumam ser mais internacionais de perfil de gente mais velha mesmo assim. Pode ser que seja isso.
Alexia: Ah gente…pelo que vocês tão me falando vocês deram sorte em tudo praticamente né, tirando a pandemia no meio, que isso não foi sorte pra ninguém né, óbvio, porque vocês podiam estar muito mais adaptados hojem em dia do que estão… mas assim, eu já escutei histórias trágicas e a de vocês é ótima, é muito boa.
Paula: Graças a Deus.
Thiago: Não, acho que a gente deu bastante sorte aqui; a gente… tanto é que o apartamento que a gente tá aqui, a gente mudou… a gente falou “vamo fazer um mês de airbnb e vamo bater perna e achar lugar”; e aí o último dia que a gente tinha do airbnb era dia dois de abril; a gente mudou pra esse apartamento no dia primeiro de abril, e aqui alugar apartamento é muito complicado, porque você precisa ter carta de referência, você precisa ter crédito, você tem que ter conta no banco, ah não sei quanto tempo. Então a nossa única opção era fazer o aluguel com direto com o dono, né. O aluguel sem passar por imobiliária.
Alexia: Sim.
Thiago: E a gente achou aqui o…é engraçado que eu falo pro pessoal aqui que a gente mora num bairro muito classe alta…
Paula: Não tem nada a ver com a gente…nada a ver.
Thiago: Mas onde a gente mora é tipo.. o único prédio no meio de todo mundo onde é classe normal, classe média baixa.
Paula: Só casarão e a gente aqui.
Thiago: O nosso vizinho da frente tem uma Ferrari parada na garagem dele. A gente não tem nem carro, sabe assim…
Paula: Pega o ônibus..
Alexia: Pede carona pra ele! Fala “olha…”
Thiago: E é engraçado que a gente tem uma vista muito legal de Glasgow, a gente tá ainda no.. no topo.. no..
Paula: No morrinho…
Thiago: No começo de um morro, assim, então a gente consegue ver Glasgow inteira. Tem um estádio de rugby aqui do meu lado que eu consigo assistir as partidas do time local…
Alexia: Ai que máximo.
Thiago: Então a gente deu… com a maioria das coisas a gente deu muita sorte, em quase tudo a gente deu muita, muita sorte mesmo, assim. A gente nunca passou nenhum perrengue. Claro que a pandemia veio, a gente teve que fazer cálculo, contar moeda, vender almoço pra comprar a janta, essas coisas, mas isso também foi por um.. foi no começo da pandemia onde tava todo mundo…
Alexia: Desesperado…
Paula: Todo mundo desesperado…
Thiago: Desesperado. Então não entrava trabalho pra mim. A Paula também as turmas tinham parado porque a dona da escola ainda tava fazendo a mudança do presencial para o remoto, então foi um… Mas logo depois quando as coisas foram assim "Tá esse aqui é o novo normal” vai, vamos usar essa palavra aí, o novo normal as coisas começaram a fluir normal pra gente e…tanto é que no meio da pandemia, na empresa que eu trabalhava a gente era uma equipe de quatro, sobrou só eu. Então eu tava trabalhando por quatro e ganhando dinheiro por quatro no meio da pandemia.
Alexia: É, assim eu sinto muita pena dos outros três, mas que bom por você, né..vamos…exato!
Thiago: Não, mas alguns foram por escolha também; Foi assim: “não, eu tenho uma opção melhor aqui, eu tenho uma opção melhor aqui”; uma das pessoas ela foi promovida na empresa porque a pessoa de cima saiu. Então não foi tipo por…
Alexia: Ok.
Thiago: Não foi por problema, ah você foi demitido, você não vai mais fazer.. não eles foram… as pessoas foram se reajustando, então por conta disso acabou sobrando pra mim fazer trabalho pra quatro. Como eu recebo por projeto, eu recebia por projeto de quatro pessoas, então no meio da pandemia as coisas começaram a melhorar um pouco pra gente desse jeito também…
Alexia: Isso é muito bom.
Thiago: Então a gente deu muita sorte, a gente deu. Muitas coisas facilitaram pra gente… a gente preparou o máximo que a gente podia, a gente…
Paula: Deu a cara pra bater…Mandando currículo.
Thiago: Deu a cara pra bater, essas coisas. E também uma coisa que a gente fez era desde o começo a gente sempre vai fazer a coisa mais certa do que o certo, porque vamos.. se a gente tivesse vindo com… eu tenho a cidadania espanhola, o que facilita bastante também, mas se tivesse vindo de estudante eu não poderia trabalhar e a Paula poderia trabalhar só meio período. Então isso já ajudou bastante. E a gente “Ah não vamos fazer serviços de… por fora” fazer as coisas escondidas, então a gente não precisou fazer isso. O seguro de… não é seguro né…o plano de saúde, o universal daqui.. a gente deu outra sorte porque na inglaterra a gente teria que pagar por ano; trezentas libras por ano como gente de fora, mas na Escócia você tendo seu endereço registrado aqui no…no council você tem direito gratuito a saúde…
Alexia: Ai que ótimo.
Thiago: Então você não precisa pagar nada. E é uma coisa só da Escócia, não é da Inglaterra
Alexia: Gente, não saiam da Escócia não, fiquem aí!
Paula: É…isso que a gente considera…
Alexia: Esquece a Inglaterra!
Paula: A gente pensa nisso, como que é, porque afinal, Pandemia né, como é que é ter que pagar saúde…
Alexia: Olha, eu… isso é uma das coisas que realmente eu sei que eu fiz o certo saindo do brasil quando eu falo sobre a saúde pública. Existe a saúde pública no brasil, nós sabemos disso, mas pra ela funcionar são outros quinhentos; por falta de investimento, por falta de tudo; não é a falta do querer, é a falta do investimento em si. E aqui em portugal pra vocês terem uma ideia eu to fazendo um tratamento dentário, eu vou ter que tirar siso, eu vou ter que talvez fazer uma outra operação, etc… tudo pelo governo. Meu pai faz todo tratamento da diabetes, fisioterapia e agora vai operar a catarata pelo governo; O foster com a fisioterapia dele também vai começar pelo governo, então eu sou portuguesa, ok; eu teria direito a esses serviços de qualquer forma, mas os dois são residentes. E eles têm direito da mesma forma. Então quando me perguntam “ah Alexia, qual a maior diferença entre Portugal e Brasil”. Falei: é, aqui o serviço nacional de saúde funciona e se alguma coisa te acontecer você sabe que você vai estar em segurança; Então assim, é o que me faz mais pensar porque, eu também teria opção de mudar pros Estados Unidos…Estados Unidos se eu quebrar o dedinho mindinho…assim, eu vou pagar trinta mil dólares? Não faz o menor sentido, sabe!
Thiago: Não…
Paula: É a pandemia veio ensinar pra gente que alguns sonhos precisam ser revistos, né. Então eu falei pra ele, acho que esses dias, falei: o American dream ficou lá atrás, assim. Quando começou tudo, falou: “não, não, não dá pra ter problemas de saúde e viver pandemia nesses lugares”.
Alexia: Não! É, se você passar mal em casa, chamar uma ambulância custa setecentos e cinquenta dólares, que que é isso, gente? Eu não entendo como é que os Estados Unidos não tem saúde pública, não entra na minha cabeça; mas enfim…
Thiago: Exatamente. A gente até… quando a gente tava pensando em curso o meu sonho era cursar na Berkeley, a de Boston, não a da California, né… porque trabalha com áudio, trabalha com música, né. E aí também, pra lá a gente ia precisar de visto, não ia poder trabalhar , aí a coisa que mais pesou pra gente foi saude.
Alexia: Sim,
Thiago: Você vai ter que pagar o seguro de saúde lá; é caro; a gente falou: tá, pensando em tudo, esquece Estados Unidos; Estados Unidos deve ser um lugar muito bom pra você ir fazer compras, mas só isso…
Alexia: Não, Estados Unidos é o máximo, só que falta saúde publica; porque o american dream acaba pra mim ai, assim…eu prefiro ir pro Canadá, que me dá saúde pública, do que para os Estados Unidos, sabe. É mais ou menos isso. Mas olha, agora pra gente começar a encerrar o papo, infelizmente, eu tenho duas perguntas pra vocês. Uma: o que que vocês mais sentem falta do Brasil? tirando família, tirando estar junto nas datas, etc, assim… vocês sentem alguma falta no dia a dia do Brasil?
Thiago: Comida e calor.
Paula: É…comida e calor. Não tão calor, tão quente assim… mas sentir um calorzinho de vez em quando…
Thiago: Não, no verão do Rio de Janeiro eu não preciso, não.
Alexia: Pelo amor de Deus. Não, nem eu Não dá. Não tem como
Thiago: Mas acho que tanto com o clima a gente já adaptou um pouco, aqui… eles falam que o escocês passa calor com dez graus, né.
Paula: E é verdade…
Thiago: e é verdade pra eles, a gente tá chegando nesse ponto, talvez quinze graus a gente já tá sentindo um pouco de calor aqui mas,,,
Alexia: Olha o que eu já escutei os britânicos me falarem foi: não existe tempo ruim, existe a má escolha de roupa, então assim…
Paula: Isso.
Thiago: Mas é verdade.
Alexia: Aqui no Porto chove muito, muito, muito em fevereiro e março, extremamente, muito. Não venham pro porto nessa época; e eu parecia uma robô porque eu fui na Decathlon comprei aquelas roupas todas de chuva e eu sou ótima hoje em dia na chuva, e antigamente no Rio, assim “ah tá chovendo? Não vou sair”. Hoje eu saio.
Paula: Nossa, com certeza a gente aprendeu essa, que não tem essa de “ah vou esperar o tempo ficar bom pra viver”... não dá.
Thiago: Aqui não dá, aqui não dá, você não pode esperar a chuva passar porque ela não vai passar, só se quiser esperar uns vinte dias, aí tudo bem.
Paula: E aqui a gente vê… eu falei pro Thiago “nossa aqui as mães são guerreiras, porque faz chuva, tá ventando, tal, mas com os carrinhos com a crianças andando no parque, andando no ônibus, no mercado; não tem tempo ruim o pessoal se aventura mesmo, joga bola”
Thiago: É.
Paula: A gente vê o pessoal jogando bola toda semana aqui; ta chovendo, ta nevando… o pessoal ta jogando bola; Falei “nossa no brasil a gente cancela todos os planos”.
Alexia: Com certeza!
Thiago: A chuva é um pouco diferente… a chuva é mais fina do que a chuva do brasil; a chuva do brasil cai mais pesada do que aqui. Mas mesmo assim chega uma hora que voce fica chateado com a chuva daqui.
Alexia: Mas cara, olha… chuva fina é um saco, convenhamos, porque aquele chove, não molha. Você fica olhando assim: ok, dá pra ir, dá pra sair de casa, aí vem aquela chuva fininha você chega no final tudo molhado, tudo horrível.
Paula: E guarda chuva não funciona aqui
Alexia: Vento, né?
Paula: Muito vento…
Alexia: É.
Thiago: Venta muito. Aqui eles falam que é o lugar onde os guarda-chuvas vem pra morrer; é um ditado deles aqui, assim, tipo; Não precisa… tanto é que veio amigo visitar a gente: “ah, levo guarda-chuva?”. Não, nem precisa trazer guarda-chuva porque não tem como usar, aqui… não funciona.
Paula: Não serve…
Alexia: Só capuz e pronto.
Paula: Roupa impermeável…
Thiago: E traz um sapato confortável e uma bota, porque bota é item indispensável aqui, porque a hora que chove o tenis não serve pra nada…
Paula: Pra gente é praticamente o mesmo guarda roupa o ano inteiro…
Thiago: É, o mesmo guarda roupa o ano inteiro…
Paula: A gente só… ah, vou tirar a jaqueta agora, daqui a pouco eu ponho… não varia
Thiago: É, você só põe um layer a mais, se precisar no inverno.
Alexia: Olha, se vocês quiserem aproveitar um calor, Portugal amanhã vai fazer vinte e oito graus.
Paula: Olha só…
Thiago: Acho que a gente tem dezesseis amanhã…
Paula: Acho quie a gente passa mal com vinte e oito, agora.
Alexia: Eu passei mal hoje com vinte e sete, tá? Voltando… eu fui levar o nosso cão no day care, na creche… voltando de lá eu tava assim: eu não tô mais acostumada com isso, gente… e as pessoas quando eu falo isso, acham que eu sou esnobe, porque ta na europa, etc. Não! A gente desacostuma mesmo, mesmo. Que bom, de uma certa forma.
Thiago: É eu acho que a gente já tá com o..a pele de escocês pra isso, porque a gente já tá passando calor com quinze graus, às vezes. Hoje a gente foi no mercado e devolveu algumas coisas; a gente tava uns quinze graus, com sol, só que… e aí eu falei “vou de agasalho”... os dois tiraram o agasalho no meio da rua porque…
Paula: Tá calor, tá calor…
Thiago: Tá calor. E dezesseis graus lá fora.
Paula: Mas basicamente é comida e o calorzinho·
Thiago: E um calorzinho…
Alexia: Sim. Agora minha segunda pergunta: vocês podem responder em conjunto ou separadamente… Todo mundo aqui tá me dando uma dica, quer dizer, me dando… tá dando uma dica pra quem for escutar a gente, de um lugar que voces amam no Brasil, que vocês queriam que todos os internacionais, os gringos, visitassem, então por exemplo, já teve Lençois Maranhenses, Chapada Diamantina, Barra Grande, gente, que mais..teve Bonito, Mato Grosso do Sul… teve ou não? Não acho que essa é minha dica… Mas enfim! Ibitipoca, vocês tem algum lugar que vocês amam e que não seja assim, tipo, clichê, que vocês indicariam pras pessoas irem?
Thiago: Eu…eu gosto muito de… Eu passei a minha infancia num lugar que chama Piquete; é perto de Lorena, no caminho de São Paulo pro Rio de Janeiro. É uma cidadezinha pequena, mas ele tem o.. é um..é perto de Minas, é bem no canto de São Paulo, Minas e Rio, assim… é uma cidadezinha bem pequena, talvez a cidade não valha a pena você conhecer, mas em volta, assim.. é uma região muito bonita. Você consegue ver o vale do… como chama, eu esqueci já, eu to tão…me lembra o nome, lá…
Paula: Tem muito tempo….
Thiago: Aquele Vale bem legal que tem legal lá…Taubaté, Pindamonhangaba, Campos do Jordão…você consegue ver estas vistas todas dali. É bem legal; Eu passei minha infância lá, então é um …pra quem quer uma coisa um pouco fora do…
Alexia: Escapar de São Paulo, talvez, né? Assim, passar o fim de semana, uma coisa assim.
Thiago: É. Então, é um lugar bem legal pra fazer trilha, pra tomar banho de cachoeira… mais esse tipo de coisa, assim.
Alexia: E você, Paula?
Paula: Eu que eu me lembre, eu acho que tem duas praias em são paulo que eu costumava ir, os nossos amigos; eu acho que é Toque Toque Pequeno e Toque Toque Grande, eu não sei exatamente onde é…
Alexia: Esses nomes…
Paula: Eu não sei onde é, é que eu…simplesmente fui. Procurem, tá gente? Toque Toque Pequeno e Toque Toque Grande.
Alexia: Gente, pior que tem, olha: botei agora no google praia do Toque Toque Pequeno, existe!
Paula: Isso, isso. e é uma delícia porque são praias…é uma praia bem pequenininha, assim, afinal pelo nome…E sabe aquela praia que você pode… não tem onda
Alexia: Ah eu amo piscina.
Paula: E aí você pode ficar..isso, o dia inteiro você pode ficar sentada lá no mar, batendo papo, comendo, de boa; Então essas são as minhas dicas. Toque Toque…Existe Toque Toque
Alexia: Gente adorei! Não, porque realmente Toque Toque eu nunca tinha escutado falar! E pelo que eu vi a foto é lindo porque tem a mata, né do lado e a praia em si, que é uma coisa que o brasil dá de mil a zero em qualquer lugar no mundo, né.
Paula: Com certeza as nossas praias são imbatíveis.
Thiago: É.
Alexia: São mesmo.
Paula: Mas é isso.
Alexia: São mesmo. Gente, olha, muito obrigado por vocês terem topado vir aqui de novo, espero que vocês tenham se divertido, eu amei ter conhecido vocês…
Thiago: A gente também.
Alexia: Eu espero que a gente se encontre futuramente em algum lugar por aqui…
Paula: Quando vier a Glasgow na escócia é só nos procurar. Dicas! para mais dicas do sotaque escoces…
Alexia: Sim! Porque eu vou precisar, eu tenho certeza que o Foster tambṕem por que vai ser uma confusão na cabeça dele também.
Paula: Com certeza.
Alexia: E vocês, quando vierem aqui pra Portugal, pro Porto, avisem! A gente tá por aqui, não tem pretensão de sair nesse momento, então estamos por aqui.
Paula: Legal, legal.
Thiago: Um prazer conhecer você também, foi… obrigado por receber a gente.
Alexia: Com certeza, com certeza. E olha, muito obrigada e até a próxima!
Paula: Tchau, tchau.
Thiago: Tchau, tchau.