Foster: Oi Alexia!
Alexia: Sabe qual música que eu to na minha cabeça agora? Porque é o último episódio? É tipo “We are the champions, my friend”, é tipo isso.
Foster: É o último episódio, somos campeões.
Alexia: Estamos muito, muito, muito felizes, porque esse começo de ano foi muito complicado, cheio de trabalho pra gente, e a gente não desistiu em nenhum momento do Carioca Connection. A gente voltou com tudo, do jeito que a gente tinha prometido.
Foster: Isso.
Alexia: E hoje é o último episódio, e já estamos preparando a terceira temporada, então, vocês podem esperar pela terceira, que vai vir já já.
Foster: Mas antes de começar a falar sobre a terceira temporada, sobre o que a gente vai falar hoje?
Alexia: A gente vai falar sobre os motivos por qual, os motivos pessoais pelos quais a gente ama o Brasil, independente de qualquer coisa.
Foster: Nossa, que frase complicada. Eu ia falar “porque a gente ama o Brasil.” Né? Porque...
Alexia: Não, mas olha só, pensa comigo. Os motivos pessoais pelos quais a gente ama o Brasil.
Foster: Amor, eu queria fazer um episódios sobre por que a gente ama o Brasil, porque nessa temporada a gente falou muito sobre as razões porque não estamos muito satisfeitos com nossas vidas no Brasil, agora, e algumas das dificuldades que vem morando no Brasil. Então, eu queria dedicar um episódio só, é, mostrando nosso amor pelo país que a gente chama de casa, às vezes.
Alexia: Que a gente chama de casa. É, eu chamo de casa, é minha casa, pra sempre eu acho que vai ser. Eu acho que eu nunca vou conseguir me referir ao Brasil de outra forma que não seja a minha casa. E nesse momento que eu to falando isso, eu tô sorrindo ou seja, independente de qualquer coisa eu amo esse país que é o horror e é maravilhoso, tudo ao mesmo tempo.
Foster: Tá, então vamos lá amor. Vamos fazer o seguinte você me dá uma razão por que você ama o Brasil, e daí eu te dou outro.
Alexia: Bom, por que que eu amo o Brasil? Minha primeira razão seriam os brasileiros, eu acho que esse país não seria o que é, se não fossemos nós, sabe? Os brasileiros, e a gente tem um episódio falando sobre isso.
Foster: É, é, a gente tem um episódio “O melhor do Brasil é o brasileiro”.
Alexia: Sim, sim. Então, eu acho que, por todos os lugares que eu já fui na minha vida não foram tantos, mas pela minha experiência eu acho que eu nunca vou encontrar um povo que é tão feliz, tão amigável e faz tão boa companhia, como os brasileiros. Então eu acho que esse é o motivo número um.
Foster: Ótimo, eu concordo. Bom, para mim, uma coisa que sempre amo sobre o Brasil, eu sempre amava, eu sempre vou amar, sempre é uma experiência única no Brasil. Quando você está no Brasil, você sabe que você está no Brasil, né. Eu viajo muito já visitei tipo, sei lá, quarenta países...
Alexia: So international!
Foster: Eu sabia que você ia falar isso. Mas, não quero falar exótico, porque dá um sentido tipo de “ah país tropical” tropical, caraca. Mas, é , não sei, dá um sentimento diferente, tipo, você sabe que não é qualquer lugar do mundo, é o Brasil, po. Entendeu?
Alexia: Então na verdade o que você está querendo dizer é que é um lugar único.
Foster: É um lugar único.
Alexia: Sim, sim. Eu concordo. É engraçado, porque a gente já falou algumas vezes que toda vez que a gente tiver falando sobre o Brasil, praticamente todas as vezes, a gente vai estar se referindo muito ao Rio, né, porque é o nosso dia a dia, é a nossa convivência diária. Mas eu acho que a gente pode, eu posso falar também que um motivo pelo que eu amo o Brasil, é o clima.
Foster: É, depende do lugar, mas a maioria dos lugares no Brasil, bom, além do sul, normalmente está fazendo muito calor.
Alexia: Sim...
Foster: Que é legal.
Alexia: ...e o clima é muito gostoso porque como a gente tem a cultura da praia, a gente quer sol o ano inteiro, a gente quer ir à praia o ano inteiro.
Foster: Sim, sim. Bom, uma coisa que eu amo sobre o Brasil, é exatamente isso, as praias, que não estou me referindo às praias em sim, mas a cultura da praia.
Alexia: Em si.
Foster: Sim, sim. A cultura da praia no Brasil, é uma coisa sensacional, é um lugar democrático. Tem pessoas vendendo, bebendo, jogando futebol, sei lá. É uma coisa tão única, é tão legal.
Alexia: Não tá jogando futebol, tá jogando altinha.
Foster: Altinha, sim.
Alexia: Sim. A cultura da praia eu acho que é uma das coisas que mais me faz lembrar porque que eu sou carioca, principalmente. Então, você ir à praia e passar um dia de praia, e acordar as oito da manhã, tá na praia as nove, e ... comer as coisas da praia, e ficar lá até as sete no horário de verão e ver o por do sol, eu acho que é um programa que todo mundo deveria fazer pelo menos uma vez na vida.
Foster: Sim, sim. Eu lembro que a minha mãe, quando era criança, ela sempre falava pra mim, que as praias da Carolina do Sul, onde eu nasci, são as melhores praias do mundo. Eu sempre pensava tipo, bom, é, são muito, são legais, né. Mas quando eu cheguei no Rio, eu liguei pra minha mãe e falei “ Não mãe, é besteira as melhores praias do mundo estão aqui no Brasil”.
Alexia: Sim, sim. E agora é minha vez de falar uma?
Foster: É sua vez amor.
Alexia: Então eu acho que eu iria pra comida. A comida do Brasil. Então a gente tem a diferença entre a comida carioca, a comida mineira, a comida nordestina, a comida do sul, a comida do centro oeste, mas eu acho que o básico, o bom feijão com arroz, com couve, nossa feijoada, é um dos meus pratos preferidos.
Foster: É, eu concordo, concordo. A gente gravou um episódio só sobre feijoada.
Alexia: Sim. E a gente não pode esquecer do pastel, pastel de feira, da coxinha, do bolinho de bacalhau, do... Qual o nome daquilo? Gente, esqueci, é... Caldo de cana, água de coco. Então, é tanta coisa que a gente, quando para pra pensar... As frutas, amor, as frutas.
Foster: Sim, a riqueza.
Alexia: Caqui...
Foster: A comida brasileira é impressionante, imbatível.
Alexia: Imbatível.
Foster: Bom, falando disso, uma coisa que eu amo sobre o Brasil, e a Alexia não vai gostar disso, mas é a cerveja. Porque a cerveja do Brasil não é tão boa, a cerveja, tem cerveja artesanal que está crescendo mais.
Alexia: Artesanal.
Foster: Mas a cerveja normal não é muito boa, mas sempre está super, super gelada e você sempre bebe com os outros. Então eles te dão uma garrafa grande, de acho que seiscentos, é, como que é?
Alexia: Não. Um litrão. Eles te dão um litrão.
Foster: Tá. Um litrão e umas copas pequenas, e todo mundo...
Alexia: Copas amor?
Foster: É, umas, como é que é?
Alexia: Uns copos.
Foster: Uns copos, desculpa gente. Eu estou falando muito espanhol, eu estava fazendo interpre... interpreta, interpretação?
Alexia: Não. Eu tava fazendo tradução.
Foster: Tradução, ontem, em espanhol. Então está saindo algumas palavras espanholas, mas enfim, mas é uma experiência muito mais de amigos, muito mais, em mais comunidades, sei lá.
Alexia: Sentar num barzinho, o que o brasileiro gosta de fazer, o brasileiro não quer ir pra restaurante chique, quer sentar no barzinho, pedir alguma coisa pra petiscar e tomar cerveja. É isso, pronto, acabou. E fica até as 11 da noite, depois do trabalho.
Foster: É, que eu amo.
Alexia: Sim.
Foster: Bom, amor, sua vez.
Alexia: Eu to impressionada que você não falou sobre a música até agora.
Foster: Você roubou. Bom...
Alexia: Bom, a gente pode falar sobre isso nós dois. Eu acho que a música brasileira é algo que é imbatível, né, as relíquias que a música brasileira tem, e os novos artistas também, que vem se apresentando, são... São incríveis.
Foster: Sim. Realmente não tenho muito pra falar, porque eu amo a música brasileira tanto, eu tenho tanto amor pelos clássicos e também pelos artistas mais modernos, que os artistas contemporâneos são incríveis também.
Alexia: Sim. Então, eu acho que em qualquer lugar que você for, pelo menos aqui no Rio de Janeiro, você sempre vai encontrar um grupinho de, de samba tocando, pedindo dinheiro no restaurante ou no bar, e você vai ter uma boa música tocando se tiver escutando isso, você vai poder assistir shows maravilhosos, por exemplo do Caetano Veloso junto com os filhos dele no Circo voador.
Foster: Sim.
Alexia: Você tem todos os tipos de música. O rock nacional do Brasil, a MPB, a bossa nova, o samba, os novos artistas, o funk, tudo isso. Tudo isso faz parte de uma cultura muito, muito forte e que graças a deus a gente está conseguindo levar pra fora, ser reconhecido até hoje, e isso é muito importante.
Foster: Sim. A música brasileira é muito mais do que a "Garota de Ipanema"...
Alexia: Sim. E é muito mais do que Annita hoje em dia, também.
Foster: É, se você não está escutando música brasileira, você está perdendo, rapaz.
Alexia: Sim.
Foster: Bom, minha vez?
Alexia: Aham.
Foster: Bom, eu acho que a coisa que eu mais amo sobre o Brasil, e talvez a coisa mais importante para nossos ouvintes, é o português brasileiro. Eu amo a língua, o jeito que vocês falam, é tão bonito, e... Bom, eu estava falando com um cara, faz umas semanas, que é linguista, é poliglota né, que fala tipo sete idiomas, e... eu perguntei pra ele, “Qual é a sua língua favorita?”, e ele sem pensar, falou “ Português do Brasil, com certeza”, ele falou que quase todos, todas, todos os poliglotas do mundo, é a resposta mais normal, o português sempre é um, um idioma que todo mundo ama. Falar e escutar, aprender, entendeu?
Alexia: Eu acho isso tão interessante porque além de tudo o Brasil tem a síndrome do vira-lata né, aquilo que eu já expliquei várias vezes, e... e a gente jamais pensaria que o português é tão amado assim, ainda mais o português brasileiro, e não o português de Portugal.
Foster: Sim.
Alexia: Então, isso dá um... faz, massageia o nosso ego, de certa forma.
Foster: Sim. Sim, sim. Mas... não, falando sério que eu amo as línguas, eu ensino línguas, e eu acho que todas as línguas são bonitas, mas o português me deu tanta, tanta coisa, e... sei lá, é tão divertido que eu até fico feliz falando português, ouvindo português. É tão... a musicalidade da língua, sei lá. Eu amo espanhol, eu acho que eu sei mais espanhol do que português, mas o português me dá um sentimento diferente, de felicidade.
Alexia: Sim. Eu acho que isso eu posso puxar pra um outro ponto meu, que é a aceitação do estrangeiro, né. O brasileiro não vai tratar mal você, de forma alguma, porque você é gringo. E quando a gente fala “gringo” a gente não tá falando de uma forma ruim a gente tá sendo carinhoso esse é o apelido que a gente dá pros estrangeiros. Então, se alguém te virar pra você e falar “Oi gringo, tudo bem?” tá tudo certo, ele quer ser seu amigo.
Foster: Não, não é uma palavra pejorativa.
Alexia: Não, não é, nem um pouco. Óbvio que tudo depende da forma que as pessoas falam, mas normalmente não é pejorativo nunca. Então, aceitação do estrangeiro e é o querer ajudar, porque o gringo é sempre uma novidade pro brasileiro, é incrível. Então eu acho que isso, talvez, eu nunca vá encontrar em nenhum outro lugar do mundo, do jeito que é aqui no Brasil.
Foster: Sim, sim.
Alexia: A gente aceita até o argentino, então...
Foster: Sim, a gente já falou sobre isso. Que é uma coisa que eu falo bastante, que o Brasil é o melhor legar, lugar, pra ser turista, pra ser gringo. Porque, sei lá, é uma coisa que eu escuto tanto, que, não sei. Um amigo meu viajou pela França, e, pra França, né?
Alexia: Isso. Ou pela tipo “around France”.
Foster: E ele falou que ele amou o país, mas os franceses são um pouco, são chatos, né.
Alexia: São um pouco mais fechados.
São um pouco mais fechados - They are a little more reserved
Foster: É. Mas nunca, nunca ouvi isso na minha vida sobre o brasileiro. O brasileiro é muita coisa, mas não é chato.
Alexia: Não, a gente jamais vai ser chato. Você tem algum outro ponto?
Foster: Bom, eu acho que terminando com a língua, e, o pessoal e a aceit... aceitação dos gringos?
Alexia: Isso.
Foster: Acho que é um lugar ótimo para...
Alexia: Eu tenho uma última coisa, última coisa pra falar. O otimismo, né, eu acho que de tudo que a gente falou sobre o que ta acontecendo no Brasil, e as preocupações, porque é uma fase atual, os brasileiros, nós brasileiros, a gente sempre é otimismo. Otimista. A gente nunca perde a esperança. Então, a gente não fica reclamando desesperado, pensando “Meu Deus, como vai ser o amanhã?”. Não, a gente simplesmente vira pro outro e fala “tudo vai dar certo, relaxa”, sabe? Vai dar tudo certo. Então, eu acho que com tudo isso que a gente tem falado, e falou durante a segunda temporada, eu não to entendendo porque que vocês ainda não compraram uma passagem pra vir pro Brasil, e conhecer um pouco mais da cultura que a gente tenta passar pra vocês, por áudio, que a gente tenta fazer o nosso melhor, mas quando você tiver sentado na beira da praia, segurando uma caipirinha na mão, com a água vindo no seu pé, eu acho que tudo muda.
Foster: É, exatamente, eu concordo 100%. É, tem razão, pra ser otimista sei lá. O Brasil sempre vai ter suas dificuldades, seus problemas, mas sempre vai ser um país sensacional, que é, né.
Alexia: É, é o país sensacional que é.
Foster: Que é, é. Bom, com erro do Foster, acho que é um bom lugar pra finalizar a temporada, não é Alexia?
Alexia: Sim, eu to triste. Eu não quero finalizar, quero continuar falando aqui, sobre qualquer coisa, sobre o que que a gente vai comer na hora do almoço, sei lá.
Foster: Eu também, mas a gente precisa, porque eu preciso finalizar os worksheets.
Alexia: Eu também. Na verdade eu tenho que fazer a transcrição desse, então eu vou parar de falar porque é mais trabalho pra mim.
Foster: Sim. Então até a próxima temporada gente.
Alexia: Até a próxima temporada. Foi um prazer imenso ter vocês como ouvintes, então se vocês quiserem mandar email, falar com a gente, qualquer coisa, é só procurar pelas redes sociais ou mandar email pro cariocaconnection1@gmail.com
Foster: Sim. A gente ama vocês.
Alexia: Ah vou sentir saudade.
Foster: Tá. Vou cortar aqui, se não a Alexia vai chorar.
Alexia: Muito obrigada galera e até a terceira temporada, que vai sair já já.
Foster: Até já já. Tchau!
Alexia: Tchau!