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In this episode of Carioca Connection, Alexia reconnects with her old school friend Guilherme, who's been living abroad for four years. They dive into the realities of expat life, sharing stories about adapting to different cultures while maintaining their distinctly carioca identity. From Guilherme's career transition from traditional law to legal tech, to discussions about healthcare systems in Portugal versus the US, this conversation captures the authentic experience of Brazilians building new lives overseas. They also explore the bittersweet relationship many expats have with Rio de Janeiro—missing the culture and warmth while acknowledging the challenges that drove them to leave. The episode is filled with nostalgic reflections, honest observations about work-life balance, and that uniquely Brazilian ability to find humor in life's complexities.
E agora em português... 🇧🇷
Neste episódio do Carioca Connection, Alexia se reconecta com seu velho amigo de colégio, Guilherme, que está morando fora há quatro anos. Eles mergulham nas realidades da vida de expatriado, compartilhando histórias sobre adaptação a diferentes culturas enquanto mantêm sua identidade distintivamente carioca. Desde a transição profissional do Guilherme da advocacia tradicional para a tecnologia jurídica, até discussões sobre sistemas de saúde em Portugal versus Estados Unidos, esta conversa captura a experiência autêntica de brasileiros construindo novas vidas no exterior. Eles também exploram a relação agridoce que muitos expatriados têm com o Rio de Janeiro—sentindo falta da cultura e do calor humano, mas reconhecendo os desafios que os levaram a partir. O episódio está repleto de reflexões nostálgicas, observações honestas sobre equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, e aquela capacidade unicamente brasileira de encontrar humor nas complexidades da vida.
As always, this episode is packed with real-life Brazilian Portuguese that you won't find in textbooks or apps. Enjoy!
Introduction
O Gui estudou comigo no colégio, nós éramos da do mesmo ano, da mesma série, não da mesma sala, Mas a gente se conheceu muito bem. Ele voltava comigo ou ia comigo do colégio todos os dias, eu dava carona para ele. Então pessoal que fez muita parte da minha história quando eu era adolescente até o iniciozinho da vida adulta, e agora ele estava morando em Nova York, foi para o mestrado por lá e acabou ficando por lá e agora ele acabou de começar a vida dele em Londres.
Então ele veio contar um pouquinho sobre isso pra gente. E é isso! Espero que vocês gostem. Então vamos de lá com o episódio.
Transcript
Alexia: Oi pessoal, mais episódio por aqui, e hoje eu convidei o Guilherme, o Gui, para conversar comigo. O Gui estudou comigo no colégio, nós éramos do mesmo ano, da mesma série, não da mesma sala, mas a gente se conheceu muito bem, ele voltava comigo ou ia comigo do colégio todos os dias, eu dava carona pra ele. Então, pessoal que fez muita parte da minha história quando era adolescente até o iniciozinho da vida adulta, e agora ele estava morando em Nova Iorque, foi para mestrado por lá e acabou ficando por lá, e agora ele acabou de começar a vida dele em Londres. Então ele veio contar pouquinho sobre isso para gente. E é isso, espero que vocês gostem, então vamos lá com o episódio. Guilherme: Já a outra gravando do o outro está gravando, veja sempre, português eu não falo mais né? Mas Alexia: Isso isso também era 1 das minhas perguntas porque você já está quanto tempo fora?
Guilherme: 4 anos. Alexia: Só?
Guilherme: Eu acho que eu anos. Se eu fiquei a gente ficou 4 anos em Nova Iorque. Alexia: Ah é? Vocês se mudaram durante a pandemia pra Londres? É isso? Eu lembro que a Bruna postou no Instagram, e eu assim gente Setembro. Já. É, a gente está aqui no Porto, eu cheguei em 2019, então assim, foi o primeiro ano pra acertar tudo, a burocracia, papelada do meu pai, et cétera, porque eu sou portuguesa e ele não, então tinha que ter residência dele, pedir a residência dele e tal. Certo. Deu tudo certo, só que assim, Portugal é muito burocrático, né? Mais do que tudo nessa vida. E aí quando a gente se sentiu confortável em tipo
Guilherme: Como nossos pais. Alexia: Eu se sentiu confortável em sair pra arranjar amigos, sabe? Vamos fazer parte dessa comunidade e pandemia. Então assim, a gente está muito feliz de estar aqui, mas a gente sente muita falta.
Guilherme: É, normal. Mas está está melhorando as coisas por aí? Alexia: Sim, sim, está melhorando. Aí eu tomo a segunda dose Já estamos Machado,
Guilherme: vocês verem. Alexia: É, meu pai desde abril, eu tomo a segunda dose e agora esse sábado e o Foster tomou a Janssen, Tipo dá 2 semanas atrás.
Guilherme: Boa, que coisa boa cara, que bom. Qual que você tomou? Alexia: Pfizer.
Guilherme: Boa, Pfizer. E vocês? Boa. Moderno. Alexia: Eu dormi por 4 dias seguidos mas tirando isso.
Guilherme: 4 dias caralho, eu pode falar palavrão a gente? Alexia: pode Pode.
Guilherme: Pode então não beleza não sei tem tem algum tipo de censura algum da tá beleza. Cara assim a chance da da gente não deixar os nossos sotaques, rolarem nessa conversa é tipo 0. Alexia: É 0
Guilherme: é 0 É 0 esse nosso sotaque, muito específico a gente, é mas nós 2 vemos num lugar muito específico do planeta então assim Alexia: Não tem como, não tem como. E por mais que a gente more muito tempo fora, a gente pode ter algumas coisinhas e tal, sei lá, a forma de cantar, a palavra mais é o nosso XE0 nosso r vai ser pra sempre, então não tem como.
Guilherme: Ah, pra sempre né, eu acho que até mais do que tipo, sei lá, é mais do que isso, eu acho que a gente, eu acho que o carioca em geral, tem, primeiro a gente fala palavrão pra caralho Uhum. Né tipo assim você não seria por isso que eu até perguntei porque eu acho que não seria 1, enfim, 1 1 reflexão sobre a realidade. E sei lá, eu acho que é a eu acho que o meu sotaque, não sei sei lá se eu bebo pouco então, o negócio vai ladeira abaixo muito rápido. Mas eu eu gosto de pensar que eu tenho sotaque bem moderado, mas mas eu acho que é mais, mas sei lá, já me disseram que não é o caso. Alexia: Eu acho que não mas eu acho que as pessoas principalmente os brasileiros fora do Rio sempre vão achar que o sotaque carioca é muito carregado, é muito puxado.
Guilherme: Ah pode ser? Alexia: Não sei, não sei.
Guilherme: Eu acho que o nosso sotaque é distintivamente carioca, isso com certeza. Você não é tipo, sei lá Romário Alexia: Não não. Tipo Não.
Guilherme: Não. Gold standard do destaque do Rio de Janeiro. Mas enfim, você já está fora tempão também, né? Alexia: Então, oficialmente 2 anos, Não oficialmente
Guilherme: Para fins da Receita Federal do Brasil, caso Exato. Algum ouvinte seja fiscal da Receita Federal, isso foi quando a Alex deu declaração seja definitiva do Brasil e pra todos os fiscais ela mora fora do Brasil há 2 anos. Entendi? Alexia: Isso, por favor, não venha pra mim. Antes disso eu ficava pipocando, né, entre Estados Unidos e Brasil e outras viagens, então eu vim para cá para Portugal, passei 3 meses em Portugal, voltei, Viajei pela América do Sul, fiquei 3, 4 meses, voltei. Então assim, eu fiquei pipocando, mas oficialmente assim, mudar de casa, mudar com mala e cuia, há 2 anos.
Guilherme: Justo. Alexia: É, é.
Guilherme: Que 2 anos hein? Alexia: Mas mas assim, guia, a gente se conhece há não sei há quanto tempo, né? Sei lá, bota aí na, eu não sei, não sei, não faço ideia, mas desde
Guilherme: 10 anos, não sei. Alexia: É, não, mais do que isso, 10 anos Qual
Guilherme: que você entra no colégio? Alexia: Grupo 2.
Guilherme: Ah então 5 anos. Tipo é por metade da minha vida aquele até aquele momento. Alexia: Desde 5 anos de idade só isso.
Guilherme: A gente está tão velho. Que bom. Vamos Alexia: conversar sobre isso de velho depois porque eu não sei, cara a gente vai fazer 32, Gui, 32.
Guilherme: Eu acabei de fazer 30 e você mais velho então. Alexia: Então Eu não estou gostando dessa parte, a minha psicóloga fala a vida começa aos 30 hoje em dia eu estou esperando eu estou aguardando
Guilherme: Pensa assim, pensa assim, ficar velho é muito melhor do que alternativa. Vamos ficar feliz de ficar velho é isso Ah não tem muito Alexia: o que fazer,
Guilherme: não ah também né tipo sei lá não beber ter 1 dieta balanceada fazer esporte dá pra fazer essas porras todas mas mas enfim. Alexia: E eu de tudo eu só não bebo mas porque, por opção, mas tirando isso dieta balanceada 0, esporte 0, é o caminho pra cachorro e pronto.
Guilherme: Mas já está valendo, o importante é não ser sedentária, entendeu? Alexia: É.
Guilherme: O importante é viver a vida, por exemplo, porque a vida. Alexia: Mas olha só
Guilherme: Quanta bobagem. Alexia: Não, mas é isso mesmo, isso não se fala há muito tempo, né? Então, é exatamente isso. Mas, a gente se conhece desde 5 anos de idade. E aí, a ANIM sempre se ficou no grupinho Zona Sul, né? Zona Sul, Rio de Janeiro, tinha aquela, sentimento de comunidade mesmo, né? De pertencimento àquilo, daquele grupo dos colégios particulares da zona sul e etcétera etcétera. Quando você decidiu se mudar né, quando você foi morar fora a primeira vez em em Nova Iorque, que foi foi pra onde você foi a primeira vez né, foi a trabalho?
Guilherme: Não, eu fui fazer mestrado, e aí eu fiquei a trabalho, pelo resto do tempo, mas muito resumindo meu Alexia: Você foi fazer o mestrado então
Guilherme: Eu fui fazer mestrado, eu sou, tá vamos lá, eu sou eu sou advogado de formação, né? E não brincadeira eu sou eu sou advogado tanto do Brasil quanto nos Estados Unidos, eu fui em 2016 pra Nova Iorque e fiz a OLEMA em Colômbia, e depois fiquei lá e trabalhei num num escritório grande por 3 anos, mais ou menos aí vim pra cá pelo escritório também, trabalhei mais pouco pelo escritório mas eu meio que sabia que não queria mais essa vida, de escritório de advocacia, eu eu trabalho com né trabalhava com direito societário, fusões de aquisições, esse tipo de coisa, basicamente pra pra, enfim ferencial service né financeiros, e já sabia que eu não queria mais ficar nessa parte da, enfim, não queria mais fazer isso, e porque recentemente fui pra 1 legaltech, fui estou estou bem contente pra ser sincero, ter 1 vida bem mais, enfim você não conhece tempo suficiente né, saber que eu não não dormia tanto assim e tal tipo, trabalhava bastante e me recusava me recusava a não ter vida social então assim, então pra fazer a conta fechar eu não dormia tanto, mas é, mas enfim enche o saco pouco, em bom português, e e agora eu também mais contente assim tenho tenho vida fora do trabalho que é muito importante, 1 rotina, bem bacana trabalho com o negócio que eu acredito que eu acho legal, intelectualmente estimulante o que é bem importante pra mim porque pô Alexia: Exato.
Guilherme: Enfim, então a gente se conhece bem e é bastante mas vocês acho que você sabe que esse é o tipo de coisa que pra mim é importante sabe tipo fazer 1 parada que eu acho que tipo tem a maneira que que é nova, está inovando botando algo novo no mundo que nem vocês estão empreendendo e tudo mais acho que isso tudo é muito é muito legal tem tem muito valor, e é 1 sensação muito diferente de você estar trabalhando por hora pra cliente que puta no final do dia é cara que também é parte de 1 instituição mega gigantesca, e aquele dinheiro puta no final do dia vai pro sócio gato World enfim Sim. N n questões com estruturas mais tradicionais, eu não consigo pensar em nada muito mais tradicional tipo fora obviamente se você for virar sei lá, padre ou general das eras, eu não consigo pensar em nada muito mais tradicional do que o escritório de advocacia então assim Alexia: É, mas é é engraçado porque esse sentimento que você você tinha de tipo, espera aí, eu estou trabalhando esse tempo todo pros outros ficarem ricos, pros outros ficarem, sabe? Ter o mérito daquele meu trabalho e etcétera. Eu tinha isso no meu antigo trabalho, que você sabe qual é. E que para mim é assim, 15 horas perdidas da minha vida e que eu não acreditava naquilo, porque tinha muita coisa que eu fazia lá que não fazia sentido para mim. Então, quando eu fui mandado embora eu falei ok, dinheiro de segurodesemprego, vamos lá e vamos abrir o nosso agronegócio, então foi mais ou menos isso.
Guilherme: Ah então 1 1 bela oportunidade no final do dia. Né? É, é enganação. Vai você, vai. Alexia: Não não, é o que eu estou pensando sobre isso, porque dos meus melhores amigos que mora em Londres, que aliás seria ótimo contato pra você, ele veio do direito também, ele estudou direito na PUC e ele hoje em dia não trabalha com nada ligado a direito aí, e está trabalhando numa coisa que ele acredita que ele está muito feliz com isso e et cétera, e vocês seriam legais seria legal vocês se conectarem.
Guilherme: É pô por favor, estou extremamente interessado. A quantidade de pessoas que, mas falando sério agora porque eu acho que tem problema tipo, eu acho que, enfim várias organizações empresas etcétera, tem tem estruturas e estruturas, e tem algumas que funcionam melhores do que outras em termos de manter pessoas, né? Tipo falando muito genericamente olha, o maior problema de algumas indústrias tipo, escritórios de advocacia, isso é problema global assim não é problema, exclusivamente americano ou brasileiro ou inglês, ou mercado financeiro a mesma coisa que era assim, é assim ainda ainda são as minhas indústrias mas, o o que eu acho legal por exemplo no meu trabalho novo aqui é enfim, não precisa entrar em detalhes mas assim, a gente pega tecnologia, e usa pra fazer o trabalho de advogados, ficar muito mais eficiente de forma que, sobre mais tempo, e você diminuo consequentemente o custo, desse trabalho. Então assim é negócio e a gente consegue também tem 1 1 network de advogados pelo mundo que justamente não querem mais trabalhar, sei lá, 15 horas por dia, 16 horas por dia estarem disponíveis 100 por 100 do tempo, pra entender o telefone, que é que é o esquema que o tipo, sabe que grandes escritórios de advocacia, pelo mundo rodam, que é esquema muito, muito perverso mesmo assim, muito nocivo sinceramente, eu trabalhei tanto em história, eu trabalhei como advogado fazendo meio que mais ou menos a mesma coisa tecnicamente, tanto no mercado financeiro quanto numa história de advocacia, e cara, no escritório de advocacia é substancial pior, e não é que o mercado financeiro não era nenhum passeio no bar Sim. Pessoal trabalhava pra caralho, mas assim, mas era melhor do que o escritório, porque tinha, além do trabalho pra caralho tinham outros, eu tenho outras questões, outros problemas, no nos Estados Unidos o negócio é assumidamente feito pras pessoas saírem assim tipo a quantidade de pessoas que entra, só 10 por viram sócio, dá dado da indústria que todo mundo toma como dado e e é isso aí vida que segue, então assim obviamente tem alguma coisa errada com, com isso né, e eu eu acho maneiro que eu trabalho hoje em em lugar que pô, que basicamente paga muito bem quem está a fim de pô fazer negócio diferente, ter 1 vida e ainda assim advogar porque é possível. Porque assim pô vi na minha a quantidade de pessoas que eu conheço, que fizeram direito e hoje em dia não advogam mais, e mais por tipo trauma do esquema do que do que por não gostar direito é imenso. Sim. Alexia: É surreal impressionante.
Guilherme: Além de eu ser casado com 1, assim ela não ela não gosta de direito, de verdade então assim tipo acho que é pouco mais profundo mas assim eu conheço várias pessoas que sei lá poderiam ter sido brilhantemente felizes advogando, mas que é problema meio que de, mesmo sabe? Tipo de de gestão de gente. Sim? Sim? Alexia: Eu fico chocada com isso. O irmão do Foster ele é advogado nos Estados Unidos, ele, eu não sei os nomes específicos, mas ele até meio do ano passado ele trabalhava meio que entrando com ações contra os médicos, digamos assim, hospitais, e agora ele trabalha a favor dos hospitais e dos médicos, então ele trocou pouco de de lado. E e assim, é muito surreal porque ele vai ser pai, agora em outubro, né? E aí, tipo assim, ele precisa meio que Bag, né? Pedir pelo amor de Deus, pra ter pouco de licença paternidade, pra ele conseguir ajudar em casa e etcetera. E a mulher dele, é advogada pública, então ela, também trabalha muito, trabalha às vezes até mais do que ele, digamos assim, mas defensora pública e e ela tem o que? 2 meses de licençamaternidade no máximo. É muito surreal, ela não vai voltar pro trabalho, é mais 1, que não vai voltar pro trabalho, porque não pode, não consegue.
Guilherme: É, mas isso é América, né? Os Estados Unidos é zoado notoriamente Muito. Pô eu tenho na minha empresa que é americana, é Credit, é Credit Where credit's doe, são 6 meses de licença paternidade ou 4, 4 eu tenho que checar, eu eu não pretendo ter filho no futuro próximo mas Mas é 4 ou 6 é, é assim porque eu acho que assim sem, se não fizer isso né tipo nunca vai resolver, nunca né porque essa essa é a raiz do problema né porque senão, vai fodei a carreira melhorada pra sempre. Uhum. Olha, escritório escritório de advocacia em geral, acho que eles estão estão todos assim pra ser justo acho que estão todos tentando consertar isso, mas em Nova Iorque era muito comum você ver tipo no de associados né gente tipo da da nossa cidade, já era paritário, mas quando você olhava pros sócios, não era nem pouco paritário, era de 90 a 10. E e não é só a pós geracional era porque assim, tem 1 galera que, simplesmente, para pra ter filho, e não e assim, e eu acho que hoje em dia, os os escritórios estão começando a abrir a cabeça, pra soluções e tal, mas assim, eu eu acho que ainda estão muito no começo, eu não sei, não é a prática da indústria, de tipo legal services licença paternidade longo, por exemplo, até onde eu saiba. Alexia: Não, não é.
Guilherme: Mas as coisas estão mudando relativamente rápido. Quando eu estava lá teve cara que conseguiu licença paternidade mas não remunerado. Alexia: É então, tem essa questão também né, de não ser remunerada, e também nos Estados Unidos defende de estado pra estado, South careline, não sei quando é que isso vai acontecer também.
Guilherme: É, nos Estados Unidos é, nos Estados Unidos a legislação federal de licençamaternidade só fala de licença não remunerada, então assim não, licença maternidade remunerada não é direito federal Estados Unidos então certamente tem vários estados que se bobear nem tem, Nova Iorque quando a gente morava lá, que passou a lei, de paymentions leave a gente tipo cara sei lá. Sei lá. Gente. E assim pô eu sou cara, você sabe eu sou filosoficamente falando considero 1 pessoa liberal em, praticamente todos os sentidos e tal, mas assim, nunca fui cara que eu não não me vejo como 1 pessoa super de esquerda tal, me vejo como mais centrista alguma coisa assim centroesquerda mas tem umas quase assim nos Estados Unidos que são absolutamente chocante, assim, cara as pessoa cara as pessoas legitimamente porra agonizando no chão pedem não chama ambulância porque não consegue pagar conta. Alexia: Não, eu não vou pra lá e falo assim, eu não posso quebrar pé, porque se eu chamar a ambulância são 750 dólares, exato. E aí eu vou pra lá e vou sair com 1 conta de 10000 dólares só por causa de pé quebrado. Isso é 1 das coisas que me faz ficar aqui em Portugal, porque eu não abro mão do Serviço Nacional de Saúde de jeito algum, mas assim, de jeito algum, eu estou fazendo todo o nosso…
Guilherme: E é bom, é? Alexia: É. Então, os portugueses falam que já foi muito bom e que hoje em dia é horrível. Nós brasileiros que estamos aqui falamos que é maravilhoso e não queremos mais nada nessa vida, então assim
Guilherme: É, que bom. Alexia: É, todo o tratamento diabetes de meu pai está sendo pelo SNS, o meu tratamento dentário, fisioterapêutico, está sendo pelo SNS, tudo que eu só posso imaginar está sendo por lá. Se você quiser ter bebê, por cesariana no serviço público de saúde você pode ter. É tipo assim.
Guilherme: Mas você pode optar por 1 cesariana? Sim. No no em Portugal? Sim. Porque não é o protocolo né? Alexia: Não. Médico E que depende do médico que você pegar, mas é seu direito?
Guilherme: É, sempre depende do médico que você pegar né, pai. Mas dependendo do médico que você pegar você pode fazer parto e matar 2 inimigos, Alexia: mas porra. Não, é porque aqui eu não eu não sei se você conhece, aqui você tem os bairros, né? E aí cada bairro tem centro de saúde. E aí você, quando se muda para esse bairro, você vai lá, com seu cartão cidadão, o cartão de residência, junto com atestado de residência e fala, olha, eu quero me inscrever aqui. E aí você vai ser, levado pra médico ou 1 médica de família, e a partir de então você faz os pedidos pra essa médica que te manda ou não pra especialista dependendo da sua necessidade.
Guilherme:Faz sentido, é a mesma coisa que. É assim que o sistema público de saúde normal né? Alexia: Deveria, funcionar.
Guilherme:É o o SUS é assim, enfim, o SUS é mas tipo tem, sabe? Alexia: Exato.
Guilherme: Faz 1 diferença porra podida ter ou não ter, ainda mais num país como o Brasil, e os Estados Unidos assim, né pô, você sabe bem como fosse etcétera tipo, assim tem vários mini brasis dentro dos Estados Unidos tipo, é é país muito mais complexo do que, né do do que Hollywood vende por assim dizer. Tipo o buraco é bem mais embaixo tem assim tem tem é porque é muito mais eu enfim eu tenho vários teorias. Eu acho super, 1 coisa que me deixa particularmente intrigado aqui, primeiro, a galera que é muito pobre nos Estados Unidos, tipo completamente esquece qualquer noção de direita esquerda e vota a long ratio lines, tipo totalmente assim tipo, é é muito louco. E, e tipo e e as e a mesma coisa acontece em relação a tipo, o mainstream e se você, cara, se você pegar tipo mainstream, qualquer pessoa cara, se você pegar eu, é muito mais fácil eu ter simpleice pelo cara pô, é é muito difícil a gente ter simplete por alguém que é pobre ferrado mas é tipo racista de filha da puta eu acho que é isso que eu estava tentando dizer sem ter que, o resort Alexia: Sim mas é vem a questão ética né?
Guilherme: Pois é, tem a questão ética mas aí a pessoa também é tão vítima das circunstâncias como por exemplo alguém que entra pro mundo, ah assim fazendo argumento né tipo, que entra pro mundo do crime, e mora no numa favela no Rio de Janeiro Alexia: Sim.
Guilherme: Né tipo, assim é argumento só que puta se a hora que ele fala né mas eu sou assim tipo a minha só tipo meio que foi mas é complicado é complicado mas é 1 é 1 coisa muito muito curiosa assim tipo, é 1 sociedade muito diferente, e e que tem seus traumas e suas premissas e seus mitos e de tudo isso, é é muito diferente. Morando na Inglaterra, tem sido porra maravilhoso, porque assim é contraste, às vezes às vezes nos Estados Unidos eu ficava pensando porra, será que eu por morar aqui eu estou começando a ficar pegar essa mania de americano e achar que porra que tudo aqui é excepcional no sentido do excepcionalismo americano? Aí porra, eu vim pra cá e percebi cara, não, as paradas são os Estados Unidos é país realmente que tem tem coisas, tem muita jabuticaba na na América, eu diria. Alexia: E é muito engraçado você falar isso porque por exemplo, Nova Iorque, eu só fui a turismo 10 anos atrás, sabe? Então assim, eu não conheço a Nova Iorque do jeito que você conhece, de morar lá, de realmente ver o que que é. Eu conheço muito bem o Sul, né? Carolina do Sul e a Carolina do Norte, conheço muito muito bem.
Guilherme: É ponto. Alexia: a fronteira entre a Norte e a Sul, é outra coisa também, dentro deles também já tem outra coisa. Então você está na cidade do Forest, que é conservadora, tem sim a divisão entre negros e brancos, tem aquilo tudo que a gente sabe. Quando você vai pra Ashville, que fica na Carolina do Norte, que aliás, é o máximo, é 1 cidade super legal de ir, super bacana. Okay, a gente tem 1 cidade liberal, no meio do sul dos Estados Unidos e que tipo, faz tudo que os estados mais assim pra frentex já estão fazendo, sabe? Então, e aí as pessoas ficam muito confusas, porque está no sul mas é estado liberal, mas aí o pessoal votou no Obama, votou no Biden, mas devia estar votando no Trump, porque tem também né? Deveria ser 1 cidade republicana e não é, não é.
Guilherme: Porque é é muito louco né? Nova Iorque eu enfim Nova Iorque Londres pra pra mim tipo Nova assim Londres é muito mais parecido com Nova Iorque do que do que Nova Iorque é com, não tipo real assim, então são tipos muito diferentes de você tem toda a razão são experiências completamente diferente, tipo, assim não que o inglês não seja super peculiar não tá? É tudo aqui é é super peculiar os caras têm super o jeito deles e tal, é só que eu acho que o jeito deles é é, tem mais elementos relatable, sabe tipo o o cara rir da própria desgraça, sabe essas coisas que, porque tem 1 que tem 1 coisa que eu acho bizarramente americana é o nível de positividade né tipo, está todo mundo por feliz e contente pô e positivo sobre o trabalho e tipo ah vamos trabalhar tipo happymander essas coisas Alexia: Sim. Sim a cultura do trabalho, é a cultura do trabalho em si é 1 coisa muito surreal lá, você tem toda a razão.
Guilherme: E eu acho que e aliás eu acho que eu acho não tenho certeza que meu tempo lá me fez assim eu tive lições pra vida e eu acho que hoje em dia eu sou cara muito mais produtivo do que eu do que eu teria sido se eu não tivesse passado tempo em Nova Iorque tipo no olho do furacão, obviamente não exerço essa produtividade toda todo dia porque é absolutamente porra mas assim, mas certamente aprendi 1 coisa ou outra que eu que eu levei pra vida. Alexia: É é, essa cultura do trabalho eu acho muito interessante ver por essa ótica mesmo, eu não sei, quando eu trabalhava no porta a gente era obrigado a ser produtivo no Mera Watch, né? E aí Uhum. Quando a gente abriu o nosso próprio negócio a gente é obrigado a ser produtivo no Mera Watch mesmo, porque é o nosso ganhapão, né? Literalmente isso, a gente não está fazendo isso por ninguém, a gente não tem aquele salário certinho no final do mês. Nós somos empreendedores, a gente tem que lutar por isso. Mas, 1 coisa, o Foster, por exemplo, ele ele foi pra faculdade nos Estados Unidos, ele fez mestrado MBA nos Estados Unidos, ele depois começou a morar fora, muito, morou em Madri, na Guatemala, no Brasil, agora aqui em Portugal. E ele sempre trouxe pouco dessa produtividade americana com ele, sempre, ele nunca deixou de lado, mas ele não se deixa estender do jeito que os americanos se estendem, do tipo, preciso trabalhar 15 horas por dia, porque senão não vai dar certo, mas ele luta contra isso também.
Guilherme: Então é difícil. É assim, é é é 1 parada cultural muito forte. Alexia: É, né?
Guilherme: É é muito forte e e é engraçado né porque eu acho que a gente cresceu numa cultura você e eu, que não é recompensada por isso. Alexia: 0.
Guilherme: Erol, Erol, e eu acho que isso é pouco problema assim olhando no espelho pouco acho que isso é muito problemático na nossa cultura, A gente não a gente não, assim tipo, fazendo correndo risco de fazer as generalizações amplas, blábláblá, eu acho que assim, não tem, assim as pessoas não valorizam tanto quem toma iniciativa, quem está sempre querendo melhorar, sabe? Não é não é não é algo que culturalmente seja por, é pouco meio tipo esse idiota está fazendo hora extra pra pra melhorar 1 parada tá vou tomar Alexia: tchau então já parou também.
Guilherme: Cerveja e porra e aquele aquele nerd porque porra quer ficar meu amigo e eu vou botar ele pra fazer as minhas paradas e foi pro baile entendeu tipo pra meio né suco de Rio de Janeiro, e assim sincera, eu eu queria até, eu eu não sei o que que você acha disso mas, eu tenho 1, Pattery of Mind, que, assim, eu acho que as coisas são mais fáceis e vai design, se você põe, tem 1 rotina sistema qualquer coisa que seja desenhado de 1 maneira que o próprio desenho te ajuda a, enfim atingir qualquer objetivo é melhor, eu juro que eu vou chegar lá, o que eu quero dizer com isso, é que assim, esse negócio de morar fora, pra mim, é é 1, assim, atende 1 parte de mim, juro pra você está foda falar português, Porque a última coisa que eu quero, é na única vez que eu tenho 1 conversa gravada, eu ficar falando 2 palavras em inglês a cada 5, é por isso que eu estou hesitando tanto. Mas
Alexia: Vai dar tudo certo.
Guilherme: Foi mal foi mal, vou focar não vai dar tudo certo qualquer coisa, qualquer coisa eu vou falar inglês e folhas. Não mas falando sério, vamos ver se o que eu estava falando, ah assim eu acho que morar fora é é é meio que estilo de vida que é meio que set up de 1 forma, que te que te dá estímulo intelectual constante porque você está sempre fora do que é normal e regular pra você sabe tipo porque eu acho que é negócio que assim tipo você você está sempre em contato com alguma coisa diferente, Tipo sempre, tipo é tudo diferente, né? Né as pessoas sei lá se veste diferentes falam outra língua, são de outras culturas, então sempre é 1 coisa nova pra aprender muito fácil, né? Então nesse ponto assim, o simples ato de morar em outro lugar que não é o seu, já, sei lá, já já tem pra mim, já é negócio que que é legal, né? Alexia: Sim. Você se jogar né, na verdade, nisso, porque pra mim, morar fora é sempre processo de adaptação.
Guilherme: Ah, total. Alexia: Sempre, sempre. E porque é 1 coisa que eu eu fico meio que intrigada, por exemplo, aqui eu estou num país que fala praticamente a mesma língua do que eu, né? A língua portuguesa, não é igual, mas é praticamente igual. Fui muito bem aceita, não sofri nenhum tipo de preconceito por causa do meu sotaque, nem nada ainda. Eu sou portuguesa também, então para mim, para eu vestir a camisa e falar, eu também sou portuguesa é muito difícil. Eu me vejo muito mais como 1 imigrante do que como portuguesa em si. Então para mim é sempre processo de tipo, não procurando aceitação, porque eu não acho que eu preciso ser aceite, sabe? Pra fazer parte da população, da comunidade, mas sempre tentando achar a minha personalidade aqui. Então isso é, sempre faz parte de processo pra mim, eu não sei se você sente a mesma coisa.
Guilherme: Eu acho que tem, sim, e isso não é só de morar fora né, eu acho que é 1 questão, quer dizer, acho que morar fora em, convida discussão, mas é 1 questão de como a gente pensa as nossas identidades em em geral né assim tipo, sei lá cara o jeito que eu penso sobre isso é meio que putz, a gente tem milhão de identidades diferentes que convivem, né? E, então assim eu eu me sinto extremamente brasileiro eu acho que esse porra não, não vai sair de mim nunca, não necessariamente 1 maneira patriótica mas talvez eu perde 1 maneira neuronalista do mesmo jeito que eu sou do mesmo jeito que eu sou Botafogo eu sou brasileiro sabe meio que isso, alguma coisa assim, mas assim sei lá eu acho que ao longo tempo eu fui adquirindo pouco dum New Yorker mas 1 coisa eu entendi sobre mim ao longo tempo eu acho que eu eu acho que eu eu me sinto muito confortável, sendo estrangeiro, assim tipo sendo, é Alzheimer mesmo tipo, eu acho que eu é é é papel que me que me cai bem e que eu, e que eu faço bem eu acho que eu meio que, sinceramente eu acho que crescendo no Rio eu sempre me senti meio tipo meio tipo mesmo, nunca me identifiquei muito assim com com aquela comunidade que você mencionava enquanto comunidade de 1 maneira mais ampla, então sei lá então acho que foi sempre algo que eu acho que me, me caiu bem eu acho que eu eu gosto de tipo observar as palavras diferentes assim de, de de ter esse olhar de quem está vindo de fora eu acho que é negócio que, que eu acho bem legal, e e além disso morar fora você consegue, exercer esse olhar, com muita frequência né? Alexia: nossa demais demais. Agora Gui, você considera Londres a sua casa tipo
Guilherme: Hoje sim. Alexia: É a sua casa?
Guilherme: Sim, hoje eu considero a minha casa, mas o Rio nunca vai deixar de ser minha casa, tipo… Alexia: Pra mim deixou sabia?
Guilherme: É, ah sei lá, meu meus pais estão lá EEE além dos meus pais estarem lá e tipo, vários melhores amigos estão lá, assim, cara sério sinceramente eu, eu acho que tipo, eu na minha cabeça eu acho que eu estou meio que tipo, porque eu tinha muito medo, a única coisa que eu tinha medo, de morar fora, era que porra eu sou cara bastante attachito, sabe tipo porra, sinto eu gosto caralho e porra da minha família, dos meus amigos, eu sinto falta das pessoas, eu crio raízes, eu sou apegado, essa era porra da palavra que eu queria lembrar. Pegado. Sou pegado. Então assim por isso que eu tenho monte de coisa e tal, eu sou apegado. Então assim porra eu ficava nessa de tipo puta como é que vai ser? E foi muito tranquilo acho que em grande parte pela tecnologia e tal, e, então acho, sei lá eu, eu eu acho que eu prefiro o approach de me sentir em casa onde quer que eu esteja. E e da minha casa ser mais tipo, ter mais a ver com a galera que eu hangout, com as pessoas que eu falo, e de qualquer outra coisa que é, se você pensar na pandemia tipo, filosoficamente falando, com todo mundo em lockdown, não faz diferença nenhuma de todo mundo hora, nenhuma. Alexia: Pois é, não e foi muito engraçado, vendo que o pessoal do Rio, os meus melhores amigos de lá no Rio, ou então, que estão na Califórnia até aí, tipo pela primeira vez, eles entenderam que tipo, ok, não faz a menor diferença onde é que as pessoas estão, a gente continua conectado, sabe? Isso. Muita gente percebeu isso?
Guilherme: Isso então assim tem, teve bom, teve pouco desse exercício filosófico forçado sobre todos nós né, e obviamente pô, se alguma coisa né se eu ficasse doente obviamente faria 1 diferença gigantesca onde você está, tipo, mas assim Alexia: É óbvio.
Guilherme: Correndo tudo bem e tal nesse nesse mini experimento, tipo, acho que isso, né ficou claro que pode estar, cada num lugar e e meio que as coisas funcionam. E, mas eu não sei eu eu me sentia muito em casa em Nova Iorque, muito em casa mesmo. Me sinto muito em casa no Rio, e tenho me sentido muito em casa em Londres. E e eu realmente acho que o sentimento de casa, no Rio é possível eu ir embora eu acho, e, mesmo Nova Iorque eu acho que se eu voltar pra provar que amanhã, eu eu ainda não voltei porque eu, porque eu vim pra cá mas assim, eu acho que eu vou continuar me sentindo em casa porque, mas talvez seja porque é o tipo de cidade, em que, pra mim a beleza de cidades como Nova Iorque e Londres, é a energia que vem das pessoas sabe? É grande fluxo. Que é constantemente renovado por gente nova, tipo gente que entra e sai por conta das universidades, por conta de n indústrias que têm milhão de eventos, e tudo isso sabe? É 1 cidade muito transitória na vida de muita gente, tanto nova quanto Londres mas em nova york ainda mais. Então assim, sei lá, eu acho que, acho que não tem problema se sentir em casa em todos os lugares sabe? Acho que é isso que eu estou tentando dizer. Alexia: É, é eu também, eu não tenho esse problema também não. O meu processo de adaptação pra cá foi muito fácil, tipo eu não senti nada, nenhum problema de adaptação, a não ser descobrir onde é que eram feitas coisas, sabe? Em relação à papelada e tal, mas tirando isso, sempre me senti muito confortável, adaptação foi muito fácil e vocês quando se mudaram, a primeira vez pra ir pro seu mestrado et cetera também foi 1 coisa tranquila adaptação, não foi? Vocês foram direto pra faculdade? A Bruna também foi fazer curso ou não foi 1 coisa assim?
Guilherme: Foi, eu enquanto eu fazia, enquanto eu fazia mestrado, a Brupo fazia também tipo mestrado em modo da Alfa faz 2 anos, ah então assim tipo puta acima de tudo né a gente era, novo, tinha juntado 1 grana, e estava porra morando em Nova Iorque com a maior galera de mestrado e tal, então assim, foi só ali, não tinha como ser né tipo, assim foi Nova Iorque pra poder em outro lugar. Alexia: Sim.
Guilherme: Foi bem legal, isso certamente ajudou, toda todo esse ambiente por assim dizer. Mas foi tranquilo, acho que Nova Iorque é 1 cidade tipo, tem muita gente que tem dificuldade né, tipo com 1 cidade grande e tal, mas eu acho que pra pra quem cresceu em 1 cidade grande, principalmente pra quem cresceu em 1 cidade violenta, você realmente tem que se preocupar, sei lá, no VAR que o metrô te leva pra todos os lugares sabe? Sim. É tranquilo, foi foi bem tranquilo assim, eu sofri pouco com o primeiro inverno, que que foi inverno tranquilaço é só porque puta eu não estava acostumado e porra, indo direto do Rio de Janeiro o porra não me caiu muito bem, mas no segundo inverno eu eu já tinha entendido e digerido a informação de que, o inverno não mudaria, logo melhor melhor que mude eu né? Aí eu resolvi tipo meio que sei lá, aproveitar, curtir nas feirinhas de inverno, esquiar, essas coisas. E foi legal. Alexia: Cara, o inverno aqui, o inverno nos Estados Unidos eu daria tudo pra passar o inverno nos Estados Unidos porque as casas estão preparadas. Aqui, a Anistia não tem aquecimento central, não tem nada central.
Guilherme: Mas não faz frio aí né? Hã? O que? Alexia: que faz de frio aí faz o quê? Comparado com Nova Iorque ok, comparado com Nova Iorque não mas
Guilherme: O que que é dia frio de inverno no Porto? Alexia: Menos 5 ou menos 3
Guilherme: Ah não, 5 é frio, menos 5 é frio, menos 5 é frio, menos 5 é frio, menos 5 é frio, menos 5 é frio, menos 5 é frio, menos 5 é frio, menos 5 é frio, menos 5 é frio, menos 5 é frio, menos 5 é frio. Alexia: Sim, de dia nem digo…
Guilherme: De dia nasce mais 0. Eu achei que era tipo, porque Lisboa é mais quente, não é? Alexia: É, Lisboa é 10 graus mais quente do que aqui.
Guilherme: Ah tá tá tá, foi mal, foi mal. Desculpa a ignorância minha. Alexia: E detalhe, é inverno chuvoso ainda por cima. A gente não é só frio, é chuva junto sabe? Então assim, de dia chove muito e à noite faz frio horroroso e que não tem aquecimento central na maioria das casas, então o primeiro inverno também foi assim, que que eu faço pra ficar quente?
Guilherme: Mas mas mas não tem aquecimento nenhum? Tipo Alexia: A gente tem que comprar o portátil, né? Então a gente, por exemplo, instalou
Guilherme: Não mas espera aí, mas o quão frio faz no inverno então? Tipo, tipo, vamos lá, fez menos 5 1 vez de madrugada ou tipo, fica pô 1 semana fazendo abaixo de 0 de noite? Sim, Alexia: sim é normal, minhas plantas só ficam em desespero. É, eu sei disso,
Guilherme: Por que que eles não têm tipo Pô os cara foram lá filharam o nosso Brasil 300 anos nem pra porra, tipo que gente pão dura cara nem pra porra foi pra botar 1 boca no pentedor nesse caso do ponto. Alexia: Não, então assim, os prédios que foram construídos até, tipo, 90 não tem aquecimento central. A partir dos anos 2000, digamos assim, já tem. Só que são poucos, né? São pouquíssimos e eu não tenho grana pra também pra arrendar, quer alugar apartamento com aquecimento central, que que é muito caro? É muito caro. Então, os nossos proprietários são maravilhosos, maravilhosos e ele ajudaram a gente na adaptação, sabe? Tipo olha, compra esse aquecedor portátil, que é o que a gente tem em casa e não vai gastar muito a sua eletricidade. Tipo, vamos instalar ar condicionado nos quartos que também tem a opção de ser cantinho, pra ser okay, vamos colocar manta elétrica nas camas pra aquecer Mas
Guilherme: o ar condicionado sozinho não resolveu? Na nossa casa em Nova Iorque era ar condicionado e resolvia. Alexia: Eu só coloquei no meio do ano passado.
Guilherme: Pra você. Alexia: E aí então o primeiro inverno foi 1 loucura mas você sair do quarto pra ir até o banheiro eu congelava então assim Então não venha pra Portugal fevereiro e março tá não venha
Guilherme: Não fevereiro fevereiro Alex fevereiro tem o quê? Fevereiro tem carnaval né. Alexia: É então.
Guilherme: Neto obrigada eu eu até eu gostaria muito de ir pro carnaval Brasil mas acho que não sei lá não sei sounds on likeley né? Mas aqui na Inglaterra de péin tem aquecedor também, eu estou chocado com esse negócio, mas enfim aqui tem aquecedor, mas é tudo muito velho né então assim tipo, dá problema direto assim pô minha máquina de lavar está sei lá não está drenando outro dia põe Sofia não sei o que não ficando, pô sei lá a gente o prédio que a gente mora era era 1 escola, vitoriana. O prédio é de 1890, foi, Badouy foi o primeiro grande projeto, não não esse prédio né tipo o todo o plano de educação vitoriana foi a primeira vez na no Reino Unido, e acho que sei lá a segunda vez ou terceira no mundo, que alguém botou de pé plano de educação pública universal, né, universal mulheres e e homens inclusos crianças. Então é bem legal tem tipo entrada de menina tipo boys, girls, tem tipo várias, então é ótimo mas e e foi reformado eventualmente pra virar prédio de apartamento, mas assim, é super legal e tal mas evidentemente todos os cantos são velhos pra cacete então porra estou tudo e é assombrada né enfim mas tudo bem os fantasmas são legais. Alexia: Não, eu não dou certo com fantasma.
Guilherme: Ai são são é monte de criancinha de é monte de moleque de 14 anos Alexia: Olha que massa tipo que
Guilherme: era o nosso então, só que só que vitoriana então assim se começasse tudo mundo de merda que nem a gente fazia os moleque se apanhavam então basicamente monte, monte de préadolescente sextily replest vitoriana aqui fazendo barulho de noite. Tem raposa no, tem raposa na rua da frente. Alexia: Sério?
Guilherme: Tem raposa, raposa é 1 parada real em Londres tipo, é é 1 parada mesmo assim tipo é acho que até considerado meio que praga urbano 1 coisa assim sei lá. Alexia: Sério?
Guilherme: Sério é por isso aparentemente se, não confirmei informação, pô, por favor checkin, mas amigo meu inglês me disse que era por isso justamente que tinha caça raposa que era 1 parada meio fora de controle, era que poplation control ter temporada, de caça raposa, que é o que ele me disse, eu não sei se é verdade. Mas enfim, de qualquer forma tem mesmo tá, tem muito tem muita raposa e e elas tipo, meio que pela noite, e sei lá dia sim de novo a ponto de que, tipo e elas, têm making season né em Alexia: que é
Guilherme: no inverno foi foi na verdade assim que ele chegou foi tipo no no outono, e e puta e os barulhos são bizarros parece tipo é grito, parece o barulho que a que a raposa faz é grito parece que é 1 pessoa gritando 1 mulher ou 1 criança, então é meio desesperadora aí tipo eu eu dei a gente teve que dar Google pra descobrir perguntando pras pessoas a gente entendeu finalmente o que que era mas é, assim é engraçado mas é pô mas é irado assim você vai tipo vai na janela assim e tem 1 raposa em cima do teu do teu muro é legal. São tipo os nossos biquinhos assim Alexia: eu gostava dos miquinhos, eu gostava eu gostava de dar banana eu ia na na varanda ali pro miquinho pra aparecer é a mesma coisa É. Eu nunca vi muita raposa lá nos Estados Unidos, na verdade o que eu já vi nos Estados Unidos foi cobra jacaré raposa, bobcat e foi isso também, mas o jacaré eu já vi de bem de perto. É, mas a Carolina do Sul é isso, né? Zoológico aberto.
Guilherme: Eu não vi jacaré. Alexia: Cara, cobra lá, a mãe do Forte mata com o Machado, dentro de casa. É, tipo isso.
Guilherme: Ah, então. Alexia: Eu estou longe, é, eu estou longe. Agora, você falando sobre raposa, nós temos muitas gaivotas aqui, né? E aí, choveu muito de ontem pra hoje, muito muito muito e a gente mora no terceiro andar de prédio de 3 andares só. Então o telhado está aqui em cima, e aí pra escorrer a água do telhado, vem pros canos aqui dentro do apartamento, né? Onde tem a varanda.
Daqui a pouco hoje acordei, fui ali ver se tinha alguma coisa e tal, tem ovo de gaivota, aqui dentro de casa. E aí eu fico assim, eu não posso pegar e jogar fora porque tem 1 mini gaivota ali dentro e eu não vou matar a beber gaivota.
Guilherme: Olha, já tem jantar, né? Alexia: Né? Então, eu tenho cão de caça aqui dentro, que é o Buddy e ele caça pássaro, especificamente. Ah, não. Então eu não posso nem ajudar a chocar no fogão porque não pode, não vou conseguir manter a paz aqui dentro de casa. E ele já meio que está cheirando assim o que que está tendo ali no ralo, sabe?
O que que está acontecendo. Aí eu liguei para 1 associação e falei, olha, eu estou com ovo de gaivota dentro de casa, vocês precisam vir aqui buscar. Ah, mas não, a mãe já não vai procurar, então não precisamos fazer nada. E eu estou com bebê aqui dentro, eu não sei o que fazer, vou deixar no jardim
Guilherme: de semana. Alexia: Não, mas vai que nasce de hoje pra amanhã. Está enorme, está grande mesmo assim, está bem feito.
Guilherme: Eu não tenho ideia quanto tempo leva pra colocar ovo de, mas é mais assim né sei lá. Alexia: Então é vida selvagem. Eu acho
Guilherme: cara eu acho que parece pouco viável aí esse esse ovo hein, esse passarinho aí está todo comprovado. Alexia: É 1 amiga minha que tem 1 fazenda no Pantanal fala ah choca no fogão eu falei Aninha, você tem que fazer lá no pantanal é muito diferente de eu viver aqui urbanamente no Porto né pelo amor
Guilherme: de Deus. É bem diferente É… Alexia: é muito diferente mas enfim
Guilherme: Bom boa sorte Obrigada. É provável que na próxima vez que a gente espalhe vocês ver seja 1 prould Mama. Caivota mama. Sim sim. Alexia: Agora é 2 perguntas pra, 1 pergunta na verdade, pra gente encerrar. É o que eu estou fazendo essa pergunta pra todo mundo e cada pessoa me dá 1 resposta diferente. Se você tivesse que indicar, lugar no Brasil, pras pessoas visitarem, tirando os clichés, tá? Tirando o Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza que virou cliché já Salvador, Florianópolis, sabe? Já falaram aqui Lençóis Maranhenses, já falaram Manaus, já falaram o Pantanal bonito no Mato Grosso do Sul, já falaram Chapada Diamantina e Chapada de Veadeiros, você tem algum lugar que você realmente considere único do Brasil que você adoraria que as pessoas visitassem mais? O meu por exemplo é Ibitipoca, eu amo Ibitipoca.
Guilherme: Então eu ia falar, eu ia falar da da da Seara no Esquer em geral, o que inclui Ibitipoca lugares como Caxambu é 1 área de distância abdominal do planeta, então eu sempre falo, eu sempre brinco com isso com com o meu pai pouco de contexto pros ouvintes a minha família vai pra Caxambu pulse lá desde que o mundo a mundo e é 1 running joel que entre todos os meus amigos, o Paxambu pra Caxambu, e, mas é bizarro né porque aqui na Europa o pessoal explora tipo essas coisas tipo vestir e tal, vestir tem 2 fontes, olha em Caxambu tem 15 em em parque só tipo realmente é o lugar que mais tem, riqueza hidromineral no planeta, só que sei lá, fica em Caxambu então no One Bowaters no meio que isso, tipo, difícil chegar e tal mas toda a região da Serra da Mantiqueira é linda né tipo aí Pitipoca, todo o Circuito das Águas Mauá pô Mauá cara, Mauá é mauá. Alexia: Maravilhoso, sim, Mauá, Penedo eu amo Penedo aí também né, você desse
Guilherme: ano único. É tudo é tudo na Serra então assim mas é é mas eu não sei o quão únicas são essas paisagens aqui tem tipo muito obviamente muita memória afetiva pra mim eu acho absolutamente maravilhoso. Mas outro lugar eu vou falar 2, porque sei lá, eu ainda tenho tempo aqui olha, no meu cronômetro tem só 55 minutos então eu vou continuar falando. Outro lugar pro absolutamente maravilhoso que que eu fui que é no meio do nada assim, tudo que gringo esperaria dum dum paraíso no Brasil, foi Boipeba. Alexia: Ai eu sou doida pra ir, eu sou doida pra ir pro sul da Bahia.
Guilherme: É é bizarro assim é é negócio que dá dá vontade de largar tudo virar rico e ir embora na praia. É tipo então, primeiro que não tem ninguém mora lá assim é maravilhoso são meia dúzia de pescadores uns uns 4 a 5 pessoas que têm 1 pousada, o o Guido que tem restaurante de Lagosta é meio que isso. EE0 lugar assim, natureza é intocada, aquela água quentinha do nordeste, floresta em volta assim, a areia branca maravilhoso, negócio, realmente que vale muito a pena, vale o perrengue que é pra chegar lá. Alexia: Sim, sim. É engraçado que quando você fala isso, eu não tenho vontade de voltar pro Rio, Rio em si, eu tenho vontade tipo de rever meus amigos, mas só porque eles estão lá, entendeu? No Rio. O meu pai está aqui, então claro que se eu tivesse família no Rio isso seria pouco diferente para mim, mas eu não tenho. Mas eu tenho muita vontade de voltar para o Brasil, para o Brasil para isso, para ir para o sul da Bahia, pra visitar lugares assim perdidos no meio do mapa
Guilherme: Pra visitar e não pra não pra morar né? Alexia: Não não É
Guilherme: assim, eu ainda eu ainda cogito sei lá, passar tempo da minha vida tipo, numa casinha no meio do nada. Talvez boi pega quem sabe. O, mas é, é e o Rio o Rio é aquilo lá né? É aquilo lá. Alexia: É relacionamento de amor e ódio eterno que eu vou ter pelo Rio então, assim.
Guilherme: Sinceramente acho que a coisa que eu mais gostaria de fazer no meu e tipo eu vou eu eu não tenho nenhuma dúvida de quem em algum momento, eu acho que eu consegui finalmente agora que eu poxa oficialmente não divulgo mais eu consegui finalmente entender, tipo concretamente que a vida é longa e a gente pode fazer milhão de coisas, ao longo da das nossas trajetórias etcétera. Então eu estou porra muito confortável então algum momento da minha vida eu vou fazer alguma coisa, eu já fiz algumas coisas mas tinha que fazer alguma coisa mais concreta mais relevante do ponto de vista de, ou terceiro setor ou serviço público voltado, pro rio especificamente. Eu falo pra Bruna que idealmente o meu sonho seria ser governador do rio ela fala claro, tipo arruma outra esposa, ou melhor não arruma a tua esposa pra ela não ser morta, porque se precisar de parar de ver se você assinar, EEA conclusão é que ser governador do Rio é trabalho que é melhor fazer remoto, né tipo, de preferência de 1 location on know e Alexia: Cara impossível.
Guilherme: E é meio que isso. Mas ponto sério, eu tenho eu acho que o Rio assim, primeiro eu acho que é 1 sociedade que, por mais que eu tenha todas as minhas críticas e tal, eu vim de lá me proporcionou eu chegar até aqui por por vários por vários motivos, eu acho que por é AA0 Rio em particular tem 1 assim tem potencial inacreditável cidade mais bonita que eu já fui, e e é negócio assim, a quantidade de potencial desperdiçado é é ultrajante. E no nível nacional E0EA real é que o Rio é 1 grande síntese do Brasil, em em muitas das suas contradições e das suas belezas EEE das suas enfim de seus horrores, assim, até me perdi, mas o, não mas falando sério eu acho que o Rio tem tem potencial inacreditável, e a gente tem todos os todos os problemas do Brasil estão ali naquele micro microcosmos e tal então assim, eu eu tenho muita vontade de de poder ir de 1 maneira significativa, retribuir né pro Rio eu acho que nada me faria mais feliz do que ver o Rio virar tipo 1 cidade desenvolvida Alexia: Ai é assim sim.
Guilherme: Eu assim eu eu eu me dou pra satisfeito com o Rio de Janeiro sem violência urbana tá? Alexia: É isso, é isso
Guilherme: Eu me dou pra isso, isso daí eu não sei se a gente vai vai vai ver isso no nosso lifetime, eu posso falar sobre isso, por por algum tempo, eu acho que tem alguns motivos pra eu ter esperança, nenhum deles relacionado à política nem nada, eu acho que tem alguns dados demográficos, principalmente fatos que a nossa população está envelhecendo que pode realmente ajudar, que a real é tipo quem comete crime, globalmente o único dado consistente sobre criminalidade é, homem jovem, é é é o meu povo aqui, passado fazendo merda e matando gente por aí. Então assim tipo, quando tem menos homem jovem tem menos crime, então isso, pode ser que ajude pouco e tal nos próximos décadas mas, depois de vista política pública zoado enfim, o Rio de Janeiro é é super problemático mas o, meu maior sonho seria ver o Rio imagina o Rio ser tipo, Londres ou Porto que você anda tranquilo pelas ruas as paradas funcionam e tal, porra eu ia a Paraíso né? Eu ia estar nojenta extra pra ser maltratado na Barra Lagoa. Alexia: É o paraíso porque, é é cara, eu tenho medo de andar sozinho no Rio, eu tenho, eu tenho medo Guilherme: e eu Alexia: não tem Guilherme: como Você saberia? Alexia: Exato, então assim, como que eu me sinto confortável naquela cidade? Eu não me sinto, é mais ou menos isso. Agora sinto muito Guilherme: Eu já excluí isso do continente latinoamericano inteiro, Alexia: exato. Guilherme: É é triste mas enfim Alexia: É. Guilherme: E é 1 pena a gente tem 1 cultura tão tão especial e tal, eu vou sair daqui é violão de 7 cordas, isso daqui é usado só pra tocar choro, eu vou sair daqui pra 1 roda de choro e tal tipo, eu vou a pena que, eu esteja nessa roda de choro em Londres enfim, é bocadinho não, é maravilhoso, mas Alexia: É, eu desejo exatamente isso pro Rio, eu não desejo que o Rio continue assim obviamente não, eu quero melhor pra cidade onde eu nasci e onde eu cresci né, onde eu fui criada, então assim, eu espero muito que você esteja certo e que você possa ser talvez governador remoto. Guilherme: Não, senão não não não isso isso isso não vai acontecer, isso não está tipo, isso é 1 coisa que eu falei pra Bruna 1 vez eu não dei puta tipo tipo. Então imagina se metem política no Rio de Janeiro é pior desses tipo assim admiro muita coragem das pessoas tipo, que realmente têm boas intenções que o fazem mas assim, é tem que ser muito louco né? Muito louco, está maluco. Alexia: Não não não é não tem que não pode ter amor à vida, pra mim é isso. Guilherme: É isso está maluco. É não eu eu não tenho eu não tenho essa coragem toda não assim pô, mas assim tipo num num mundo só hipotético quem sabe né? Se eu ganhasse poderes de põe Imperador da Guanabara pra resolver tudo e isso é o ideal. Alexia: Ai ai obrigada por você ter vindo, eu espero que vocês tenham gostado dessa 1 hora de conversa, fazia muito tempo que a gente não se falava. A gente agora, né, que eu vou me vacinar, certificado digital que é outra história que eu não estou engolindo isso, mas, a gente vai começar a voltar a viajar principalmente aqui pela Europa e a gente vai pra Londres em algum momento até pra visitar o Vitor e a Luiza que estão aí e a gente vai se encontrar com certeza. Guilherme: Olha maravilha a gente tem aqui se precisar também Isso Alexia: mesmo. Guilherme: E a gente vai se falando. Maravilha maravilha. Obrigada. Valeu, obrigadão, beijo.
Vocabulário e expressões:
pessoal que fez muita parte da minha história - people who were a big part of my story
acabou de começar a vida dele - just started his life/new chapter
só que assim - but like/but the thing is
a gente se sentiu confortável - we felt comfortable
arranjar amigos - to make friends
fazer parte dessa comunidade - to be part of this community
a gente sente muita falta - we really miss (it)
pode falar palavrão - you can swear/curse
não tem como - there's no way
pra sempre - forever
fala palavrão pra caralho - swears like crazy
o negócio vai ladeira abaixo - things go downhill
sotaque bem moderado - pretty moderate accent
já me disseram que não é o caso - I've been told that's not the case
distintivamente carioca - distinctively from Rio
pipocando - bouncing around
mudar com mala e cuia - to move with bag and baggage/completely
que 2 anos hein - what a 2 years, huh
a gente está tão velho - we're so old
não tem muito o que fazer - there's not much you can do
é o caminho pra cachorro - it's going to hell/downhill
já está valendo - it's already working/counting
enche o saco - it's annoying/a pain
em bom português - in plain Portuguese
me dou pra satisfeito - I'd be satisfied with
virar rico - to become rich
largar tudo - to drop everything
vale o perrengue - it's worth the hassle
no meio do nada - in the middle of nowhere
casinha no meio do nada - little house in the middle of nowhere
aquilo lá - that thing there
relacionamento de amor e ódio - love-hate relationship
a vida é longa - life is long
terceiro setor - third sector/NGO sector
de preferência - preferably
me dou pra satisfeito - I'd be satisfied
no nosso lifetime - in our lifetime
fazendo merda - screwing up
é uma pena - it's a shame
tem que ser muito louco - you have to be crazy
não pode ter amor à vida - can't love life/be attached to life
se bobear - if you're not careful
pão dura - cheapskate/stingy
vai que - what if
pelo amor de Deus - for the love of God
running joke - running joke
no One Bowaters - nobody cares about
quem sabe - who knows
maravilha - wonderful/great
valeu - thanks/cool
para fins da Receita Federal - for Federal Revenue purposes
caso algum ouvinte seja fiscal - in case any listener is an auditor
saída definitiva do Brasil - definitive departure from Brazil
não venha pra mim - don't come after me
fui fazer mestrado - I went to do a master's degree
direito societário - corporate law
fusões e aquisições - mergers and acquisitions
serviços financeiros - financial services
me recusava a não ter vida social - I refused not to have a social life
para fazer a conta fechar - to make the numbers work
intelectualmente estimulante - intellectually stimulating
retribuir pro Rio - to give back to Rio
potencial desperdiçado - wasted potential
microcosmos - microcosm
violência urbana - urban violence
dados demográficos - demographic data
população está envelhecendo - population is aging
criminalidade - criminality
políticas públicas - public policies
continente latino-americano - Latin American continent