Listen on:
Alexia: Olá pessoal. Mais um episódio de Carioca Connection. Bem-vindos ao primeiro episódio da quinta temporada, nós estamos muito felizes de estarmos aqui. Foster, como é que você está se sentindo?
Foster: Eu estou bem, eu estou relativamente bem. Uma pergunta só pra começar, Alexia.
Alexia: Uhun.
Foster: Você tem uma boa tradução pra falar 'all things considered'? Tipo, 'dado as circunstâncias,' sei lá...
Alexia: Sim. 'Dada as circunstâncias' ou 'tendo em vista a situação.' Essas duas...
Foster: É, tendo em vista a situação mundial, eu estou bem, não posso reclamar muito não.
Alexia: Não, não podemos reclamar. E bom, pra quem tá chegando agora, pra quem descobriu o Carioca Connection agora e tá escutando a gente pela primeira vez, bem-vindo. Ou bem-vinda, claro. Já tem quatro outras temporadas pra trás, então você pode escolher começar agora ou pelas primeiras, tanto faz. E a gente vai falar hoje sobre um assunto que tá na boca do mundo, literalmente.
tanto faz - whatever
Foster: Um assunto na boca do mundo.
Alexia: Sim.
Foster: É um assunto relevante, atualizado, pode falar?
Alexia: Que tá todo mundo falando sobre.
Foster: É um assunto atual, é isso que eu queria falar.
Alexia: Exato. É um assunto super atual, e claro que nós não poderíamos deixar de passar o vocabulário sobre o COVID-19, o coronavírus.
Foster: É, então só pra explicar um pouco, essa temporada do Carioca Connection basicamente é um jeito pra eu recuperar o meu português um pouco, pra eu ganhar vocabulário novo…
Alexia: Confiança.
Foster: Pra eu ganhar um pouco mais confiança com o meu português de novo. E eu acho que a coisa mais importante é como falar sobre a pandemia.
Alexia: Sim.
Foster: Porque isso realmente se virou um assunto de conversação…
Alexia: Isso realmente virou.
Foster: Isso realmente virou um assunto que vai aparecer em todas as suas conversas em português no passado. Estou pensando, tipo, nas frases básicas que todo mundo precisa saber quando você está aprendendo uma língua nova. Tipo, de onde você é? Quantos anos você tem? Agora um papo sobre o coronavírus. Ou a coronavírus?
Alexia: O coronavírus. Vírus é sempre masculino, o vírus. O vírus da Malária, o vírus da Dengue. O vírus.
Foster: Viu? Isso vai ser difícil pra mim. Eu vou sofrer muito e vocês vão sofrer e aprender comigo.
Alexia: Sim. Então nós colocamos o vocabulário básico, mas super importante sobre a situação atual mundial. E Foster, como é que você quer fazer isso? Você quer que eu te fale e você tenta fazer uma frase? Ou como?
Foster: Eu posso começar com uma pergunta?
Alexia: Pode.
Foster: Tá, essa temporada inteira vai ser assim, tipo, eu fazendo perguntas pra você. Pode me explicar um pouco a diferença entre estar doente e gripado? Isso sempre era uma coisa difícil pra mim em português.
Alexia: Então, eu vou ser muito sincera, que eu aprendi realmente a diferença aqui em Portugal, por incrível que pareça. Então, finalmente eu sei a diferença entre gripe e resfriado, tá? Então, gripe é uma coisa que é passageira e resfriado…mentira. Resfriado é uma coisa passageira, e gripe é quando você tá doente, é quando você tá mal.
Foster: Tá. Porque o jeito que eu aprendi no Brasil era basicamente que gripe é uma coisa um pouco mais leve. "Ah, eu estou gripado, talvez eu estou resfriado só." Mas doente, ao meu ver, era uma coisa um pouco mais séria.
Alexia: Não. Então, no Brasil a gente realmente fala gripe ou resfriado como se fosse uma coisa normal, entendeu? Tipo, não tem muita diferença. Aqui, que é o que você tá realmente me perguntando, gripe é quando você tem o vírus da influenza, então os sintomas são mais intensos, entendeu? Tipo, você tem febre alta, você tem uma dor intensa no corpo, você tem tosse, dor de garganta e cansaço. Então normalmente vem de alguma coisa infecciosa, né? Vem de um vírus de influenza.
febre - fever tosse - cough dor de garganta - sore throat cansaço - tiredness
Foster: Uhun.
Alexia: E resfriado é uma coisa menos intensa. É a coriza, que é quando o seu nariz tá escorrendo, sabe?
Foster: Coriza?
Alexia: É.
Foster: Então por exemplo Alexia, se eu acordar e não estou sentindo super bem. Tipo, talvez eu estou com um pouco de dor de cabeça, talvez minha nariz está correndo um pouco.
Alexia: Escorrendo.
Foster: Escorrendo. Como que você falaria, tipo, "Ah, eu estou um pouco gripado hoje"? Ou "resfriado" ou "doente"?
Alexia: Ao pé da letra se você for seguir uma coisa oficial, você falaria resfriado. Se você apresentar febre, você tá gripado, que é consequentemente doente.
Foster: Tá, mas de um jeito um pouco mais informal, de conversa normal, como que…
Alexia: Eu falaria, "Tô me sentindo mal, eu to doente."
Foster: Tá, então numa conversa normal, você pode usar todas essas palavras, doente, gripado, resfriado, mais ou menos do mesmo jeito. É isso?
Alexia: Sim, exatamente. Agora, se você for ao médico, ele vai fazer a diferença entre gripe e resfriado, porque obviamente quem é médico sabe isso muito mais facilmente do que nós. Então, pra facilitar a sua vida, se você for falar que não está se sentindo bem, seja gripado ou resfriado, você fala, "Eu tô me sentindo mal, acho que eu estou doente." Pronto.
Foster: Entendi, obrigado.
Alexia: Nada.
Foster: Então tá, próxima coisa... Tá, pode falar.
Alexia: Não, não, não… Aí eu ia falar, no caso do coronavírus, isso já te levaria a fazer um teste do corona.
Foster: Uhun, exatamente. Então isso é a segunda coisa que eu queria te perguntar. No Brasil, ou em português, qual é o jeito mais normal, ou talvez o jeito mais natural pra falar sobre pandemia, sobre o vírus em si? Por exemplo, nos Estados Unidos pode mudar entre coronavirus and COVID-19. Funciona do mesmo jeito em português ou como que funciona?
Alexia: Bom, eu acho que o mais fácil é 'coronavírus.' É fácil, rápido e todo mundo entende. Falar COVID-19 parece uma coisa muito grande, mesmo sendo quase do mesmo tamanho de coronavírus, né? Mas é uma coisa mais simples de sair da boca.
Foster: É, e também você pode falar…
Alexia: Ou simplesmente fala, "Esse vírus maldito!'’
Foster: Esse vírus maldito, exatamente. Mas no Brasil pode falar, tipo, 'COVID' só?
Alexia: Pode, pode com certeza. Assim, não existe uma regra. Os meus amigos, quando eles estão falando sobre, eles falam ou COVID ou corona só, ou coronavírus. E por falar nisso, coitada da cerveja Corona, né? Convenhamos, que péssimo momento pra eles.
Foster: É.
Alexia: Mas por exemplo, "Ah, você pegou corona?" "Não, não peguei, mas eu conheço tal pessoa que pegou corona."
Foster: Tá, então duas coisas pra terminar por hoje. Primeiramente, a cerveja Corona é uma cerveja ruim.
Alexia: Mas não quer dizer nada, nada!
Foster: É, não estou dizendo que merece esse tratamento.
Alexia: Claro que não.
Foster: Mas não é a melhor cerveja do mundo. Então, minha última pergunta por hoje, Alexia. Eu acho que você já deu uma resposta mais ou menos, mas como que você falaria, tipo, "He got COVID." Or "I have COVID." Você falaria, "Eu peguei COVID ou ela pegou"?
Alexia: Sim. Na verdade, eu acho que indifere também, as pessoas podem falar, "Ele tá com COVID." "Ele tá com corona." "Ele pegou corona." Mas assim, por exemplo, você sabe da onde ele pegou? Da onde que ele se infectou? Então, você sabe da onde ele pegou? Porque ele foi numa festa, porque ele comeu do mesmo prato de alguém, porque ele não usou máscara, por exemplo. E aí ele teve corona, ele está com corona. Então, é uma coisa que faz parte da pessoa, né? Que a partir do momento que você pega algo, faz parte de si próprio, então você tem aquilo.
indifere - it's not different festa - party prato - plate
Foster: Entendi. Então, da minha perspectiva, parece que você tem mais ou menos três opções. Pode falar, "Eu estou com coronavírus." Ou "Eu peguei coronavírus." Ou "Eu tenho." É isso?
Alexia: Exatamente. Indifere porque os três verbos significam que você pegou, e por isso tem. Que tem, né? Então pegou antes disso. E você está com aquilo, ainda não foi curado. "Eu ainda estou com corona."
Foster: Entendi.
Alexia: Quer dizer, Deus que me livre. Bati aqui na madeira.
Foster: É, knock on wood. Tá bom. Então Alexia, isso me ajudou muito. Isso é um bom lugar pra começar meus estudos de novo.
Alexia: Bem devagarinho estamos indo.
Foster: Exatamente, então no próximo episódio, eu ainda tenho muitas perguntas sobre COVID, sobre coronavírus. Tem um monte de palavras e vocabulário novo que apareceu com a pandemia. Então vamos deixar isso pro próximo episódio, tá bom?
Alexia: Perfeito, então tá bom. Muito obrigada por ter participado e ter escutado mais um episódio aqui do Carioca Connection, e nos vemos no próximo.
Foster: Até o próximo.
Alexia: Tchau.