Listen on:
Alexia: Olá, gente! Que bom que vocês voltaram!
Foster: E aí, pessoal? Então, eu acho que a gente tem um tema interessante hoje.
Alexia: Qual é o tema interessante que você quer falar?
Foster: É a dança.
Alexia: Dança? Que tipo de dança?
Foster: A dança brasileira, que é bem variada. Mas, Alexia, conta um pouquinho para a gente porque a gente está falando sobre a dança hoje? O que a gente fez recentemente vinculado com a dança?
Alexia: Nós fomos no Theatro Municipal aqui no Rio de Janeiro para assistir a um espetáculo de balé, na verdade. E foi a primeira vez do Foster indo a um balé. Quer dizer, foi a segunda vez. Porque a primeira vez ele foi muito pequeno assistir ao Quebra Nozes.
Foster: É, mas com cinco anos, que eu nem lembro!
Alexia: Pois é, ele nem lembra! E aí consegui ir, levar ele e o pai dele para assistirem a um espetáculo de balé moderno aqui no Theatro.
Foster: Eu sou um cara nada de dança! Eu não sei nada de dança.
Alexia: Não sabe dançar nada.
Foster: Não danço muito bem, obrigado! Mas, adorei, simplesmente incrível. Sensacional. Show de bola!
Alexia: É sempre um perigo levar uma pessoa a assistir principalmente a um espetáculo de balé porque é demorado, tem mais do que um ato. Ato é mais de uma parte. E é mais devagar. É mais calmo. Você tem que entender a história que está por trás. É sempre complicado porque não é um teatro, não tem fala, não tem nada. Você tem que ler os movimentos da pessoa.
Foster: No teatro... quer dizer que não é uma peça?
Alexia: Não é uma peça teatral. E no balé você tem que olhar os bailarinos e cada feição deles é diferente, cada tipo de força que eles colocam nos movimentos é diferente. E é algo muito diferente para qualquer pessoa, digamos assim.
Foster: Exatamente. Primeira coisa, Alexia, eu gostaria que você nos contasse... está bom gramaticalmente?
Alexia: Está certo.
Foster: Oba! Então, primeira coisa, Alexia, eu gostaria que você nos contasse um pouquinho sobre o edifício, sobre o Theatro Municipal, porque é um edifício lindo!
Alexia: O Theatro Municipal é um dos edifícios mais bonitos do Rio de Janeiro. Eu sou muito suspeita de falar porque eu nasci lá praticamente. Minha mãe era bailarina e cada final-de-semana eu estava lá. Ela já não dançava mais, mas como ela sempre foi uma pessoa conhecida lá dentro, as amigas bailarinas continuavam lá quase todo final-de-semana...
Foster: E você é bailarina também! Ela dança muito bem.
Alexia: Eu não sou igual a uma bailarina profissional. Eu nunca segui profissionalmente. Mas, eu dancei de dois anos de idade aos vinte anos de idade. Hoje eu tenho 26.
Foster: Ainda tenho dificuldades em imaginar você dançando com dois anos de idade.
Alexia: Ah, com dois anos, você começa a aprender a postura. Eu acho o balé muito legal pela disciplina que ele te dá, né? Então, você desde pequenininha você entende que dentro da sala de aula tem a professora ou o professor que você tem que seguir e o pianista que está ali do lado porque é ele quem vai te dar o tom de começar. Então você tem duas pessoas ali que você tem que seguir, você não pode desobedecer. Então, o balé, a primeira coisa que te dá é disciplina. Bom, mas voltando sobre o Theatro Municipal, o prédio em si, ele foi inaugurado em 1909 aqui no Rio.
Foster: Quer dizer, mais de cem anos de idade?
Alexia: É.
Foster: Bem antigo.
Alexia: Muito antigo.
Foster: É muito lindo!
Alexia: Logo olhando para ele, você começa a ver todas as simbologias. Porque o Rio de Janeiro teve uma época que queria ser igual a Paris. Então foram feitos os boulevards, os edifícios, então o Centro da Cidade tem muito isso. E os antigos prédios do Centro da Cidade que são o Theatro Municipal, Câmara de Vereadores, Biblioteca Nacional, todos esses foram construídos na mesma época e foram inaugurados na mesma época também. Então eles levam muito uma arquitetura de 1900 e alguma coisa, de 1800 e tanto! E ele acabou de ser... como é que se diz? Restaurado!
Foster: É, restaurado.
Alexia: Então está lindo demais! Está algo incrível! E assim que você entra, você já é tomado por uma energia completamente diferente. Todo mundo super bem arrumado, todo mundo interessado no que vai acontecer ali dentro...
Foster: É uma coisa, gente! É um espetáculo!
Alexia: É um programa completamente...
Foster: Então, voltando para o espetáculo mesmo. Como é que foi o espetáculo?
Alexia: Foram dois atos, com dois diferentes balés. Um tinha orquestra e o outro, não.
Foster: Orquestra ao vivo, que foi super, hiper, mega legal!
Alexia: É muito bonito ver todos os instrumentos compondo juntos!
Foster: Dá um sentimento de...
Alexia: O que eu acho mais bonito é, por exemplo, quando estão os bailarinos lá em cima, ou a bailarina principal, ou a primeira bailarina ou o primeiro bailarino, eles acompanhando a música e o maestro sempre de olho neles. Então se a bailarina sem querer erra alguma coisa ou então aumenta o ritmo ou diminui o ritmo - assim como o bailarino -, o maestro está lá como um time. Então se todo mundo não estiver junto, o espetáculo não vai. Então é um grande trabalho em grupo. É algo muito bonito de se ver. E a gente foi assistir dois balés modernos. Não foram os clássicos, foram modernos. Da Cecília Kerche dançando. Ela acabou de se apresentar, que é a prima bailarina do Rio de Janeiro hoje em dia. Ela se aposentou na quarta-feira passada. A gente assistiu a uma das últimas apresentações dela.
Foster: É, a gente teve um pouco de sorte.
Alexia: Ela é uma mulher incrível! E foi também bom para quem nunca tinha ido como Foster, de amar uma nova arte, de descobrir uma nova arte e poder ver que não é uma coisa chata. E o Theatro Municipal se vestir inteiro. Ver um bando de gente dançando e mexendo a perna e voltar para casa. Não é isso?
Foster: Eu tenho que admitir que eu estava com um pouquinho de medo que iria ser alguma coisa chata. Eu adoro música. Eu sou músico. Mas, adorei!
Alexia: Que bom!
Foster: Sensacional. Agora eu tenho uma coisa que eu vou adorar para a vida inteira.
Alexia: E em qualquer lugar do mundo que você for, das grandes cidades, você sempre vai ter alguma apresentação de balé. Se você for a Nova York, Paris, Itália.
Foster: Exatamente. Então qual seria a lição da história?
Alexia: Sempre esteja aberto a novas experiências.
Foster: Tá. Isso pode ser bem...
Alexia: Eu joguei!
Foster: Ela chutou e eu acho que chutou bem!