Listen on:
Alexia: Olááá!
Foster: Oi, pessoal, tudo bem?
Alexia: Tudo bem com vocês? Bom, semana passada, o pai do Foster veio aqui para...
Foster: Meu pai veio para o Rio.
Alexia: Visitar a gente!
Foster: Para me visitar!
Alexia: A genteee! Bom, a primeira vez dele num país da América do Sul e, Foster, eu queria que você contasse um pouco o que você fez com ele aqui, quais são foram as opções.
Foster: Então, a primeira coisa que eu queria falar é que o Rio é um pouco mais intenso, né?
Alexia: Em que sentido?
Foster: No sentido de que, sei lá, tem a questão de segurança. Tem, mas não quer dizer que o Rio é cidade mais violenta do mundo, mas tem um assunto de segurança. Tem muita pobreza que todo mundo pode ver. E é uma cidade única! Tipo, é uma cidade que tem tudo na sua frente. É uma cidade bem intensa, nesse sentido!
Alexia: Entendi. E o seu maior medo dele vir para cá seria qual?
Foster: Medo que ele, não sei exatamente como falar isso em português, mas que ele teria... sei lá, assaltado?
Alexia: Só isso? Ser assaltado?
Foster: É.
Alexia: Eu acho que o Rio, principalmente para o pai do Foster que vem de uma cidade super pequena, já assusta no tamanho da grandiosidade. Não é nem na questão...
Foster: É isso. Meu pai não é um cara urbano, ele é muito...
Alexia: Urbano.
Foster: Urbano.
Alexia: Não é nem questão de ser uma cidade que tem pobreza, que tem assaltado, etc. Porque toda grande cidade no mundo tem isso.
Foster: É isso. O Rio é uma cidade enorme porque tem... é barulhenta, muita coisa!
Alexia: Tem muita coisa acontecendo, tem muita informação acontecendo. Por exemplo, você vai à praia e tem milhões de vendedores ao mesmo tempo gritando todos os diferentes tipos de coisas. E eu estava nesse dia com ele. Ele olhava para mim e falava: "Isso é um circo, isso é um circo!". Porque é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, não pela palhaçada. Não me entendam mal! Pelo circo de ter muita coisa acontecendo ao mesmo tempo.
Foster: É. Mas, isso foi muito legal, que a gente estava na praia de Ipanema, né?
Alexia: Num domingo, que é o dia mais cheio.
Foster: Num domingo lotado! Muita gente na praia. E meu pai falou que era um circo. Mas, também, ele falou que essa é uma coisa que todo mundo deve fazer uma vez na vida. É ficar em Ipanema com essa loucura, né? Achei muito legal que ele falou isso.
Alexia: Não, e ele saiu daqui gostando muito da cidade, o que foi muito bom porque são dois contrastes grandes na vida dele, né? Até que seu pai é um cara viajado, já foi para Paris, já foi para Madrid, já foi...
Foster: Ele já viajou muito na Europa!
Alexia: Já foi para Las Vegas também, que é uma cidade também grande. Eu, na verdade, a minha maior preocupação era dele entender o carioca, o brasileiro. Porque a gente tem mania de tocar, já ser o melhor amigo logo no começo...
Foster: De se beijar!
Alexia: De dar dois beijinhos e dar um abraço em seguida e aí bota a mão nas costas e fala: "E aí, Jamie, como é que você está?!". E assim vai.
Foster: Exatamente.
Alexia: O meu maior medo era isso, dele achar que a gente estava invadindo a privacidade dele a cada dois segundos!
Foster: Mas, também, ele é um cara bem aberto. Mas, enfim, a gente não teve nenhum problema. O que a gente fez, então?
Alexia: Conta para a gente sobre a asa-delta.
Foster: Ah, a gente fez asa-delta, que em inglês é hang gliding. E foi uma das coisas mais legais que eu fiz na minha vida. Porque a gente subiu a Pedra da Gávea. Estava totalmente nublado. Quando a gente saltou na montanha, a gente pulou da montanha, não dava para ver nada, absolutamente nada. E, de repente, saiu das 'nuvagens'...
Alexia: Das nuvens.
Foster: Das nuvens. E dava para ver a cidade inteira, o mar, a praia, bom, quando a asa-delta termina, você acaba na Praia de São Conrado.
Alexia: Quando o vôo termina, né?
Foster: É, quando o vôo.
Alexia: Eu acho incrível isso! Eu acho que é uma coragem absurda porque eu nunca teria essa coragem. O meu problema é o correr para saltar. Porque eu estaria segurando o professor (o guia) atrás de mim falando: "Não vou, não vou, não vou! Pelo amor de Deus, me deixa aqui!". Ia ser um pouco complicado.
Foster: Mas, na verdade, você não tem tanto tempo para pensar em exatamente o que você está fazendo. E isso tira um pouco do medo para mim.
Alexia: É, pode ser. E a segunda coisa preferida que você fez aqui com o seu pai?
Foster: Bom, eu tenho que falar que a melhor coisa que a gente fez, para mim pessoalmente, foi que ele conheceu todos os meus amigos brasileiros. A gente foi para um bar em Copacabana e a gente falava em inglês, todos os nossos amigos falavam em inglês com ele.
Alexia: Foi muito divertido!
Foster: A gente ficou um pouco bêbado e...
Alexia: Ele se sentiu muito à vontade também.
Foster: É.
Alexia: Ele adorou caipirinha e depois tomou cachaça pura. Enfim, foi uma loucura!
Foster: Desculpa, pai! Mas, ele aprendeu muito sobre a cultura brasileira, sobre o carioca e acho que também o carioca (nossos amigos) aprenderam mais sobre nós também.
Alexia: Sim, sim. Porque, enfim, os cariocas no geral tem a impressão de que morar numa cidade pequena é uma coisa muito parada, muito chata, que todo mundo lá é caipira. E não! Nem um pouco. Não é nem um pouco assim. Eu fico muito feliz.
Foster: Eu sempre fico impressionado com as semelhanças que a gente tem, em vez das diferenças.
Alexia: Sim. Por mais que o Brasil e os Estados Unidos sejam completamente opostos em milhões de coisas...
Foster: São bem parecido também. Bom, além disso, a gente fez todas as coisas turísticas num mês, tipo, o Pão de Açúcar, Copacabana, Forte de Copacabana.
Alexia: A gente fez Stand-up Paddle.
Foster: É, a gente fez Stand-up Paddle, que aqui os brasileiros falam SUP, que eu acho muito engraçado. Foi maneiro! Eu gostei.
Alexia: Foi ótimo! Foi um dia lindo no domingo. Lindo, lindo, lindo!
Foster: Fazer Stand-Up em Copacabana é uma coisa...
Alexia: E eu acho que é uma das vistas mais bonitas também. É no comecinho da praia que você tem a vista toda para o mar aberto e para o Pão de Açúcar atrás. Eu acho lindo!
Foster: E o que mais? A gente comía muito bem.
Alexia: Ele é uma pessoa que gosta muito de comer carne, então se você estiverem indo para o Rio, podem ficar tranquilos que tem muito lugar bom para comer carne.
Foster: Eu acho que a maioria dos americanos não gosta muito de arroz, feijão. Eu adoro principalmente, mas tem muita gente como o meu pai que não adora. Então, tem muita carne aqui.
Alexia: Tem. A gente foi num restaurante chamado CT Boucherie, que é o nome de um famoso chef, que é o Claude Troisgros Boucherie. E foi incrível! Foi na primeira noite dele aqui. Eu acho que a gente começou com chave de ouro e fechou com chave de ouro também, né? Acho que foi muito bom. Espero que ele tenha gostado.
Foster: Foi muito bom.
Alexia: Ah, a gente foi também na feirinha de Ipanema.
Foster: É, o meu pai adorou a feirinha! A feira hippie de Ipanema, na General Osório.
Alexia: Tem uma praça, que é a praça do metrô em Ipanema chamada General Osório. Lá, todo o domingo - domingo? foi! - tem a feira hippie, que são várias barraquinhas uma do lado da outra montadas, vendendo artesanato, bolsa de couro, pulseira. E ele ficou fascinado pelas pulseiras que são os "bracelet", né?
Foster: Eu fiquei muito impressionado porque a feirinha brasileira é uma coisa que eu já meio me acostumei, né?
Alexia: É, para você não tem mais nenhuma novidade.
Foster: É uma coisa normal. Mas, o meu pai ficou tão impressionado com as coisas!
Alexia: Ele queria comprar tudo! Ainda mais que...
Foster: Porque é bem barato!
Alexia: É, para ele que é muito barato, você pega o real e divide por quatro, então... tudo aqui eram dois dólares, quatro dólares para ele.
Foster: Eu acho que a gente deve fazer um episódio inteiro...
Alexia: Sobre a feira?
Foster: Sobre as feirinhas. Porque tem em diferentes dias e... bom, a última coisa que a gente fez, que é menos tradicional, eu acho, para o gringo aqui no Rio, foi uma visita ao Theatro Municipal para ver um balé.
Alexia: Eu levei eles dois e um amigo nosso, porque meu pai infelizmente estava viajando no dia, mas eu levei eles ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que é o Theatro Municipal de 1.800 e alguma coisa - agora eu não sei dizer. É um lugar lindo, maravilhoso! Eu sou apaixonada!. Fica no Centro do Rio. E a gente foi assistir a dois espetáculos, na verdade, só que são dois balés em um espetáculo só. Eu estava morrendo de medo porque eu achava que eles não iriam gostar porque não era balé tradicional por si só. Era balé moderno também. E eu tenho um pouco de balé moderno sempre. Porque eu sou mais do balé clássico. Mas, eles amaram!
Foster: Adorei. Foi uma coisa...
Alexia: O Foster agora vai virar bailarino!
Foster: Quero aprender a dançar balé. Mas, com certeza, a gente tem que fazer um episódio sobre o Theatro Municipal e as danças aqui no Rio porque foi uma coisa excepcional! Sensacional! Totalmente.
Alexia: Que bom! Fiquei tão feliz que você gostou!
Foster: Enfim, gente, se você mora no Rio, se você está visitando o Rio, se seus pais estão vindo para o Rio...
Alexia: Se você tem dicas para dar, dicas para pedir, quer bater papo, quer conversar, manda e-mail. Vai estar aí no final.
Foster: Mas, na verdade, o Rio não dá para errar!
Alexia: Não, não dá para errar! Eu tenho um casal de chilenos chegando agora. São meus amigos de sempre. Agora eu ando pela cidade pensando o que eu faço com eles por uma semana. Eu acho que eles vão gostar! Vai ser incrível da mesma forma que foi com o seu pai.
Foster: Verdade. O Rio é uma cidade maravilhosa!
Alexia: É uma cidade muito convidativa.
Foster: Exatamente. Então até a próxima, gente!
Alexia: Tchaaau!
Foster: Tchau, tchau!