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Foster: OlĂĄ pessoal. Sejam bem-vindos a mais um episĂłdio do Carioca Connection. O meu nome Ă© Foster, eu sou americano tentando aprender, pelo menos melhorar o meu portuguĂȘs. E como sempre, eu estou aqui com...
Alexia: Alexia. Oi Foster.
Foster: Alexia, como vocĂȘ estĂĄ hoje?
Alexia: Eu estou bem e vocĂȘ?
Foster: Eu estou muito bem, obrigado.
Alexia: Ătimo.
Foster: E que bom, porque a gente vai falar sobre um assunto... digamos que nĂŁo Ă© o assunto mais alegre do mundo.
Alexia: NĂŁo, mas Ă© um assunto muito importante e que pode ser visto com alegria.
Foster: Exatamente. E um aviso, a gente estĂĄ gravando isso no nosso apartamento que tem sirene, tem ambulĂąncia passando, tem nosso cachorro aqui com a gente. EntĂŁo desculpa qualquer coisa.
Alexia: TĂĄ tudo certo. Essa Ă© a vida de um podcaster.
Foster: Isso, entĂŁo a gente vai continuar a nossa conversa sobre a ansiedade.
Alexia: Sim. Eu acho que a gente pode falar sobre a saĂșde mental em geral.
Foster: Sim, sim. Eu somente estava com um pouco mais foco na ansiedade, porque Ă© uma coisa mais pessoal pra gente. E tambĂ©m, se nĂŁo me engano, a gente jĂĄ gravou um episĂłdio hĂĄ muito tempo atrĂĄs com o tĂtulo âsaĂșde mental.â
Alexia: Eu acho que sim, sim.
Foster: Ă, masâŠ
Alexia: Na quarta temporada, uma coisa assim.
Foster: Ă, mas naquela Ă©poca a gente ainda era sem muita noção. Tipo, a gente nĂŁo estava fazendo terapia, essas coisas.
Alexia: Sim. A gente, obviamente, sempre deu muita importùncia a isso, sempre foi um assunto que nós sempre gostamos de falar, conversar e dar importùncia, mas a gente ainda não tinha começado os nossos tratamentos, né? Porque eu gosto de dizer que a gente estå em tratamento, eu acho isso muito bonito.
Foster: Ă, em tratamento. Eu tambĂ©m gosto, Ă© um processo, Ă© uma viagem.
Alexia: Ă uma viagem de autoconhecimento.
Foster: Ă. Autoconhecimento... Eu nĂŁo gosto muito dessa palavra nĂŁo.
Alexia: Mas Ă©.
Foster: Ă. Mas isso me lembra tipo, self help books. Enfim...
Alexia: Sim.
Foster: JĂĄ gravamos um episĂłdio falando sobre a ansiedade de um jeito mais geral e agora vamos focar no vocabulĂĄrio mais especĂfico no tema.
Alexia: Sim.
Foster: E, para mim, Ă© uma coisa muito difĂcil. Falar sobre qualquer coisa que tem a ver com a saĂșde Ă© muito difĂcil pra mim, pelo menos em portuguĂȘs.
Alexia: NĂŁo, com certeza. Pra mim em inglĂȘs tambĂ©m Ă© muito difĂcil. EntĂŁo Ă© o normal, Ă© porque vocĂȘ nĂŁo precisa fazer isso, nĂ©? Na verdade, normalmente. AtĂ© porque, por exemplo, quando vocĂȘ faz a sua terapia, Ă© tudo em inglĂȘs, vocĂȘ conseguiu arranjar uma psicĂłloga⊠Vamos lĂĄ, primeira palavra, âpsicĂłloga.â
Foster: Nossa Senhora!
Alexia: Que fala inglĂȘs durante toda a sua sessĂŁo.
Foster: Sim. Graças a Deus! Obrigado Joana. Joana fala inglĂȘs melhor do que eu, entĂŁo isso ajuda muito. Mas enfim, Alexia, todas essas palavras que começam com a letra P.
Alexia: Que, na verdade, começam com PSI, né? Psi.
Foster: Psi.
Alexia: Exato.
Foster: Eu lembro que tinha uma sĂ©rie no HBO, se nĂŁo me engano, que se chamava Psi sĂł, que Ă© P-S-I. Mas vocĂȘ precisa pronunciar o som do P que Ă© muito difĂcil.
Alexia: Na verdade⊠Normalmente nĂłs falamos com âpsicĂłloga.â
Foster: PsicĂłloga.
Alexia: Eu nem falo âpsi,â Ă© âpsicĂłloga.â
Foster: PsicĂłloga.
Alexia: Ă isso. Se vocĂȘ quiser, vocĂȘ pode forçar, vocĂȘ pode falar âpsicĂłloga.â âAh, hoje eu vou na psicĂłloga.â Eu falo âpsicĂłloga.â
Foster: PsicĂłloga.
Alexia: Exato.
Foster: EntĂŁo Ă© muito rĂĄpido.
Alexia: Muito rĂĄpido. Eu nĂŁo dou tanta ĂȘnfase Ă primeira parte e sim Ă segunda entre o âpsi.â
Foster: Mas ainda existe, ainda estĂĄ aĂ.
Alexia: Sim.
Foster: EntĂŁo pode falar âpsicĂłlogaâ? Qual Ă© a ĂĄrea que eles estudam?
Alexia: A mente.
Foster: Praticam.
Alexia: A mente das pessoas, o comportamento...
Foster: NĂŁo.
Alexia: NĂŁo to entendendo. A psicologia?
Foster: Isso.
Alexia: Ah tĂĄ.
Foster: Ă a palavra que eu estava procurando.
Alexia: Eles estudam psicologia.
Foster: Psicologia.
Alexia: Exato.
Foster: EntĂŁo temos a palavra âpsicĂłloga.â E se for masculino, seria âpsicĂłlogoâ?
Alexia: Exato.
Foster: E eles estudam...
Alexia: Psicologia.
Foster: Fala mais uma vez.
Alexia: Psicologia.
Foster: Psicologia.
Alexia: Perfeito.
Foster: Ă muito difĂcil.
Alexia: Como Ă© que Ă© em inglĂȘs?
Foster: Psychologist.
Alexia: Exato. NĂŁo tem âpsâ nĂ©?
Foster: Ă. TambĂ©m pode falar âtherapist.â
Alexia: Sim, a gente tambĂ©m, âterapeuta.â
Foster: Terapeuta. E...
Alexia: E âterapeutaâ Ă© tanto masculino quanto feminino. Eu vou ao terapeuta... âA minha terapeutaâ ou âo meu terapeuta.â
Foster: Por que?
Alexia: NĂŁo me pergunte esse tipo de coisa sobre a lĂngua portuguesa.
Foster: EntĂŁo temos âpsicĂłloga,â âpsicĂłlogo,â âpsicologia,â âterapeutaâ que estuda terapia, que pratica terapia. E que mais?
Alexia: Psiquiatra.
Foster: Psiquiatra
Alexia: Exato. Que Ă© a mesma coisa que o terapeuta. Eu vou ao psiquiatra. âA minha psiquiatraâ ou âo meu psiquiatra.â
Foster: Sempre Ă© psiquiatra.
Alexia: Exato.
Foster: EntĂŁo o Ășnico que muda Ă© âpsicĂłlogo.â
Alexia: Exato.
Foster: Interessante.
Alexia: E os psiquiatras estudam a psiquiatria.
Foster: Psiquiatria.
Alexia: Exato.
Foster: Boa sorte, gente, com essas palavras. Pode pensar mais uma palavra com âpsiâ?
Alexia: Psicologia, psicóloga, psiquiatria⊠Não.
Foster: Ă.
Alexia: Nesse momento eu nĂŁo consigo.
Foster: Também não. Enfim.
Alexia: Pneu.
Foster: Que?
Alexia: Pneu.
Foster: Pneu? Ă, mas Ă© com N, âpneu,â um pouco mais fĂĄcil. SĂŁo as pessoas e tambĂ©m as ĂĄreas de estudo, digamos. Mas tambĂ©m tem muito vocabulĂĄrio sobre sentimentos.
Alexia: Sim.
Foster: Quer falar um pouco sobre como falar sobre suas emoçÔes ao redor da saĂșde mental?
Alexia: Sim, a minha psicĂłloga, ela sempre vira pra mim e fala, âE como Ă© que estĂĄ a Alexia hoje?â Primeiro que aqui em Portugal se usa muito a terceira pessoa, nĂ©? EntĂŁo, âComo Ă© que estĂĄ a Alexia hoje? Ela estĂĄ na minha frente. Ao invĂ©s de ela me perguntar, âComo Ă© que vocĂȘ estĂĄ hoje?â Ă, âComo Ă© que estĂĄ a Alexia hoje?â
Foster: Ă, que no Brasil seria, âComo vocĂȘ estĂĄ?â
Alexia: Exato. E aĂ vocĂȘ pode responder isso de vĂĄrias formas, vocĂȘ pode responder, âEu to calma. Eu to feliz. Eu to triste. Eu to nervosa. Eu to frustrada. Eu to sem saber pra onde ir. Eu to sem caminho.â
Foster: Que normalmente sĂŁo minhas respostas.
Alexia: âEu to realizada, eu toâŠâ
Foster: Tå, são emoçÔes mais ou menos do dia a dia.
Alexia: Exato.
Foster: E as emoçÔes um pouco mais tĂ©cnicas, digamos. Tipo, âEu estou ansioso.â
Alexia: âEu to ansioso.â Ou, âEu to ansiosa,â no meu caso.
Foster: Ă, pera ai. Para mim, seria âansioso.â
Alexia: Isso.
Foster: Pra vocĂȘ seriaâŠ
Alexia: Ansiosa.
Foster: Ta vendo, gente? Que a vogal pra Alexia... isso acontece muito em portuguĂȘs, nĂŁo sei porque, mas quando Ă© âosa,â o O abre. âTo ansioso.â âAnsiosa.â
Alexia: Sim. imagina se fosse âansiosa,â Ă© muito estranho. Ou entĂŁo âansioso.â Ă muito estranho.
Foster: Ă, pra vocĂȘs, claro.
Alexia: Ansioso. Ansiosa.
Foster: âAnsiosoâ obviamente vem da ansiedade.
Alexia: Assim como ansiosa. Ăbvio, ansiedade.
Foster: Uhun.
Alexia: Eu estou ansiosa. Eu tenho ansiedade.
Foster: E com depressĂŁo?
Alexia: Eu estou depressiva ou deprimida. Estou em depressĂŁo.
Foster: TĂĄ. EntĂŁo pode falar, âAh, eu estou um pouco deprimido hoje.â
Alexia: Sim. âAh, to meio deprimida, nĂŁo sei porquĂȘ, vou descobrir.â
Foster: Isso seria normal, nĂŁo seria tipo, demais?
Alexia: NĂŁo, nĂŁo. Assim, vocĂȘ pode falar, âTo tristeâ em vez de usar a palavra âdepressĂŁoâ em si. Porque a gente tambĂ©m tem que lembrar que depressĂŁo Ă© uma coisa importante, nĂŁo pode virar banal, nĂ©? EntĂŁo a gente tambĂ©m tem que saber entender que sentimento vocĂȘ tĂĄ.
Foster: Ă.
Alexia: Depressão é uma coisa muito mais séria do que um sentimento de tristeza momentùnea.
Foster: Ă, existe uma grande diferença entre, âAh, eu tive um dia ruim.â
Alexia: Ă, exato.
Foster: E âEu estou deprimido.â Com certeza. E quando vocĂȘ realmente tem um episĂłdio, eu quero falar panic attack.
Alexia: Um ataque de pĂąnico.
Foster: Ă igual?
Alexia: Ă.
Foster: Ataque de pùnico, também pode falar ataque de ansiedade.
Alexia: Sim, sim.
Foster: Que nem falamos que o pùnico é a outra coisa relacionada, mas diferente também.
Alexia: Sim.
Foster: Mas muito séria. Mais um vocabulårio?
Alexia: A gente pode falar sobre remédios, né? Então tem remédios antidepressivos.
Foster: Uhun.
Alexia: E tambĂ©m tem remĂ©dios ansiolĂticos, que sĂŁo para ansiedade.
Foster: Ă.
Alexia: E Ă© isso gente. Eu acho que⊠Claro que eu, Alexia, prefiro fazer terapia em portuguĂȘs, porque Ă© minha lĂngua mĂŁe, nĂ©?
Foster: Materna.
Alexia: Exato. E eu acho que, hoje em dia, eu nĂŁo me sentiria muito Ă vontade de fazer terapia em inglĂȘs. Quem sabe talvez um dia que seria Ăłtimo pro meu vocabulĂĄrio e sobre me expressar. Na verdade, seria uma Ăłtima aula de inglĂȘs fazer terapia em outra lĂngua.
Mas eu acho que o nosso recado aqui Ă©, se cuidem, cuidem de vocĂȘs, pensem sobre vocĂȘs e nĂŁo se importem se algum brasileiro começar a falar sobre a psicĂłloga deles, etc, que normalmente Ă© muito mais normal no Brasil do que nos Estados Unidos, do que aqui em Portugal e etc, de falar sobre isso.
Foster: à muito bom isso. Mais uma pergunta pra terminar, Alexia. O medicamento, os remédios, como é que fala o negócio individual?
Alexia: PĂlula?
Foster: PĂlula? Mas eu acho que Ă© mais comum falar âcomprimido.â
Alexia: Comprimido.
Foster: Porque âpĂlula,â eu acho que tambĂ©m tem a conotação de anticoncepção.
Alexia: Anticoncepcional.
Foster: Ă.
Alexia: Ă. EntĂŁo, a pĂlula anticoncepcional e o comprimido. âAh, vocĂȘ prefere em comprimido ou em gotinhas,â nĂ©? Ou o lĂquido. Normalmente Ă© isso.
Foster: Gotinha seria lĂquido.
Alexia: Exato.
Foster: LĂquido.
Alexia: LĂquido.
Foster: LĂquido.
Alexia: Isso.
Foster: Tå bom, gente. Eu vou parar de falar hoje, porque eu estou ficando muito cansado, mas se cuidem e até o próximo episódio.
Alexia: Tchau!