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Foster: Olá! Olá! Oi, pessoal! Sejam bem vindos a mais um episódio do Carioca Connection! Como sempre eu estou aqui com…
Alexia: A Alexia! Oi, Foster!
Foster: Alexia, como que você está hoje?
Alexia: Eu estou bem! Nós estamos praticamente na África!
Foster: Você pode explicar o que você quer dizer com isso?
Alexia: Eu não sei se as pessoas que estão nos escutando, escutaram falar o que tá acontecendo na Espanha e em Portugal… Mas no Saara, no Deserto do Saara, que?
Foster: Não, essa palavra “Sára”!
Alexia: Saara.
Foster: Saara.
Alexia: Saara.
Foster: {ENGLISH} Saara.
Alexia: Saara.
Foster: É bem parecido com o nome feminino…
Alexia: Sara.
Foster: É.
Alexia: Saara. Enfim! Teve uma tempestade de areia no Saara que acabou chegando na Espanha e consequentemente aqui no norte de Portugal. Então parece que a gente tá num episódio de The Black Mirror, sabe?
Foster: É.
Alexia: Tá muito estranho!
Foster: Parece que todo mundo tem um filtro do Instagram.
Alexia: É! Aquele… Sep..Sep…
Foster: Sepia.
Alexia: É o sepia! Exato!
Foster: É, é muito estranho. Bom, Alexia, o tempo está esquisito hoje e nos últimos episódios a gente falou sobre o tema do tempo. E até você analisou uma canção, uma música, do Caetano, foi muito bonito… E eu ainda tenho algumas dúvidas sobre a hora.
Alexia: Primeiro vamos voltar a dois segundos atrás. Você falou… É… “e você analisou uma canção, uma música, do Caetano e foi muito bonito”. O bonito você tá falando sobre o que?
Foster: O episódio.
Alexia: Tá, muito bem. Porque você podia tá falando sobre a música…
Foster: É.
Alexia: …e aí você esqueceu de colocar bonita ao invés de bonito. Tá certo!
Foster: Estamos gravando?
Alexia: Sim!
Foster: Ah, tabom! Eu pensava que isso foi um parênteses!
Alexia: Não, não! Eu tô explicando!
Foster: Bom, a gente falou muito sobre o tempo mas foi muito filosófico, quase. Agora eu queria algumas dicas práticas de como falar sobre a hora em português.
Alexia: Mas eu entendi que você tem algumas dúvidas para tirar.
Foster: Eu tenho muitas.
Alexia: Então vamos começar por aí!
Foster: Primeiramente a palavra hora tem H no começo.
Alexia: Hora. Sim.
Foster: Pode falar de novo?
Alexia: Hora.
Foster: Hora. Então é uma vogal super aberta mas também existe uma palavra ora, sem H, também. Não é?
Alexia: Sim. O. R. A. Ora.
Foster: Que o seu pai fala muito. Que eu não entendo o que quer dizer. Ora. Parece que é tipo… “Olha só!”
Ainda tem a função de conjunção coordenativa alternativa como no exemplo, “quando se senta para estudar, ora tem fome, ora tem sono”.
Por ora creio que basta a explicação. Em outra hora voltarei a falar a respeito.
Alexia: Não! Ora aquilo… Ora isso… É uma forma de falar coisas diferentes que vai ser um ótimo episódio futuramente sobre, porque aqui em Portugal eles falam muito ora pois.
Foster: Ora pois!
Alexia: Então é uma expressão que provavelmente veio aqui de Portugal e que chegou no Brasil. Mas eu não sei se até hoje em dia nós brasileiros usamos da mesma forma que os portugueses usam. Então isso aí vamos deixar para depois.
Foster: Tabom mas a pronúncia é igual? Ora.
Alexia: É, ora. Hora e ora.
Foster: Tá segunda dúvida, Alexia! Normalmente, eu acho, a frase mais comum é “a que horas são?”
Alexia: Que horas são?
Foster: Que horas são? Então é plural, isso é muito difícil pra mim.
Alexia: Por que?
Foster: Porque quando a gente tá falando sobre a hora, em inglês, é singular.
Alexia: Mas lembra que nós usamos as horas do um ao vinte e quatro.
Foster: Uhum.
Alexia: Não sei, por exemplo:
- Que horas são?
- São treze horas (13:00).
Ou então… Uma da tarde (1:00).
São quatorze horas, são duas da tarde.
Foster: Então, quase sempre vai ser horas, plural, além de uma hora?
Alexia: Sim, então, é… Que horas são? Ah, já é meia noite. Ou meio dia…
Foster: Uhum.
Alexia: Já são meio dia. Já são doze horas, da tarde ou da noite.
Foster: Então seria já são meio dia? Ou já é meio dia?
Alexia: Eu falaria tanto faz porque na minha cabeça o que que eu tô pensando? Ou meio dia ou doze da tarde. Ou doze da noite, no caso de meia noite.
Foster: Entendi.
Alexia: Então, na minha cabeça tá aparecendo o número doze, né?
Foster: Uhum.
Alexia: Que é mais do que uma hora, já é plural.
Foster: É.
Alexia: Então, no cotidiano, no dia a dia: ah, já são meio dia; já é meio dia.
Foster: Isso ajuda muito, a imagem de você visualizando as horas passando.
Alexia: É, no meu relógio são duas e meia.
Foster: É mas, vocês usam o sistema de vinte e quatro horas mas, você não fala “ah, são quinze horas.”
Alexia: Sim.
Foster: Tipo, são cinco da tarde, né?
Alexia: Quinze são três.
Foster: Ah tá.
Alexia: Dessezete são cinco. É, eu quis marcar uma consulta outro dia e a menina me perguntou “ah, pode ser às 15 horas?” “Pode, pode ser às quinze horas.”
Foster: Tá, você acha que um é mais comum… Os dois… As duas formas são corretas?
Alexia: Eu acho que depois que eu comecei a me relacionar com você, o “três da tarde” virou mais comum na minha vida do que o “quinze horas”.
Foster: Muito bom!
Alexia: Então, é… Mas eu acho muito pior você ter que falar “às três da tarde” ao invés de simplesmente falar “quinze horas”. A gente já sabe que é à tarde. Se fosse três era manhã.
Foster: É, mas também se você tá marcando uma consulta você já sabe que não vai ser às três da manhã.
Alexia: Não. Mas se eu tô marcando uma consulta… Ou se eu tô marcando de encontrar os meus amigos…
Foster: É.
Alexia: “Ah, vamos se encontrar sábado às dez e meia?” De manhã? A gente vai tomar café da manhã? Enfim, então… Só que assim… Quando a gente fala “às dez e meia da noite a gente se encontra num bar.” Quando a gente escreve a gente põe vinte duas e trinta (22:30).
Foster: Uhum.
Alexia: E é isso.
Foster: Ótimo! É um exemplo ótimo para todas as minhas dúvidas! Por exemplo, Alexia, imagina que a gente vai nos encontrar com amigos pra um jantar na semana que vem. Como é que fala sobre isso? “A que horas é o jantar?”
Alexia: “A que horas a gente se encontra?”
Foster: A que horas a gente se encontra?
Alexia: É, então por exemplo… A gente já passou da fase de escolher o restaurante, de escolher o dia, etc. E aí tem a hora… O momento, a hora de escolher a hora!
Foster: Uhum.
Alexia: Então, eu simplesmente perguntaria: “que horas é bom pra você?”; “que horas a gente se encontra?”
Foster: Tá e me dá uma resposta.
Alexia: “Ah, pode ser ou às seis e meia em frente ao bar ou quem vai sair do trabalho, a gente se encontra às sete e meia.”
Foster: AH, é interessante! É mais simples do que eu imaginava. Então você não precisa falar “a gente vai se encontrar às dezoito horas.”
Alexia: Não, porque a gente já sabe que é um jantar.
Foster: É.
Alexia: Então já passamos dessa fase toda.
Foster: É. Ótimo! E dái, vamos imaginar que é o dia do jantar. E quero perguntar quanto tempo vai demorar pra chegar lá, pro restaurante. Como que fala sobre isso?
Alexia: Quando tempo vai demorar pra chegar lá? Mas em que sentido? Por exemplo: no UBER, andando…
Foster: Tanto faz.
Alexia: De metrô…?
Foster: É a forma correta, a pergunta correta: quanto tempo vai demorar…
Alexia: Demorar pra chegar até lá?
Foster: Vai demorar vinte minutos.
Alexia: É.
Foster: Ótimo!
Alexia: Então… Daqui de casa até o restaurante vai demorar meia hora e a gente precisa sair de casa às sete.
Foster: É muito confuso! Porque…
Alexia: Mas em inglês é a mesma coisa! {ENGLISH}
Foster: É mas tem uma variedade de verbos, e também tem muitos números e o negócio de vinte e quatro horas também é complicado. É difícil para mim! E eu acho que não sou o único que tem dificuldades nisso.
Alexia: Não, claro que não! Por isso que a gente tá aqui!
Foster: Então, por exemplo a gente vai chegar no restaurante cedo. Como é que você diria isso?
Alexia: “A gente vai chegar um pouco mais cedo no restaurante e podemos ir pegando mesa.” Ou se se já tiver feito a reserva, sei lá, “vou chegar mais cedo no restaurante”. Então por exemplo: “gente, tô chegando mais cedo do que o previsto” tipo, tô chegando um pouco mais cedo, “e eu já vou sentando.”
Foster: Tá, então… Por exemplo pode falar: “eu vou chegar em vinte minutos”?
Alexia: Sim mas, você já não tá falando que já tá chegando mais cedo?
Foster: É, não, não! Eu entendi perfeitamente Tipo: eu vou chegar cedo, eu vou chegar daqui a quinze minutos.
Alexia: Sim.
Foster: Pode falar “em quinze minutos”?
Alexia: “Daqui a quinze minutos” é o ideal.
Foster: É o ideal?
Alexia: Pra mim é. “Vou chegar em quinze minutos” também pode ser. Mas eu falaria sempre “vou chegar daqui a quinze minutos.”
Foster: Tá, pode falar que “eu estou adiantado”?
Alexia: “Eu vou chegar mais cedo.” “Você tá adiantado” sim, tá perfeito mas “eu vou chegar mais cedo” é como a gente falaria.
Foster: Tabom.
Alexia: E ao contrário “eu vou chegar atrasado” ou “atrasada”.
Foster: É, foi a minha próxima pergunta, ao contrário vamos dizer que “tem muito trânsito”, “engarrafamento” é uma palavra difícil que eu amo, e você vai chegar às oito e vinte. O que que você fala nessa situação?
Alexia: “Gente, vou chegar atrasado! Lá pelas oito tô aí!” Pronto! E aí todo mundo já sabe!
Foster: E o brasileiro não é muito rígido com a hora.
Alexia: Não, não é nem um pouco pontual. Eu sou e eu fico desesperada com quem não é, mas, sim! “Vou chegar lá pelas oito.”
Foster: Ótimo! Bom, isso já me ajudou bastante! Você tem mais algumas dicas com a hora?
Alexia: Não! {ENGLISH} Da melhor forma que for. Se pra você é mais fácil falar “três da tarde” ou “dez e meia da noite”; “dez e meia da manhã” ao invés de falar “vinte e duas e trinta”, não tem o menor problema.
Foster: É eu acho que nos livros didáticos, provavelmente tem regras mas às vezes é bom esquecer das regras.
Alexia: Com certeza!
Foster: Tabom! Obrigado, Alexia!
Alexia: De nada!
Foster: Então, até o próximo episódio!
Alexia: Tchau!