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Foster: Oi, Alexia!
Alexia: Oi, Foster!
Foster: Tudo bem?
Alexia: Tudo e com você?
Foster: Tudo ótimo! Eu estou de volta!
Alexia: Sim, obrigada por ter voltado na minha vida, eu estava morrendo de saudades!
Foster: Obrigado à você pra fazer os episódios…
Alexia: Por ter feito os episódios…
Foster: Obrigado por ter feito os episódios incríveis sobre as músicas do Chico.
Alexia: Sim. Eu acho que foram dois episódios difíceis que as pessoas vão ter que ter a letra… As letras das músicas ao lado para entender mas, totalmente necessário pra comentar.
Foster: Sim! Mas eu acho que isso é o propósito, né? Realmente analisar uma coisa profundamente isso ajuda muito, muito, quando você está falando sobre a linguagem e a música.
Alexia: Sim. Exatamente. E hoje a gente vai mudar um pouquinho de ambiente e vamos falar sobre “Coisa Mais Linda” que é uma série nova brasileira da Netflix.
Foster: “Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça, aquela menina que vem que passa.”
Alexia: Nossa Senhora! Bom, é uma série de produção da Netflix, então já começa sendo uma produção linda, maravilhosa. E o principal: o áudio é muito bom!
Foster: Sim. Alexia sempre reclama muito sobre a qualidade dos áudios nas produções brasileiras mas agora é da Netflix. Como é que fala em português?
Alexia: Netflix.
Foster: Netflix.
Alexia: Isso.
Foster: Então, por isso a qualidade é muito boa, o áudio muito bom, a imagem, como é que fala isso?
Alexia: A fotografia.
Foster: A fotografia mas cinemografia?
Alexia: Que que você quer falar?
Foster: Cinematografia?
Alexia: Você quer falar sobre a ambientação, o cenário?
Foster: Sim. Mas, vocês não tem uma palavra em português tipo cinematography?
Alexia: A gente fala fotografia, é mais fácil.
Foster: Ah, ta bom. Viu, gente? Eu não estava errado dessa vez. Mas enfim, Alexia, me fala um pouco sobre essa série que está bombando no Brasil e também internacionalmente.
Alexia: Sim! Bom, a série… O tema, na verdade, é sobre a luta das mulheres durante o final dos anos 50 no Rio de Janeiro. Então, foi uma série criada pra mostrar a força que as mulheres têm quando se unem e cada personagem tem uma história diferente e dá pra ver bem as diferenças sociais apresentadas durante os episódios.
Foster: Sim.
Alexia: Então, toda a história é em torno dos anos 50 no Rio de Janeiro, que é lindo, maravilhoso, época de ouro do Rio. E… As personagens principais são mulheres, o que mais você quer me perguntar sobre?
Foster: É… Eu só tenho dois comentários: primeiramente, nessa época, o Rio foi o capital…
Alexia: Era a capital…
Foster: A capital, sabia, a capital do Brasil. O capital com dinheiro, né?
Alexia: Exatamente.
Foster: É, mas, o Rio de Janeiro foi a capital do Brasil! Incrível, né?
Alexia: Sim!
Foster: Há pouco tempo!
Alexia: Sim! Meu pai já tinha 15 anos, mais ou menos.
Foster: Nossa! Como as coisas mudam!
Alexia: E as personagens principais da série são: Malu, Adélia, Lígia e Tereza.
Foster: Você quer explicar cada uma delas?
Alexia: Eu vou explicar rapidinho. Malu é a principal da série. É ela que faz o roteiro, né, que leva cada episódio.
Foster: Sim.
Alexia: Então, a Malu ela se muda de São Paulo pro Rio depois de descobrir que o marido dela fugiu com todo o dinheiro dela e etc, e quer montar um restaurante. Então, ela é mostrada, à princípio, como uma menina rica de São Paulo…
Foster: Uhum.
Alexia: De família muito tradicional e muito rica, que vai pro Rio de Janeiro tentar conquistar a… O mundo dela, né? De fazer o que ela quer.
Foster: Sim. Duas coisas: primeiramente eu amo essa atriz, ela é ótima, mas também a personagem dela - e eu acho que ela também - ela é maluca! Maluca pra caramba. Mas eu adoro ela e também eu queria te fazer uma pergunta, Alexia. Vocês tem uma palavra em português para uma menina rica, eu sei que existe a palavra playboy pra um cara rico, que tem carro e sempre tá mostrando que tem muito dinheiro mas, tem a mesma coisa pra menina?
Alexia: Sim. Patricinha.
Foster: Ah, patricinha!
Alexia: Antigamente os playboys, a gente chamava de mauricinho.
Foster: Sim.
Alexia: Mauricinho e patricinha. Até porque aquele filme “As Patricinhas de Beverly Hills”...
Foster: Uhum…
Alexia: Você lembra disso?
Foster: Hum… Acho que sim.
Alexia: Eu esqueci como é em inglês. Mas enfim! Então é patricinha e playboy.
Foster: Legal.
Alexia: Tá? Bom, uma segunda personagem que é muito importante é a Adélia. A Adélia ela é uma empregada doméstica que mora em um dos morros da cidade e mostra bastante a diferença entre patroa e empregada, da época. Por exemplo: a empregada não podia pegar o elevador social. O elevador social era somente para os moradores. E tinha o elevador de serviço que era pros empregados do prédio.
Foster: Sim. Tem uma cena na série que mostra tudo isso e me dá uma raiva mas, a gente já gravou, eu acho…
Alexia: Já. Na primeira temporada.
Foster: Sim. Um episódio sobre as empregadas domésticas, tem um filme que se chama A Segunda Mãe, eu acho…
Alexia: Não! “A Que Horas Ela Volta?”
Foster: “A Que Horas Ela Volta?” Eu acho que em inglês é “The Second Mother”, alguma coisa assim… Mas a gente já falou muito sobre isso, enfim, e também o personagem dela é incrível. Ela é forte, engraçada, eu gostei muito dela.
Alexia: Sim. É a minha preferida, na verdade. A outra personagem é a Lígia. Lígia é uma mulher casada, que vive em um relacionamento abusivo com o marido e sonha em ser cantora. Então, mostra bastante o desespero dela entre tentar seguir a vida dela mas, ao mesmo tempo, ela tá presa num relacionamento horroroso. E você ser divorciada em 1950, era impossível, era uma coisa que não acontecia, na verdade.
Foster: É, no Brasil também imagino nos Estados Unidos. Mas, tem muita coisa séria falando sobre isso: o relacionamento entre homens poderosos…
Alexia: Poderosos.
Foster: Poderosos.
Alexia: Poderosos.
Foster: Que que eu estou falando?
Alexia: Você está falando poderosos. Po-de-ro-sos.
Foster: Poderosos?
Alexia: Isso.
Foster: Poderosos.
Alexia: Isso.
Foster: Homens poderosos.
Alexia: Isso.
Foster: Meu Deus.
Alexia: Igual à: ovo, ovos.
Foster: Ah, entendi.
Alexia: Poderosos.
Foster: Então é uma vogal aberta.
Alexia: Isso.
Foster: Estou sofrendo hoje, gente! É… Mas, enfim…
Alexia: Bom, a última personagem importante é a Tereza. A Tereza é uma mulher que trabalha em uma redação de uma revista feminina e ironicamente é a única mulher que trabalha nessa revista. Todos os homens que trabalham nessa revista, escrevem como se fossem mulheres. Isso acontecia muito antigamente, que os homens se passavam por mulher pra fazer uma revista destinada à mulheres e não entendiam nada do assunto.
Foster: É.
Alexia: E a Lígia, né… Ah, desculpa, a Tereza, a última personagem, mostra ela se envolvendo com uma outra mulher porque ela tem o relacionamento aberto com o marido.
Foster: Uhum.
Alexia: Eles dois tem um relacionamento com uma terceira pessoa ao mesmo tempo ou fora do casamento, enfim. E, é… É uma série que realmente traz todos os assuntos polêmicos da época.
Foster: É.
Alexia: E é muito importante porque a gente vê muita coisa que mudou mas ao mesmo tempo muita coisa que ainda existe na sociedade hoje em dia.
Foster: É, quando eu estava assistindo a série eu tava pensando a mesma coisa sobre os Estados Unidos. Tipo, gente, como eram as coisas nos anos 50 mas, ao mesmo tempo, algumas coisas são iguais.
Alexia: Sim. Principalmente nos lugares mais conservadores, né? Que algumas coisas já melhoraram mas outras… As pessoas não entendem que pode mudar, que pode ser de outra forma… Enfim…
Foster: É.
Alexia: Mas, pra fechar esse episódio eu queria falar sobre a minha impressão pessoal. Eu gostei da série, eu acho uma série importante pras pessoas assistirem. Principalmente vocês que estão aprendendo português e ficando cada vez melhor na língua, porque… É uma série fácil de entender, a linguagem é muito tranquila, mostra o Rio de Janeiro na década de 50 que é lindo demais mas, eu achei o roteiro um pouco cansativo.
Foster: Posso falar uma coisa rapidinho?
Alexia: Pode.
Foster: Acho que a série é ótima pra treinar o português porque, primeiramente, a atriz principal ela é de São Paulo com o sotaque bem neutro, né?
Alexia: Sim.
Foster: Mas também tem o sotaque carioca, aqui é o Carioca Connection, então você vai receber muito do sotaque carioca e, também, você tem muitos sotaques diferentes. A empregada fala diferente comparado com as outras pessoas, e… Sei lá! Tem muita diversidade linguística.
Alexia: Sim, tem muita diversidade linguística e também diversidade de mostrar o relacionamento na época entre negros, brancos, ricos e pobres.
Foster: Sim.
Alexia: Que até hoje em dia existe.
Foster: Existe. Então, Alexia, você ia falar sobre uma coisa que você não gostou tanto?
Alexia: É, isso do roteiro que cada episódio eu fico esperando uma coisa nova só que é mais do mesmo. Os mesmos problemas contados nos episódios. Eu achei um pouco cansativo. Mas não quer dizer que a série seja ruim. A série é boa! Mas eu demorei pra entrar no clima.
Foster: Sim, eu concordo. Fotografia bonita, a música é linda, me lembrou muito sobre uma época da minha vida que eu estava viciado em música brasileira, bossa nova e, sei lá, agora eu quero escutar mais música brasileira. Mas, ao mesmo tempo foi tipo ah… Mais do mesmo, né?
Alexia: Exatamente. Bom, assistam, vejam o que vocês gostam ou não, e depois manda um feedback pra gente! Fala o que que vocês acharam, se vocês sentiram alguma dificuldade ou não… Quero saber!
Foster: Isso.
Alexia: Então é isso, gente. Nos vemos no próximo episódio! Tchau!
Foster: Tchau, tchau!