Transcript
Foster: Olá, olá, oi pessoal e sejam bem-vindos a mais um episódio do Carioca Connection. O meu nome é Foster e, como sempre, estou aqui com...
Alexia: Alexia. Oi pessoal.
Foster: Bom, primeiramente, a gente está gravando este episódio no estilo old school. Como é que fala isso, Alexia?
Alexia: Old school, vintage. Vintage.
Foster: Isso quer dizer que a gente está gravando do sofá com um microfone só, porque tem bebê chorando lá embaixo, tem nosso cão aqui dormindo...
Alexia: Vamos ser sinceros, simplesmente porque hoje é feriado, Sexta-feira Santa, Good Friday, né? E a gente sentiu vontade de gravar esse episódio, sentamos no sofá, pegamos o nosso microfonezinho e pronto.
Foster: E pronto. Exatamente como a gente fazia no começo do podcast. Então, se o áudio parecer um pouco diferente, peço desculpas.
Alexia: Bom, hoje o episódio vai ser dedicado a um documentário novo na Netflix, que é um documentário brasileiro sobre o assalto ao Banco Central, que aconteceu em 2005 no Brasil, e é um dos maiores roubos do país. É tipo Money Heist, né? Só que da vida real no Brasil.
Foster: Sim, Money Heist, que é La Casa de Papel, mas é uma história real. E como se chama o documentário?
Alexia: Três Toneladas: Assalto ao Banco Central. Sim.
Foster: E, na verdade, não é um documentário, é uma série, eu acho que tem três partes, mas é uma história real.
Alexia: Sim, e na série, vocês vão ver os policiais e os investigadores que atuaram na época, quanto tempo demorou para tudo ser descoberto, como foi descoberto... Assim, eu fiquei muito orgulhosa da Polícia Federal no Brasil. Impressionante o que aconteceu.
Foster: Só assistimos os primeiros dois episódios até agora. A gente vai assistir o último episódio provavelmente hoje, mas até agora eu achei muito bem feito.
Alexia: Super bem feito. E o Foster, como ótimo aluno de português que ele é, enquanto estava assistindo aos episódios, ele estava com o caderninho dele, tomando nota de todas as palavras ou expressões que achava mais interessantes, para trazer para cá.
Foster: É, então deixa eu explicar o meu sistema. É meu sistema, né? A palavra sistema vem do grego...
Alexia: Grego.
Foster: Grego. Então, normalmente, qualquer palavra que termina com “ema” é masculina em português. É uma história longa, mas é uma dica para vocês. Enfim, quando estou assistindo algo em português, tipo uma série, documentário, normalmente fico com meu caderno, anotando qualquer palavra, expressão ou frase que ou é nova para mim ou que só acho interessante.
Alexia: Quando você fala a palavra “anotando”, eu escuto você sempre falar “anotando”. Anotando. Isso, anotando. É. Anotar.
Foster: É, mas no passado eu sempre falava “tomar notas”, que eu acho...
Alexia: Eu sempre falei.
Foster: Eu sempre falei “tomar notas”, que eu acho que é uma tradução literal que não faz muito sentido.
Alexia: “Eu vou tomar nota disso.” Existe?
Foster: Existe? Sim. Então, como você diria o que estou fazendo?
Alexia: Anotar. Eu falaria, “enquanto assisto ao episódio, vou anotando as coisas.” Mas “tomar nota” ou “anotar” é a mesma coisa.
Foster: Ótimo. Então, quando estou assistindo, estou tomando notas, que são meio aleatórias. Depois, normalmente sento com a Alexia e a gente fala sobre as palavras e expressões. Então hoje a gente vai fazer isso ao vivo.
Alexia: Sim, então vamos começar.
Foster: Tá, deixa eu pegar meu caderno rapidinho. Primeira palavra que eu tenho aqui é “falou”.
Alexia: Mas falou no sentido da expressão, né?
Foster: Sim.
Alexia: Tipo, falou, tchau, obrigada. É isso.
Foster: Eu acho que anotei essa palavra, que vem do verbo “falar”, mas “falou”, no passado, quer dizer tipo, obrigado, tchau, valeu.
Alexia: Exato.
Foster: Mas é super...
Alexia: Sim, super. Então, falou falou, valeu. Tchau.
Foster: É, é isso. Mas lembro que o meu amigo brasileiro, o Pablo, sempre falava tipo, “ah, falou, valeu”.
Alexia: O falou também pode ser “pode deixar”?
Foster: Pode deixar, falou. É. Próxima? “Caçada”.
Alexia: Hunting. Hunting. É, é uma caçada.
Foster: É, mas acho que no sentido...
Alexia: Da série, caçar os assaltantes.
Foster: Exatamente.
Alexia: Então, hunting é uma caçada, eles estão procurando, eles estão tentando achar, eles estão atrás dos assaltantes, virou uma caçada humana.
Foster: Ótimo. Quer dizer, caçada humana não é ótimo, mas... Depois disso temos “minúscula”.
Alexia: Acho que é no sentido de ser uma casa muito pequena, minúscula.
Foster: Não, mas anotei isso porque percebi que você está falando isso muito hoje em dia, e também o advérbio, que seria “minúsculamente”.
Alexia: Eu não faço ideia.
Foster: Sim, você está falando isso.
Alexia: Não, não. Eu não faço ideia do advérbio, porque o jeito que uso “minúsculo” é letra maiúscula ou letra minúscula. Ou uma casa pequena, uma casa super pequena, uma casa super minúscula.
Foster: Mas não pode falar tipo, “eu não tenho a minúscula ideia”?
Alexia: Não, “não tenho a menor ideia”, eu nunca falo isso. E sim, eu não falo.
Foster: Então, enfim, minúscula, minúscula, minúscula. Minúscula quer dizer uma coisa muito pequena.
Alexia: É, então, quando você está escrevendo, você começa a frase com a letra maiúscula, né? E depois você vem com a letra minúscula. Então, é uma casa minúscula.
Foster: Tá. Outra palavra é um verbo que, não sei se entendi totalmente, mas é um verbo que eu nunca uso, que é “reverter”.
Alexia: Reverter. Quer dizer o quê? Significa que, por exemplo, aquilo que eu fiz tem que se tornar o contrário, então eu vou reverter essa situação. Vamos supor, ah, eu briguei com meu pai, eu preciso reverter essa situação, eu preciso ficar de bem com ele, eu preciso fazer as pazes com ele.
Foster: E no sentido de crime tem algum significado especial?
Alexia: Acho que eles estavam querendo fazer nesse sentido, tipo reverter a situação, eu não consigo achar os assaltantes, eu não consigo saber onde é que eles estão, então, vou reverter a situação e fazer com que eu ache eles.
Foster: Entendi.
Alexia: Eu acho que é isso.
Foster: Entendi. Daí tem muitas palavras sobre justiça e o mundo do crime que são difíceis, por exemplo, “delegado”.
Alexia: Delegado é o cara principal na polícia, né? Então, é ele que manda dentro da polícia, então é o delegado. Você tem os policiais e você tem o delegado. Acho que seria o sargento.
Foster: É o cara que, quem manda?
Alexia: É, porque cada bairro ou cada parte da cidade tem uma delegacia de polícia, né? Então tem a décima terceira, a décima segunda e assim vai. E dentro de cada lugar tem um delegado para esse lugar.
Foster: É, eu acho um pouco confuso porque temos a palavra “delegate” em inglês, mas no caso não tem nada a ver. Bom, mais palavras de crime, justiça: “fortes indícios”.
Alexia: Fortes indícios significa que parece que aquilo realmente aconteceu dessa forma, então tem fortes indícios de que os assaltantes usaram uma arma.
Foster: Uhum.
Alexia: Então, quase cem por cento de certeza de que eles usaram uma arma.
Foster: Perfeito. “Vara criminal”.
Alexia: Vara criminal, por exemplo, você tem várias varas criminais. Então você tem a vara criminal da criança, de... de crimes de internet, por exemplo.
Foster: Porque para mim a palavra “vara” é tipo varinha mágica.
Alexia: Mas não é. E vara pode ser uma conotação sexual também. Só para explicar. Vara criminal significa, por exemplo, se eu tenho um caso contra um serviço de internet, isso vai para uma vara criminal específica para isso.
Foster: Tá.
Alexia: Então essa vara criminal é específica para
isso. Não sei se deu para explicar.
Foster: Sim, faz sentido, é só diferente do inglês. Bom, para terminar temos a palavra “depoimento”.
Alexia: Depoimento é quando a pessoa vai até a delegacia, ou vai até a vara criminal e vai falar o que ela viu, vai explicar o que aconteceu.
Foster: Então, “depoimento” é tipo “testimony”?
Alexia: Sim. Eu estava tentando achar a palavra certa, exatamente, “testimony”.
Foster: Tá, então essas são todas as palavras que eu achei interessante nesse documentário até agora, e queria perguntar para você, Alexia, qual palavra você acha a mais importante, a mais interessante?
Alexia: Eu acho que “falou”, no sentido de tchau, e eu acho que “depoimento” também.
Foster: Sim, para mim também são as mais comuns. Eu já ouvi muitas vezes na minha vida. Não sei por que eu nunca falei “falou” antes.
Alexia: Mas é uma expressão mais informal, né? Eu lembro que minha mãe ficava, “falou?”, mas eu acho interessante.
Foster: E o depoimento? Eu tenho certeza que isso vai ser útil para qualquer pessoa aprendendo português, né?
Alexia: Com certeza. Então, a dica aqui é: assistam a séries, documentários, filmes, escutem música, rádio, vejam notícias, qualquer coisa em português, que vá ser útil para você aumentar o seu vocabulário e ouvir diferentes sotaques, e, obviamente, aprender um pouco mais de vocabulário e o que está acontecendo no Brasil.
Foster: Então, essa foi nossa lista de vocabulário, expressões, frases interessantes que encontramos nesse documentário novo, Três Toneladas: Assalto ao Banco Central. Espero que vocês tenham gostado.
Alexia: Sim, obrigada pessoal por ouvir mais uma vez, e até o próximo episódio.
Foster: Até mais.
Useful vocabulary & expressions
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