Listen on:
Alexia: Olááá!
Foster: Testing...
Alexia: Testando!
Foster: Testando e parece ótimo!
Alexia: Tá tudo bem, né?
Foster: Tá tudo bem. Olá, pessoal! De novo...
Alexia: Por aqui!
Foster: Por aqui.
Alexia: Hoje a gente está falando assim, completando um ao outro!
Foster: E de novo a gente tem um podcast sobre viagens.
Alexia: Sim.
Foster: A gente...
Alexia: Ui, o que caiu?!
Foster: Nossa! Foi uma garrafa de água. Bom, a gente gosta de viajar, né?
Alexia: Muito. Desde pequenos, eu acho. A gente sempre gosta de viajar.
Foster: E se você não gostar de viajar, eu acho que você está escutando o podcast errado.
Alexia: Não fala isso. Se você não gosta de viajar, comece a viajar e você vai começar a gostar.
Foster: Exatamente. Mas, hoje a gente está falando de uma viagem da Alexia. E para onde você foi, Alexia?
Alexia: Eu fui há exatamente dez anos atrás para a Inglaterra.
Foster: Exatamente? Quer dizer, dez anos no dia?
Alexia: Não! Bom, eu fiz dez anos que eu fui em janeiro.
Foster: Tá, agora você tem 26 anos.
Alexia: Sim.
Foster: Então você foi como adolescente, né?
Alexia: Sim, fui com 15 ou 16 anos, na época.
Foster: E porque você foi? Para fazer intercâmbio?
Alexia: Então, na época eu estava indo super bem num curso de inglês aqui no Rio.
Foster: Qual curso?
Alexia: Britannia.
Foster: É. Tá bom.
Alexia: E aí meus pais resolveram me mandar para um intercâmbio de um mês só para estudar inglês fora.
Foster: No verão?
Alexia: Em janeiro. Na verdade, é frio, né?
Foster: Aham.
Alexia: Quer dizer, no verão daqui e no frio de lá.
Foster: Tá, a minha primeira pergunta seria: isso é muito comum?
Alexia: Muito.
Foster: Com 16 anos?
Alexia: Sim, muito comum.
Foster: E seus pais não ficaram com medo?
Alexia: Não, eles escolheram uma cidade micro, no qual eu não pudesse aprontar nada, no qual tinha dormitório de mulher e dormitório de homens separados, que tinha senha. Então na cabeça deles nada poderia acontecer.
Foster: Tá bom! E qual foi a cidade micro?
Alexia: Eu fui para Swanage.
Foster: Não sei onde é exatamente. Está na Inglaterra, né?
Alexia: É. No sul da Inglaterra. Fica a uma hora e meia de ônibus de Londres. E eu fui estudar numa escola chamada Harrow House. Bom, acabou que fui eu... e minha mãe conversando com outras mães amigas, acabou convencendo mais seis amigos meus de irem.
Foster: Do seu colégio, né?
Alexia: Do meu colégio.
Foster: Então era um grupo de brasileiros. Você não estava sozinha na Inglaterra.
Alexia: Não, não estava sozinha. E a gente ia com uma monitora. Só que aqui nos nossos programas de inglês, você sempre procura como se fosse uma empresa de intercâmbios. Na minha época era... ah, esqueci o nome!
Foster: Ah, tudo bem. Mas, tipo CCE? Como é hoje em dia?
Alexia: Então, eu acho que era Skill International... não, era, International School, uma coisa assim! Não lembro. Bom, e aí a gente se juntava com o restante dos brasileiros, ou seja, chegando na Harrow House, éramos mais ou menos 30 brasileiros com a monitora.
Foster: Caraca!
Alexia: É, muito brasileiro.
Foster: Mas, não foi difícil aprender inglês com 30 brasileiros?
Alexia: Bom, aí chegando na escola, a gente fazia um teste de nivelamento. Aí nesse teste de nivelamento, as pessoas ficavam no avançado intermediário ou nível básico.
Foster: É, mas eu estou pensando se eu fosse para o Brasil com 30 amigos meus...
Alexia: Você fez isso!
Foster: Eu fiz com 4.
Alexia: Mas, você vivia junto com eles... e depois você se mudou.
Foster: Depois de três semanas.
Alexia: Bom, eu caí numa sala de nível intermediário/avançado que só tinha mais uma menina brasileira. E a gente fazia questão de não fazer trabalho em grupo. A gente sempre, sei lá, escolhia um chileno ou um grego ou uma pessoa da Turquia - tinha muita galera da Turquia, lá.
Foster: Sério?
Alexia: Sério.
Foster: Legal.
Alexia: Muitos turcos. E eu me dava super bem. Eu era super nerd, eu fazia todos os deveres de casa, escrevia tudo, participava de todas as aulas. Mas, é tudo.
Foster: Só para clarificar: a Alexia ainda é super nerd!
Alexia: Não sou muito, não. Hoje eu estou mais rebelde - eu admito. Mas, enfim, eu dormia com mais seis meninas brasileiras. Mas, durante o dia, eu nem ficava com elas. Como eu estava fazendo todas as atividades da escola, eu mal via elas. Só no final-de-semana que a gente viajava a cada final-de-semana para um lugar diferente.
Foster: Aham.
Alexia: Bom, aí a gente fechou um pacote. Era um mês estudando. Então, eu passei três dias antes em Paris com esse grupo, e depois a gente foi para Londres e de Londres a gente pegou um ônibus e fomos para Swanage.
Foster: Maneiro.
Alexia: E até hoje eu mantenho contato com os monitores - que era o Ben, o Henrique (que era um brasileiro) e o Tim - e com as minhas grandes amigas chilenas, até hoje eu falo com elas.
Foster: E fala um pouquinho sobre a sua história com Kay, a chilena.
Alexia: Com a Kay? Ahhh! Bom, a Kay é uma das minhas grandes amigas de coração. Na verdade, a Kay e Panchi. Eu hoje em dia estou falando muito mais com a Kay porque ela está vindo para o Rio me visitar. Ela chega daqui a um mês exatamente. Bom, foi um grande caso de amor, digamos assim. Ela chegou um pouco depois de mim na escola junto com um grupo de chilenos - menor, mas era um grupo de chilenos. E eu logo percebi que a gente iria ficar amigas. E a gente se encontrava na hora do corredor, jogava sinuca juntas, aí à noite sempre tinha uma festinha e a gente estava juntas e tal. Eu, ela, a Panchi, o Max e o Alfredo. Então éramos nós. E eles ficavam falando em inglês com eles mesmos por causa de mim, como eu estava lá para aprender inglês. Eu nunca troquei uma palavra de espanhol ou portunhol com eles. Nunca. E meu relacionamento com a Panchi e com a Kay até hoje é em inglês. A gente não se fala em espanhol ou português. Bom, a gente ficou juntas literalmente três semanas lá. Nós não fazíamos parte da mesma sala, nem do mesmo quarto. Nós ficamos amigas de sair para almoçar, sair para jantar, caminhar, passear, conhecer a cidade. E até hoje! Então é uma amizade de quase 11 anos, digamos assim, e que eu fui visitá-las há dois anos no Chile. Fui para Viña del Mar, Santiago e Valparaíso.
Foster: Que são dois lugares incríveis, né?
Alexia: São. Eu infelizmente não conheci Santiago tão bem, mas Valparaiso e Viña, eu conheci.
Foster: Então, você passou um mês na Inglaterra?
Alexia: Sim.
Foster: Você melhorou o seu inglês para caramba.
Alexia: Muito. Foi lá que eu realmente aprendi inglês.
Foster: E você fez algumas imagens que realmente estão durando para a vida inteira.
Alexia: A lifetime, né?
Foster: Lifetime friend. Então eu acho que fazer uma viagem de um mês é uma coisa que pode mudar a vida.
Alexia: Um mês é pouquíssimo. Muito pouco mesmo. Eu por mim teria ficado seis meses brincando. Mas, o que aconteceu? Eu voltei com grandes amizades de lá. São pessoas que eu considero minhas irmãs. Infelizmente com os meninos eu perdi um pouco do contato. Mas, também, hoje em dia, com o Facebook, com o Instagram, com o WhatsApp, é só falar "Hey everybody!" e pronto, sabe?! É só voltar. E não importa a quantidade de tempo que a gente pare de se falar, assim, um mês, dois meses... se eu virar para a Kay e a Panchi: "E aí, meninas, como é que vocês estão?", a gente volta no tempo. E a gente conta tudo umas para as outras. É uma coisa incrível. Viajar, além de conhecer novos lugares, você faz amizades maravilhosas que ficam para a sempre e, enfim, você nunca vai esquecer.
Foster: É, eu acho que esse propósito do episódio é viajar. Sair de onde você...
Alexia: Sair do seu lugar comum.
Foster: É. Sair do sofá, né?
Alexia: Eu amei! Se eu pudesse voltar para a Harrow House, eu voltaria. Eu tenho até hoje o meu caderno de dever de lá.
Foster: Que legal! Então, viajem, gente. É isso.
Alexia: É isso. Alguma pergunta?
Foster: Só isso.
Alexia: Tá bom. Tchau, gente!
Foster: Tchau, tchau!