Transcript
Alexia: Oi, oi, pessoal, e bem-vindos a mais um episódio do Carioca Connection. Eu sou a Alexia. E eu estou aqui super bem acompanhada do Foster. Oi, Foster.
Foster: Oi, Alexia. Tudo bem?
Alexia: Tudo e com você?
Foster: Tudo ótimo. Obrigado. Então, Alexia, hoje a gente vai continuar a nossa conversa sobre a nossa viagem para a Inglaterra. Então, se você não escutou o episódio anterior, você pode começar lá, mas se não, tá tudo bem.
Alexia: Sim! Bom, resumindo, nós tiramos férias e estamos contando sobre as nossas férias.
Foster: Exatamente. Então, Alexia, hoje você quer falar sobre o quê?
Alexia: Acho que a gente pode falar sobre o que a gente fez durante a viagem, o que a gente visitou, se a gente tinha alguma expectativa de lugar que a gente queria visitar e acabou indo ou não indo. A gente pode falar sobre isso.
Foster: Então, vamos lá. Onde que você quer começar?
Alexia: Onde que eu… Ah, vamos começar do começo.
Foster: Tá bom. Nessa história, onde que eu começo?
Alexia: Bom, eu acho que a gente pode falar um pouco sobre a vila onde os nossos amigos moram, né? E que é muito interessante a vilazinha porque você tem acesso de ônibus. O ônibus para Oxford passa lá e você também tem estação de trem que é perto de lá. Eu imagino que dá para pegar o ônibus e ir para o trem. Então, por mais que pareça estar muito longe, na verdade é super bem conectado, né?
Foster: Sim.
Alexia: E é muito perto de uma outra small town, uma pequena cidade, eu diria, chamada Woodstock.
Foster: É. Que são cidadezinhas, vilas.
Alexia: É. E eu adorei conhecer Woodstock. Woodstock eu realmente gostei muito de lá.
Foster: Por quê? O que você gostou?
Alexia: Eu acho que eu gostei que não tem um prédio. Você percebeu? Não tinha um prédio. Só tinham casinhas. Assim. Máximo quatro andares.
Foster: Bom, quando você falou que não tinha nenhum prédio, no caso, prédio quer dizer o quê? Prédio muito alto?
Alexia: Prédio é… é um prédio. É uma coisa alta.
Foster: Sim, mas tinha, por exemplo, sei lá, empresas e… Eu vi vários prédios que tinham pelo menos quatro andares.
Alexia: É isso que eu tô falando. São casinhas que foram transformadas em empresas.
Foster: Não tem arranha-céu.
Alexia: Então são tudo casinhas. Tem muitos negócios locais lá. Tem muita charity shop, que são lojinhas de caridade, ou seja, que as pessoas deixam lá itens, roupas e etc, e o valor arrecadado vai para associações diferentes.
Foster: Posso te fazer… Bom, pode continuar e depois eu vou te fazer algumas perguntas.
Alexia: Não, já vai.
Foster: Sobre os charity shops, primeiramente, como é que você fala isso em português?
Alexia: Loja de caridade.
Foster: Isso é diferente do que, por exemplo, brechó?
Alexia: Sim. Sim. Brechó.
Foster: Ah, brechó. Então, vogal aberta.
Alexia: É. Brechó normalmente são lojas normais que os donos acham, compram roupas de marca ou não, e revendem essas roupas ou itens de segunda mão, mas o valor não vai para uma associação. Loja de caridade, o valor vai para uma associação.
Foster: Entendi. Entendi. Obrigado. Tá. Explicado. A minha outra pergunta foi… Você falou que o preço é… Hã? Na loja de caridade, você falou que o preço é… Você falou alguma palavra que não entendi.
Alexia: Não lembro, mas o valor arrecadado…
Foster: Essa foi a palavra. Pode falar mais uma vez?
Alexia: Valor arrecadado…
Foster: Arrecadado. Nunca escutei essa palavra.
Alexia: Claro que já. Arrecadação de fundos significa juntar dinheiro para esse dinheiro ir para algum lugar. Então, para uma associação, para uma… Enfim, nesse caso, para lugares que precisam de dinheiro para sobreviverem. Tipo, sei lá, imigrantes, ou igrejas, ou enfim.
Foster: É, entendi. Obrigado. Palavra nova. Então, você gostou muito do Woodstock, das lojas de caridade. Que mais?
Alexia: E você? Porque isso não parece ser uma entrevista só a mim. E você?
Foster: O quê? Qual é a pergunta?
Alexia: O que que você gostou mais durante a viagem, amor?
Foster: Da viagem inteira?
Alexia: Não, de visitar lugares e momentos, o que que você gostou?
Foster: Tá. Não sabia se você estava falando somente sobre a vila onde que eles moram, ou ao redor, ou a viagem inteira. Então, lugar preferido da viagem inteira, nossa.
Alexia: Eu estou, na verdade, contando os lugares que a gente foi. Então, qual o lugar que você gostou de ir?
Foster: Bom, para mim foi muito legal voltar e revisitar a cidade do Oxford.
Alexia: De Oxford.
Foster: De Oxford. Porque a última vez que a gente viajou para lá foi…
Alexia: 2018?
Foster: É, há sete anos atrás, para o casamento deles. E nós dois temos muitas memórias daquela cidade. Foi tão legal ver, tipo, lugares especiais, tipo um banquinho que do nada apareceu uma memória. Quando eu tinha 19 anos, eu lembro exatamente onde eu estava, o que eu estava fazendo, o livro que eu estava lendo. É tão especial isso, lembrar de coisas que nem sabia que estavam na minha cabeça.
Alexia: E também a cabine telefônica de onde você ligava para os seus pais.
Foster: É, é uma loucura isso, que muito perto da faculdade, do college onde eu estudei, tem, como se chama? O cabine?
Alexia: Cabine telefônica.
Foster: Sim, mas o clássico inglês vermelho. Eu lembro que eu tive que comprar, sei lá, minutos ou alguma coisa assim para usar uma cartão para ligar.
Alexia: Um cartão.
Foster: Um cartão, brigada, para ligar para os meus pais. E hoje em dia é tão fácil. Tipo, eu estava com o meu celular e eu podia FaceTime com o meu pai quando eu queria.
Alexia: Sim.
Foster: Como o mundo mudou.
Alexia: E ainda sobre Oxford, uma coisa que eu não tinha visitado quando eu fui lá, anos e anos atrás, foi o Museu de História Natural, junto com o Pitt Rivers Museum. Gente, é muito legal. Eu adoro essas coisas. Se tiver um museu… Primeiro que assim, você vai no museu que é de graça, o que eu acho incrível porque cultura deve ser acessível para todo tipo de pessoa e para quem for. E claro que eles falam: ah, você pode fazer uma doação. Eles incentivam a doação de algo. Então você pode doar um pound, cinquenta cêntimos, o que você tiver. Ou você simplesmente fala: não, eu não estou no momento que eu posso gastar esse dinheiro e quero visitar o museu. E você é muito bem-vindo lá dentro. Então, eu acho isso incrível.
Foster: Eu acho muito importante também porque é uma cidade universitária.
Alexia: Exatamente. E foi muito legal ter ido no Museu de História Natural e a gente escolheu um dia que a onda de calor já tinha acabado e estava meio que chovendo, então foi o dia perfeito para ir para os museus. E o Pitt Rivers Museum eu nem sabia da existência e foi o mais assim… Que incrível, parecia que você estava visitando o mundo de uma forma antropológica, com muitas cerâmicas, histórias, roupas. E aí, no meio disso tudo, que é objetos achados em tal lugar, no ano de dois mil e não sei o quê, tem um pen drive lá no meio, gente. Eu me senti muito velha vendo um pen drive.
Foster: Agora o pen drive é uma peça histórica.
Alexia: Cara, que isso, né? Um pen drive tá no museu. Eu fiquei meio que… Sério? Tá lá, achado na areia de tal lugar em 2006, uma coisa assim. Gente…
Foster: No mesmo prédio onde literalmente tem dinossauros. E tem coisas tipo de meteoro, bilhão de anos atrás. É uma loucura.
Alexia: Tem lá um pen drive perdido. Então foi muito legal ter tido essa experiência. E nesse dia a gente ficou mais caminhando pela cidade. E a gente acabou fazendo uma coisa super americana, que não tem em Portugal. A gente foi para o Five Guys. A gente foi no Five Guys e pegamos um ônibus de volta para casa.
Foster: Eu não ia falar isso no podcast porque é… como é que fala? Um capricho? Essa palavra existe? Eu queria falar tipo um guilty pleasure.
Alexia: Ah, é um guilty pleasure. Era pra ter ficado em segredo.
Foster: É um restaurante de hambúrgueres e normalmente quando a gente visita os Estados Unidos a gente vai lá pelo menos uma vez por ano, mas este ano a gente ainda não teve oportunidade de visitar os Estados Unidos. Então um Five Guys apareceu do nada. Então tivemos que comer lá.
Alexia: Vamos lá comer e era literalmente em frente ao ponto de ônibus que a gente precisava. Então tava tudo muito bem. Mas, antes disso, a gente foi naquela livraria enorme que você ficou perdido lá dentro, completamente assim, desestruturado de tão incrível que era aquela livraria.
Foster: Sim, foi outra coisa que eu tinha esquecido sobre Oxford. Eu acho que é a cidade com mais livrarias per capita do mundo. A gente entrou em pelo menos…
Alexia: Do mundo?
Foster: Estou exagerando, mas tem muitos livros. É uma cidade literária. A gente entrou em pelo menos vinte, eu diria.
Alexia: Contando com as lojas de caridade, os sebos e livrarias em si, sim.
Foster: Ah, boa palavra. Sebo. Pode explicar o que é um sebo?
Alexia: Sebo é uma loja só de livros usados.
Foster: Sim. Que aqui em Portugal tem um nome diferente.
Alexia: Alfarrabista.
Foster: Sim. Aqui em Portugal é alfa… Alfarrabista. Alfarrabista. Alfarrabista.
Alexia: Sebo é muito mais fácil, minha gente.
Foster: É. Eu tinha esquecido da palavra sebo porque eu tenho tanta dificuldade com a palavra alfarrabista.
Alexia: E a gente não vai voltar nessa palavra porque você acabou de falar tudo errado.
Foster: Eu acho que todo mundo já sabe que eu tenho, não um problema com livros, mas eu adoro, adoro biblioteca, livraria. Eu adoro ver livros, ver as capinhas, pensar em quais livros eu gostaria de ler. Então, passamos muito tempo dentro das livrarias. Mas eu acabei não comprando nenhum.
Alexia: Não, porque a gente tem uma livraria muito boa aqui no Porto que o fornecedor dela é britânico. Então era muito mais fácil chegar no Porto e pedir os livros que a gente quer por ela do que carregar dez quilos de livro na mala de volta. Eu acho que é mais ou menos isso. Mas eu acho que também essa questão de livros e ver muitas pessoas dentro das livrarias e dos sebos faz com que você também se inspire em ler mais, em saber mais, e tem livro para todos os gostos em Oxford. É literalmente dos extremos aos extremos, assim. É impressionante. Você pode achar qualquer tipo de coisa lá.
Foster: Sim, realmente me inspirou muito porque ler é uma coisa que eu amo, eu sempre amava, mas quando a vida fica muito corrida é muito mais difícil achar tempo para realmente sentar e ler um livro. Só vendo tantas pessoas, sobretudo estudantes, pessoas jovens, lendo livros num parque, num jardim, sem o celular, foi tipo: o que é isso? É uma época do passado.
Alexia: Sim. E, bom, o outro passeio que a gente fez, que foi para o Blenheim Palace. Me concentrei muito em falar agora.
Foster: A pronúncia está perfeita.
Alexia: Bom, que é onde o Churchill nasceu e foi criado, né? Então, é a casa da família… Ai, qual o nome deles? Marlborough.
Foster: Sim.
Alexia: Enfim, eu acho que isso pode ficar para um próximo episódio porque a gente vai ter que contar muita coisa sobre e não é sobre o Churchill em si, então se você não gosta do Churchill não se preocupa porque a gente não vai ficar falando sobre ele especificamente, mas a gente vai falar sobre como foi a visita no palácio e as nossas impressões sobre, etc. Então, this is a free space. No worries.
Foster: Sim, realmente é um lugar muito bonito, também com uns jardins incríveis. Então, podemos falar sobre o Blenheim Palace no próximo episódio?
Alexia: Sim!
Foster: Tá bom pra você?
Alexia: Tá ótimo!
Foster: Então, mais alguma coisa por hoje?
Alexia: Não!
Foster: Então, muito obrigado, gente! Obrigado, Alexia! E até o próximo episódio!
Alexia: Tchau.
Useful vocabulary, expressions & additional resources…📚
Oi, oi, pessoal – Hi, everyone
Super bem acompanhada – In great company
Tá tudo bem – It’s all good
Resumindo – In short / to sum up
Tiramos férias – We took a vacation
Vamos lá – Let’s go
Começar no começo – Start from the beginning
Vilazinha – Tiny village
Super bem conectado – Very well connected
Cidadezinhas – Little towns
Adorei conhecer – I loved getting to know
Não tem um prédio – There isn’t a single tall building
Casinhas – Small houses
Negócios locais – Local businesses
Loja de caridade – Charity shop
Valor arrecadado – Funds raised
Arrecadação de fundos – Fund-raising
Brechó – Thrift store / second-hand shop
Palavra nova – New word
Lugar preferido – Favorite place
Do nada – Out of nowhere
Cabine telefônica – Telephone booth
Como o mundo mudou – How the world has changed
Onda de calor – Heatwave
Me senti muito velha – I felt really old
Coisa super americana – Something very American
Guilty pleasure – Guilty pleasure
Ponto de ônibus – Bus stop
Livraria enorme – Huge bookstore
Sebo – Used-book store
Alfarrabista – Antiquarian bookstore
Fornecedor britânico – British supplier
Se inspirar em ler mais – To feel inspired to read more
É impressionante – It’s impressive
É uma época do passado – It’s a thing of the past
Me concentrei – I focused
Tá bom pra você? – Is that okay for you?
Jardins incríveis – Amazing gardens