Listen on:
Alexia: Olá gente, bem-vindo ao carioca Connection. Mais um episódio de Alexia Souza e Marco Antonio Nunes de Souza.
Marco: Hey!
Alexia: Eu espero que vocês estejam gostando da presença do meu pai, eu acho que ele pode agregar muito mais vocabulário, como vocês estiveram escutando nos últimos episódios. Esse estiveram foi bem carioca.
Marco: Estiveram seria mais Paulista.
Alexia: E uma grande diferença entre nós dois é que o meu sotaque é super carioca e o do meu pai é neutro. Meu pai é Mineiro, mas que foi criado em São Paulo. Mas ele não tem aquele “R” Paulista do interior ou Mineiro do interior, que é porque. O dele é porque. Fala porque.
Marco: Porque.
Alexia: Não, fala de novo.
Marco: Porque.
Alexia: Então, essa é a grande diferença. O que eu sempre falo para os meus alunos é que o sotaque do meu pai é o melhor de todos para se aprender, para escutar, para falar. Então eu espero que vocês estejam gostando dessa experiência.
Marco: Fiquei vermelho aqui.
Alexia: Pai, você sempre me fala que as duas ou as três melhores invenções da vida foram: anestesia, ar condicionado e edredom.
Marco: Exatamente.
Alexia: O que você diria que são as três melhores invenções de hoje em dia?
Marco: Claro que é o computador e os derivados do computador, que é uma coisa inacreditável. Me espanta o fato de vocês da nova geração acharem que isso é normal. Eu considero um milagre de Deus, abrem-se as nuvens e Deus dá um milagre. Vocês estão na Espanha em tal cidade e dobra a primeira direita para chegar na cidade tal. Isso para mim é um milagre, ainda é.
Alexia: Isso é uma coisa que o papai experimentou aqui na Europa, quando ele veio para Portugal. Que a gente estava lá na fazenda com os cachorros e eu precisava ir para Monsaraz com ele. Falei assim: pai, aqui está o meu celular. Google Maps está aberta. Vamos deixar com a voz da mulher do Google Maps, mas você vai me falando para onde ir. Até ele entender que aquilo ali era o mapa e que não precisava tentar adivinhar para que lado era, que ela ia levando a gente. Quando ele entendeu o que era ele falou: Isso é melhor coisa que existe no mundo.
Marco: Em adendo a isso. A gente estava em Alandroal que fica no Alentejo, que é uma região bem deserta de Portugal.
Alexia: Rural.
Marco: Rural. Eu diria que é o Portugal profundo. E daí eu me espantei com o seguinte, que tinha uma mulher que falava em inglês a gente para mandar entrar uma viela no meio do nada. One hundred meters virar à direita…
Alexia: Feliciano Da Silva Street.
Marco: É inacreditável. Quem é que mapeou tudo isso? Quem é que falou para ela que entra à direita? É um negócio inacreditável. Eu fiz o seguinte com essa maravilha da internet. Eu expandir humildemente, eu expandi o meu conhecimento. Eu peguei um livro para ler do Hemingway chamado “Loucuras em Paris” dos anos 20 e aparecia uns personagens reais que foram a Paris naquela época: Hemingway, Fitzgerald. Então eu colocava do lado computador ao ler e colocava o nome das pessoas, aparecia biografia da pessoa, fotografias da pessoa. E principalmente Como acabou a vida da pessoa, que o livro não contava. Então isso é uma leitura expandida.
Alexia: E eu também tenho uma outra coisa que te deixou impressionado. Bem, vocês sabem que eu dou aula no iTalki, né? E meu pai teve aula de italiano pelo iTalki. Graças também é muitas dicas do Ken, um dos meus alunos que indicou aqueles podcast para você, enfim. Então meu pai descobriu podcast e descobriu. Descobriu podcast por causa de nós, mas ele virou realmente consumidor de uma coisa que ele ama e precisa, que é o italiano, depois. Né? Então podcast e iTalki. Então o que você acha de você ter uma professora na Itália falando ao vivo com você e te dando aula?
Marco: Outro milagre. Minha época a gente ia estudar inglês e ficava um monte de idiota numa sala como professor dizendo: the book is on the table. The book is under the table. Era uma coisa assim. Você pega uma menina muito inteligente do outro lado, muito viva, muito alegre. É uma outra coisa. Você aprende línguas, você aprende a conhecer uma outra pessoa. Acabou aquele negócio antigo do sujeito entrar, fazer gramática. O mundo está muito mais moderno. Alexia dá aula para uma moça que mora na Sibéria. A Sibéria para mim sempre foi uma coisa que nevava muito.
Alexia: Muito distante literalmente.
Marco: De repente a moça existe, ela mora numa cidade que é uma graça. Ela tem lá os passeios dela num Lago que é maravilhoso ali perto. Ela vai muito para Tailândia, que é perto de lá. Em resumo, você descobre mundos. Não é muitos pela tecnologia, você descobre a humanidade do lado de lá da tecnologia. Isso é um milagre, graças a Deus um milagre para o bem.
Alexia: A última coisa, o que você acha do iPhone? Porque assim, meu pai teve um smartphone antes. Tudo certo, tela touch e etc. Mas quando eu herdei o meu iPhone do pai do Foster, o meu antigo iPhone meu pai herdou e mudou a vida dele. O que você acha do iPhone?**
Marco: Eu acho o máximo. Eu vejo todas as notícias de todos os jornais do mundo. A maior parte, o que me interessa eu leio e tal. E tem uma outra coisa maravilhosa chamada YouTube, na parte de música. Todas as cantoras e cantores que foram ídolos do meu tempo se perderam, porque acabou o disco. Se é que vocês conhecem disco. Acabou o disco, acabou o tape, acabou tudo. Eu não sei mais aonde escutar essa gente. De repente encontro ela, uma cantora famosa ou um cantor famoso, montando naquela época no YouTube para mim, em especial. Eu passo horas escutando essas músicas.
Alexia: Literalmente horas.
Marco: Literalmente horas.
Alexia: Ai eu comprei um fonezinho para ele, aí ele fica no iPhone ou no iPad escutando.
Marco: Vocês imaginam só uma coisa, Aretha Franklin, uma das maiores cantores do mundo. Que cantava uma música Don't Play that Song For Me, que eu adorava, escutava quando eu tinha sei lá 18 anos. Depois ela se perdeu, a música se perdeu. Eu recuperei Aretha Franklin cantando no piano jovenzinha, bonita, linda, cantando essa música. É coisa de emocionar. Muito bacana.
Alexia: E você tem alguma coisa que você sinta muita falta de antigamente que deixou de existir hoje em dia?
Marco: Filha, é particular. Antigamente eu deixava o chuveiro aberto para esquentar. Então essa inocência de gastar água, hoje em dia tudo tão supervisionado, hoje em dia é tão censurado.
Alexia: Isso é uma crítica a mim, só para deixar claro. Porque lá em casa, no Rio, então é um chuveiro elétrico. No Brasil é muito normal ter um chuveiro elétrico e elétrico, é claro, gasta eletricidade. Ou seja, se meu pai for ligar água e tomar um banho de 40 minutos, além de estar gastando muita água, a conta de luz vem um absurdo em casa. Então essa é uma crítica direta a mim.
Porque lá em casa. Because at home.
ligar água e tomar um banho. Turn the water on to take a shower.
Marco: Não, não é. É uma lembrança que eu tinha, de chegar em casa e ligar o chuveiro e ficar falando no telefone. Telefone fixo preto, aquela coisa horrorosa. Enquanto esquentava o banho com absoluta inocência. Eu não sabia que a água acabar. Que a água era escassa. Eu sinto falta dessa inocência da época, mas é uma coisa muito mais da minha juventude do que do mundo. Essa Inocência é muito censurada, a política está em tudo. É uma coisa impressionante. Época da inocência nossa era muito mais gostosa, mas pessoalmente. Eu não estou falando pelo mundo. Eu sinto muita falta de deixar o banheiro ligado durante duas horas.
a política está em tudo. Politics is in everything.
Alexia: É isso na verdade. De tudo que você sente falta, é isso. Com essa gente termina episódio. E muito obrigada para vocês que escutaram a gente de novo e mais uma vez. Até já já.
Marco: Tchau, tchau.