Foster: Olá, olá Alexia! Que tal? Como estás?
Alexia: Olá Foster! Estoy muy bien, y usted?
Foster: Que bien, que bueno. Bueno, por que estamos hablando en espanhol?
Alexia: Porque nosotros vamos hablar sobre Argentina. Buenos Aires y nuestra experiência en Buenos Aires.
Foster: Pero tu hablas muy bien espanhol, eh?
Alexia: Gracias a vos.
Foster: Bom, gente. Bom, estamos sofrendo um pouco com espanhol, mas hoje...
Alexia: Ah, até que eu fui direitinho.
Foster: Direitinho, muito bem amor. Muy bien.
Alexia: Obrigada.
Foster: Então Alexia, a gente passou duas semanas.
Alexia: Você lembra... desculpa gente, quando eu cheguei no Chile, eu ao invés de falar Gracias eu falei Grazzie.
Foster: Estava falando italiano.
Alexia: Aham.
Foster: É, é tão ofensivo, tão ofensivo mesmo.
Alexia: Eu to chorando de rir nesse momento, porque foi uma coisa tão ridícula.
Foster: É, não faz sentido nenhum. Mas enfim, Alexia, quando eu estava no Rio eu percebi que tem uma certa rivalidade entre os brasileiros e os argentinos.
Alexia: Existe uma grande rivalidade entre Brasil e Argentina, sim.
Foster: Sim. Basicamente que todo mundo, pelo menos no Rio, todo mundo odeio os argentinos.
Alexia: Não, não é tão forte. A gente, bom... Sim, a gente gosta de implicar um com o outro, e não é só no Rio, é o Brasil inteiro. É, claro que isso começou bastante por causa do futebol, né. Então, Maradona, Pelé, Messi, Neymar, e a gente gosta de se implicar muito, porque muitas pessoas, os argentinos acham que a Argentina é o melhor lugar do mundo e ficam querendo mostrar isso pros brasileiros, e ao contrário também. Então é uma rivalidade que eu acho que jamais vai acabar.
Foster: É, mas eu acho saudável. Eu acho mais brincadeira, sobretudo. Mas, bom, eu estava esperando uma experiência horrível em Buenos Aires, mas quando a gente chegou... Bom, quando a gente chegou foi horrível mesmo. Eu perdi o meu, eu esqueci, perdi a minha bolsa, que tinha meu computador, passaporte, eu deixei no ônibus, mas...
Alexia: No carro.
Foster: No carro, é. Mas eu descobri onde estava, depois. Eu tinha umas horas de desespero e, mas enfim. Alexia, me conta opiniões sobre Buenos Aires.
Alexia: Bom, primeiro deixa eu falar sobre a opinião dos argentinos. Eu fui à Argentina a bastante tempo, acho que já faz uns 12 anos isso, quando eu fui pra Bariloche, e eu sempre tive uma experiência muito boa. Mas só que assim eu fui com grupo de brasileiros, éramos em vinte pessoas então a gente não teve tanto contato com a cultura, a gente tava indo pra Bariloche pra ir pra se divertir e esquiar, então não foi nada tipo o que gente fez. E aí quando eu fui pra, pra Buenos Aires, eu tava esperando que eles não fossem tratar tão bem nós brasileiros. Já fui meio que na defensiva, porque eu sei o quanto que essa rivalidade pode chegar. E não, foi o oposto disso. Todas as pessoas que a gente teve que lidar, como taxista, uber, garçom, atendimento em todos os lugares, pessoas na rua, todos foram muito simpáticos, principalmente aquele casal que a gente encontrou no food truck.
mas só que assim - but, here's the thing éramos em vinte pessoas - there were 20 of us lidar com alguém ou uma situação - to deal with something or someone, to cope with
Foster: É, esqueci, eles são legais, duvido que eles estão escutando, mas tenho saudades. É, mas a Alexia estava com muito medo de pegar taxi em Buenos Aires.
Alexia: Sim, mas eu tenho uma explicação.
Foster: É, mas, enfim, eu acho que os taxistas em Buenos Aires são muito mais legais, muito mais simpáticos comparados com os taxistas do Rio, com certeza.
Alexia: Eu acho que a gente deu bastante sorte né, porque...
Foster: Sorte 10 vezes. Três taxistas, três experiências maravilhosas, vamos.
Alexia: Eu acho que a gente deu sorte, e os taxistas aqui do Brasil... Ta vendo, eu não consigo falar mal do Brasil enquanto você tá elogiando a Argentina, é uma coisa de dentro de mim, eu tenho que defender o Brasil.
Foster: Tá. Posso falar alguma coisa polêmica?
Alexia: Se você acertar essa expressão, você pode.
Foster: Posso falar uma coisa?
Alexia: Muito bem.
Foster: Tá, vou falar. Então, eu acho que Buenos Aires é uma cidade incrível, e eu acho que eu prefiro Buenos Aires do que qualquer cidade que eu já morei no Brasil, concorda?
Alexia: Sim, concordo.
Foster: Você concorda comigo?
Alexia: Eu concordo. Eu amei Buenos Aires.
Foster: Dói pra falar isso?
Alexia: Dói, bastante. Meu momento de suspiro, antes de falar. Aham.
Foster: É, mas é uma cidade muito legal. Tem tudo, tem cultura, tem as ruas peotonais? – Como é que fala?
Alexia: Que?
Foster: As ruas peutonales.
Alexia: Que que é isso? Não, na boa, não sei.
Foster: As ruas que não tem carros.
Alexia: Ah, as ruas de pedestre.
Foster: Pedestre, isso.
Alexia: Sim. A gente ficou no micro centro, ou seja, no centro da cidade mesmo, de Buenos Aires, o qual normalmente não é o lugar onde as pessoas ficam. As pessoas ficam em Palermo ou na Recoleta, e foi uma experiência maravilhosa, porque Buenos Aires além de ter uma cultura muito forte arquitetônica, né, aqueles prédios lindos, maravilhosos, super antigos, é uma cidade que é uma mistura de Rio e São Paulo. Ao mesmo tempo que tem uma natureza exuberante, né, muito bonita, tem espaços verdes pra todos os lugares, mas é uma cidade grande, e me dá uma sensação de ser muito cosmopolita.
Foster: Sim, sim. Somente a gente ficando lá, eu fiquei mais tipo, sei lá, querendo ler livros, ver filmes. Tem muita cultura, é vibrante lá, é palpável – pode falar assim?
Alexia: Palpável não, é uma coisa que a gente sente na pele.
Foster: É, bom, é uma que está aí, você sente quando você está aí. Tem muita cultura, muita história.
Alexia: Sim. E Buenos Aires era pra ter sido a Europa da América do Sul, né, porque foi construída essa cidade pra ser uma mini Espanha. Enfim, como qualquer outro país na América do Sul, temos os problemas econômicos, políticos, é complicado. Acabo não se tornando uma cidade o qual deveria ter o seu enorme valor, mas é incrível. É simplesmente incrível. Então, se alguém fosse me perguntar tipo “Alexia, você gostaria de morar no Rio ou em Buenos Aires?” eu sinceramente falaria Buenos Aires, porque eu sinto um pouco... Não, é verdade, eu me sinto...
Foster: É, mas eu sinto muito mal. A gente vai ter que mudar o nome do podcast.
Alexia: Sim.
Foster: Porteño Connection.
Alexia: Mas talvez a gente também tenha se apaixonado porque a gente ficou só quinze dias. Então se a gente realmente morasse lá, a gente ia ver muito assalto acontecendo, como acontece ali na Florida, como eles assaltam todos os turistas, a gente veria mais problemas na cidade. Apesar que, eles tentaram passar a perna na gente em relação ao chip de celular umas quatro vezes, né?
Foster: É, o negócio do celular em Buenos Aires é complicado. Mas, sim, é super caro. A gente não estava morando lá, então não podemos falar.
Alexia: Não. É uma cidade cara, a comida é muito gostosa, mas assim, é uma cidade cara. Não é uma cidade barata, é um Rio de Janeiro também.
Foster: É, mas, enfim, eu acho que a gente está tentando defender o Rio, sim.
Alexia: Não, eu to sendo sincera, eu já esqueci que eu tenho essa rivalidade.
Foster: Sim.
Alexia: E o pior é que essa rivalidade vai recomeçar agora, né, na Copa do Mundo.
Foster: Pois é, é. Bom, vamos ver. Bom Alexia, você mais alguma coisa, mais uma coisa? mais alguma coisa?
Alexia: Mais alguma coisa.
Foster: Mais alguma coisa sobre Buenos Aires, sobre argentinos, sobre, sei lá, alguma coisa que você quer confessar sobre?
Alexia: Não. Eu acho que quem tiver vindo pra América do Sul e tiver a opção de visitar outro lugar, que não seja o Brasil, eu super indicaria a Argentina e também aquele passeio que a gente queria ter feito, que era pra ter ido pra Mendonça.
Foster: É, que é Mendoza.
Alexia: Mendoza, sim.
Foster: É. Bom, acho que só isso, né?
Alexia: Sim, sim. Vão para Buenos Aires, pratiquen el espanhol o solamente hablan el portunhol.
Foster: Muy bien, muy bien Alexia. Entonces, Hasta luego!
Alexia: Hasta Luego! Tchau!
Foster: Tchau!