Listen on:
Foster: Olá, olá, Alexia!
Alexia: Foster!
Foster: Tá me escutando?
tá me escutando - can you hear me?
Alexia: Eu tô. E você?
Foster: Só pra vocês terem uma ideia, a gente não está junto agora. Alexia está no Brasil, eu estou nos Estados Unidos.
Alexia: Fisicamente, exatamente.
Foster: Sim, a gente tá junto no relacionamento tudo está de boa. Mas fisicamente a gente está gravando virtualmente, né?
Alexia: Sim, então... E por que cê tá dando essa informação? Eu ia continuar mas eu não sabia...
Foster: Só porque foi meio... foi meio estranho, tipo... “Alô? Foster?” Tipo, se a gente estivesse juntos fisicamente seria muito estranho o papo.
Alexia: É, e pra esse programa que a gente tá gravando a gente nem tá se vendo. É só por áudio mesmo. Então explica bastante certas atitudes e reações que nós temos.
Foster: É, eu acho que não mudou muito para mim. Pra mim é bom porque eu preciso realmente prestar mais atenção nas coisas que você está falando. Não quer dizer que eu não faço isso normalmente.
Alexia: Eu sei que é muito difícil olhar pra mim e prestar atenção no que tá acontecendo em torno, Foster.
Foster: Exatamente, com seu sorriso…
Alexia: Aham! Cara de pau.
Foster: É quase impossível.
Alexia: Cara de pau!
Foster: Então, amor. No último episódio você leu um artigo, uma parte de um livro...
Alexia: Um trecho...
Foster: Que se chama... É, um treicho. Que quer dizer um pedaço de texto, né?
Alexia: É, só uma coisa. Um trecho, não é “treicho”. Um trecho.
Foster: Um trecho.
Alexia: Isso.
Foster: Isso. De um livro que se chama “O jeitinho americano”, por o autor americano que se chama Matthew Shirts, se não me engano.
Alexia: Pelo autor. Que foi escrito pelo autor.
Foster: Pelo autor. Eu sabia!
Alexia: Você tá sabendo muita coisa, só que não fala!
Foster: Não, eu... na verdade eu estou... só pra ter, sei lá, 100% de transparência com nossos ouvintes, eu estou nos Estados Unidos há um mês, mais ou menos.
Alexia: Já, Foster?
Foster: Que quer dizer que eu estou falando muito menos português.
Alexia: Sim, ainda mais depois da sua temporada em Portugal e Espanha comigo e com meu pai, né?
Foster: É, então eu estou sabendo de algumas coisas que eu sei que eu estou falando errado, mas eu não sei qual seria o correto, então eu falo errado. O que fazer, né?
o que fazer? - what can you do?
Alexia: Tudo bem. Mas, enfim, nós temos um... eu li um trecho do livro “Jeitinho Americano”, do Matthew-alguma-coisa, que eu esqueci o sobrenome dele.
Foster: Matthew Shirts.
Alexia: Isso.
Foster: É, e bom, pra ser bem sincero, eu não leio em português. Quase nada. Quase nunca. E quando eu leio são coisas pequenas tipo artigos, notícias.
Alexia: É, eu até dei um livro pra ele do Nelson Rodrigues, que nunca foi tocado.
Foster: Não, foi tocado muitas vezes. Nunca foi terminado. Até eu vi, é... O livro se chama “A vida como ela é”. É um livro super famoso. Eu vi faz alguns dias. Eu estou pensando, “nossa, seria bom”.
Alexia: Seria ótimo que são crônicas pequenas.
Foster: Sim. Então é isso que eu queria falar. Que eu estava escutando você ler o artigo do Matthew Shirts e eu aprendi tanta coisa com a pronúncia, com vocabulário novo, expressões. Eu estava pensando “nossa, eu preciso voltar a ler mais em português. E também combinação com o texto, com áudio, que é basicamente a mesma coisa que a gente faz com os worksheets, né?
Alexia: Uhum.
Foster: É muito poderoso. Você pode aprender muito, muito com pouco... com pouca matéria.
Alexia: A combinação é muito poderosa. Sim.
Foster: A combinação é muito poderosa. Isso.
Alexia: E você tem perguntas a me fazer, certo?
Foster: Sim, eu estava anotando algumas coisas que ou não entendi totalmente ou só queria comentar. E, enfim, eu queria começar com algumas palavras só falando da sua pronúncia porque eu achei muito engraçado.
Alexia: Tá bom.
Foster: Tá. Pode falar a palavra Rock’n’Roll pra mim, mas em português.
Alexia: Rock’n’Roll.
Foster: Mais uma vez.
Alexia: Rock’n’Roll. Então é Rock’n’Roll.
Foster: Rock’n’Roll.
Alexia: Isso.
Foster: Ro.. é difícil pra eu falar, gente, de tão ridículo. Rock’n’Roll.
Alexia: Isso, Rock’n’Roll. Po, eu fui num show de Rock’n’Roll muito irado, cara! Rock’n’Roll.
Foster: Nossa Senhora! Isso parece tão carioca, tipo nossos amigos. Po, cara, eu fui num showzaço, nossa.
Alexia: É, a gente não falaria, por exemplo “ah, foi um show de Rock’n’Roll”. Não. Foi um show de Rock. A gente falaria isso. Foi um show de Rock.
Foster: De Rock.
Alexia: É.
Foster: E como é que você fala o esporte no gelo?
Alexia: Uhn?
Foster: Que em inglês seria hockey.
Alexia: Ah, hockey. Hockey no gelo.
Foster: Então são iguais, né?
Alexia: Hockey...e ro... é! Eu nunca pensei nisso. Na hora de escrever é diferente, né? Mas na hora de falar é igual.
Foster: É, interessante né. Pra falar rock’n’roll em inglês você precisa falar hockey. Tá. Outra palavra que é bem parecido: roqueiros.
Alexia: Roqueiros.
Foster: Pode falar isso? Roqueiros.
Alexia: Sim.
Foster: Mais uma vez.
Alexia: Roqueiros.
Foster: Ótimo. E também uma palavra que eu achei engraçada. A palavra reporter.
Alexia: Repórter.
Foster: Repórter.
Alexia: Isso. É... “A repórter deu a notícia que teve um incêndio ontem em São Paulo”, sei lá.
Foster: O incêndio não é engraçado, mas o jeito que você falou repórter...
Alexia: Repórter.
Foster: É engraçado. Eu não consigo não rir!
Alexia: É, report... Repórter.
Foster: Mas é uma coisa que eu amo sobre o brasileiro também, o sotaque carioca, que repórter em inglês parece uma coisa tão séria, né?
Alexia: Nossa, pra eu falar essa palavra em inglês é muito difícil.
Foster: Dá uma tentativa aí.
Alexia: Reporter.
Foster: É, parece tão sério né?
Alexia: É muito sério!
Foster: Mas repórter...
Alexia: Repórter.
Foster: Parece quase Harry Potter.
Alexia: É, mas a gente fala mais jornalista.
Foster: Harry Potter…
Alexia: Harry Potter. Não. Eu não consigo falar abrasileirado. É Harry Potter. Não adianta. Eu não falo Harry Potter. Não tem como. É Harry Potter.
Foster: Oh, nossa. Então vamos continuar senão eu vou ficar rindo muito.
Alexia: Você escutou? A gente fala muito jornalista ao invés de repórter.
Foster: Sim, sim... Eu acho que jornalista é muito mais comum.
Alexia: É, porque repórter, eu posso estar muito enganada e dando uma informação muito errada, mas se não me escapa à memória, repórter é de TV, né? Então a repórter da TV. Que é aquela pessoa que tá lá reportando o que acaba de acontecer. E jornalista é quem escreve a matéria. Mas não quer dizer que jornalista também não seja uma repórter. Entendeu?
Foster: E vice-versa, né?
Alexia: Então, não sei se vice-versa. É aí que me escapa. Eu não sei.
Foster: Acho que é besteira, amor. Não seria a primeira vez que a gente fala besteira aqui no Carioca Connection. Não vai ser a última vez.
Alexia: Mas eu posso pedir ajuda pro universitário que tá aqui do meu lado.
Foster: Bom, amor, ele está falando muito sobre o Mato Grosso do Sul, que eu acho que foi na primeira temporada do Carioca Connection a gente gravou um episódio sobre Bonito.
Alexia: Sim.
Foster: Mas além disso eu não sei nada do estado. Pode explicar um pouco sobre Mato Grosso do Sul? Onde que é, o que que tem.
Alexia: Mato Grosso do Sul é na região Centro-Oeste do Brasil. E é um dos lugares mais lindos que eu já fui na minha vida porque é todo cercado pelo Pantanal.
Foster: Sim, e o Pantanal...? Você quer explicar?
Alexia: Pantanal é uma das nossas florestas.
Foster: Sim, mas não é somente floresta. Tem partes mais secas, tem...
Alexia: É uma região.
Foster: Animais diversos. É um lugar interessante que realmente não conheço quase nada sobre o Pantanal.
Alexia: É, agora, pra se ter uma ideia, o... ô, meu Deus do céu! O Mato Grosso do Sul é ligeiramente maior do que a Alemanha. É um pouquinho maior do que a Alemanha.
Foster: É... É uma coisa que eu sempre, sempre fico impressionado que é o tamanho do Brasil. Impressionante.
Alexia: É.
Foster: Um contenente.
Alexia: É um continente. E fica ali na fronteira com o Paraguai, então você consegue cruzar pro Paraguai sempre do Mato Grosso do Sul. E tem as vegetações da caatinga, da floresta amazônica, enfim. A planície do Pantanal, que eu já falei, e cheio, cheio, cheio, cheio de rio. É uma das regiões com mais rios e lagos que nós temos.
Foster: Ótimo. E a gente pode gravar um episódio inteiro sobre o Mato Grosso do Sul e também sobre o Pantanal depois de a gente pesquisar um pouco. Mas só tive mais algumas coisinhas, tá bom?
Alexia: Tá bom!
Foster: Primeiramente, tinha um nome italiano que você falou com um sotaque meio brasileiro, meio italiano que eu amei.
Alexia: Eu não lembro como é que eu falei, mas talvez seja igual.
Foster: Você pode falar o nome?
Alexia: Giorgio.
Foster: Giorgio! Você está falando muito mais italiano.
Alexia: É impossível ler…
Foster: Giorgio!
Alexia: É impossível ler esse nome e falar “Giorgio”! Não! É Giorgio!
Foster: Giorgio! Allora, enfim, só achei engraçado. Também a palavra cunhado.
Alexia: Tá.
Foster: Pode explicar quem é cunhado? Porque eu fiquei muito na dúvida com essas palavras de família, né?
Alexia: Tá, então vamos supor que eu fosse casada com você, né? O meu cunhado seria o seu irmão.
Foster: Tá, então seria brother-in-law.
Alexia: Isso. Exatamente! E aí tem cunhado e cunhada. Então ao mesmo tempo que o Camden seria o meu cunhado, eu seria a cunhada dele.
Foster: Ótimo.
Alexia: Tá?
Foster: Tá. Entendi. Eu acho que a gente também pode gravar um episódio inteiro sobre essas palavras de família que é uma coisa complicada.
Alexia: Muito.
Foster: Pelo menos para mim.
Alexia: Muito.
Foster: Só mais duas perguntas, amor. Acontecimento. É normal falar essa palavra?
Alexia: Sim!
Foster: Porque é uma palavra que eu uso muito no espanhol mas não sei se vocês usam com tanta frequência.
Alexia: A gente não usa com tanta frequência. Assim, eu não lembro a última vez que eu falei “acontecimento”, mas é uma palavra normal. Então, sei lá... Nossa, o... vou inventar agora. O casamento deles foi um acontecimento no Rio de Janeiro. Sabe? Foi uma coisa muito importante.
Foster: É. Eu acho que normalmente você falaria evento.
Alexia: É, mas, assim, falar acontecimento... ninguém estranharia. Ninguém viraria e falaria “O que que você tá falando? Essa palavra q gente não usa”. A gente usa. Não é nem um pouco estranho. Nem um pouco mesmo.
Foster: É... É... eu acho que é muito mais comum... pelo menos eu ouço muito mais usar o verbo acontecer. Tipo, o que aconteceu?
Alexia: Aham!
Foster: Ótimo. Então última pergunta, amor. Tinha um verbo que eu nunca vi na minha vida, que é titubear. Titubear.
Alexia: Titubear.
Foster: Que que seria isso?
Alexia: É a mesma coisa do que hesitar. Então, eu titubeei na hora de te responder porque eu não sabia que que significava. Então eu hesitei na hora de te falar porque eu não sabia o que significava.
Foster: Então hesitei no... nesse sentido que eu disse que...
hesitar - to hesitate
Alexia: Titubear é a mesma coisa do que hesitar. Ou seja, fazer alguma coisa com dúvida, com receio, alguma coisa que não é afirmativa, entendeu?
Foster: Entendi.
Alexia: Então, é... por exemplo, com...
Foster: Então implica um sentido de dúvida.
Alexia: É, então... Foster, eu quero que você me responda isso, mas sem titubear! Você tem que saber o que que é o correto, entendeu?
Foster: Entendi. Perfeito. Bom, acho que só isso por hoje, amor. Eu só queria contar um pouco para os nossos ouvintes quanto pode aprender com um textinho pequeno e também que eu vou voltar a ler mais em português.
Alexia: Muito bem.
Foster: Porque eu gostei muito
Alexia: Sem titubear, hein!
Foster: Tá bom, amor. Até a próxima.
Alexia: Beijo, tchau!
Foster: Beijo.