Listen on:
Foster: Então, hoje a gente vai falar sobre...
Alexia: Poços de Caldas, cidade de mineira.
Foster: Então, Alexia e eu acabamos de voltar de uma viagem em Poço de Caldas, que é uma cidade - como Alexia falou - que fica em Minas Gerais.
Alexia: Pertinho de São Paulo, a três horas e meia de São Paulo (Capital) de carro.
Foster: Então, Alexia, conta para nós um pouquinho da cidade, o que a gente estava fazendo lá. Tem uma moto passando... mas, conta para a gente um pouquinho sobre a cidade.
Alexia: Na verdade é a cidade do meu pai. Meu pai nasceu lá.
Foster: Bom, a cidade não é do seu pai, né? O seu pai não é o dono da cidade.
Alexia: Ele tem a chave da cidade! Bom, ele saiu de lá muito jovem. Ele saiu de lá com dois anos de idade e aí foi morar em São Paulo. E Poços sempre ficou na minha família como algo nostálgico de voltar. Porque é uma cidade pequena. Quer dizer, pequena? É uma cidade média, né?
Foster: Você sabe quantos habitantes tem?
Alexia: Infelizmente, não, mas é fácil a gente procurar.
Foster: Eu acho que tem 300 mil!
Alexia: 300 mil? Será que já é isso tudo?
Foster: Eu acho que sim. Quer dizer, é uma cidade pequena, mas não é uma cidade tão pequena!
Alexia: Não, não é uma cidade... peraí, gente, eu estou digitando enquanto eu falo! Fica difícil! Quantos habitantes tem em Poços de Caldas.
Foster: Essa é uma pesquisa que a gente deve fazer antes de gravar.
Alexia: 148.722 em 2010.
Foster: Então agora será uma pouco mais. Mas, quer dizer, é uma cidade normalzinha de tamanho.
Alexia: Comparado com São Paulo e Rio de Janeiro, é uma cidade pequena. Comparado com as outras cidades do interior do Brasil, é uma cidade média.
Foster: Uhum
Alexia: Poços de Caldas é conhecida pelas águas termais vulcânicas!
Foster: O que é uma água termal?
Alexia: Água termal... bom, Poços foi uma cidade feita entre vales, porque antigamente existiam vulcões ali e depois, enfim...
Foster: Vales quer dizer o quê?
Alexia: Pequenas montanhas.
Foster: Tá.
Alexia: Tá? Enfim, por ter tido tido... como é que se diz? É coisa vulcânica!
Foster: Magma? Lava?
Alexia: Não. Não é reação vulcânica.
Foster: Eu acho que não precisa explicar isso.
Alexia: Precisa por causa das águas termais. Eu preciso explicar por causa disso. Então lá tem águas termais que as pessoas quando... enfim, meu pai tem 70 anos. Quando ele tinha dois ou três anos de idade, minha vó levava ele para lá para mergulhar nessas águas.
Foster: Ah, é? Mas, então são sujas?!
Alexia: Então, dizem que não. Por causa das substâncias das águas termais, ela cura qualquer doença de pele, gripe, o que for. Eu não sei se é uma lenda ou se é verdade porque eu nunca pisei, nem entrei.
Foster: Mas, tem alguma conexão católica, alguma coisa assim?
Alexia: Não. É simplesmente a natureza.
simplesmente. Simply. I just love this word because of the extra ‘s’ in the middle. The English brain wants to remove it, but I find it endearing.
Foster: Ótimo! Que interessante, né?
Alexia: Você não foi, né? A gente acabou não indo.
Foster: Não fui.
Alexia: A gente tem que ir na próxima vez.
Foster: Então, o que mais tem de Poços de Caldas de turismo?
Alexia: Tem um Cristo!
Foster: Tem um Cristinho!!
Alexia: Que o Foster apelidou de Cristinho. Porque ele é muito pequenininho comparado com o Cristo Redentor do Rio de Janeiro.
Foster: Mas, é basicamente a mesma coisa do Rio. O Rio de Janeiro tem o Cristo Redentor, que todos sabem o que é.
Alexia: Uma das sete maravilhas do mundo!
Foster: Mas, lá em Poços é muito menor.
Alexia: Muito, muito, muito mesmo. E é muito legal porque você pode ou pegar o teleférico... que fica no centro da cidade para subir até a montanha. Você faz esse passeio ou você vai de carro.
Foster: Mas, Alexia não gosta do teleférico porque ela tem medo.
Alexia: Não. Eu tenho medo de altura. Quer dizer, eu tenho mais medo do teleférico em si. E a fila é muito grande para entrar. E o passeio de carro é muito bonito. Você sobe a montanha e de todos os lados tem mata, é muito bonito.
Foster: É bonito. Então, lá em cima da cidade, você tem uma vista panorâmica muito bonita da cidade.
Alexia: Dá para ver as represas. O que é uma represa?
Foster: É quando a água fica presa, tipo, um rio está represado?
Alexia: Uma represa é feita ou para contenção de água...
Foster: Em inglês é um 'dam'.
Alexia: 'Dam', galera. Ou é feita para alimentar a cidade de água, né?
Foster: Enfim, lá em cima tem também mais o quê para fazer?
Alexia: Tem o paraglider! Paraglider em inglês é paraglider!
Foster: Paragliding!
Alexia: Paragliding. Fica num lugar bem alto, obviamente.
Foster: É super legal! É o máximo!
Alexia: É lindo. A vista é para um vale cheio de plantações, cheio de árvore. A gente foi em uma dia perfeito, que tava friozinho e com vento.
Foster: Estava ventando.
Alexia: Um primo meu saltou, ficou sobrevoando a gente. É muito bonito.
Foster: É bem legal. Mas, é um pouquinho caro também (200 reais).
Alexia: É.
Foster: Mas, enfim, uma das coisas mais interessantes para mim... você tem mais alguma coisa para falar?
Alexia: É a Pedra Balão! Você não falou da Pedra Balão porque você estava morrendo de fome e morrendo de sede na Pedra Balão.
Foster: Então conta o que é.
Alexia: A Pedra Balão simplesmente é uma pedra que parece um balão. E é usada pela cidade como um outro ponto turístico. E é importante para mim porque tinham várias fotos da minha família lá, da minha tia-avó, do meu avô, do meu pai pequenininho. Só por causa disso.
Foster: É, foi muito legal. E também tem o Recanto do Japonês, que também é um lugar para relaxar com cachoeira...
Alexia: Você não foi no Recanto Japonês. A gente foi na Fonte dos Amores.
Foster: Ah, isso! Fonte dos Amores.
Alexia: A história é tipo Romeu e Julieta, um amor impossível que acabou levando a menina eu acho para essa cachoeira, essa fonte, e ela acabou se jogando lá de cima. E o menino não conseguia viver sem ela e acabou se matando também para os dois viverem um grande amor juntos.
Foster: É, que bonito, né? Agora, é o quê? Agora tem cachoeiras, têm placas sobre a história...
Alexia: Têm alguns dizeres em volta, têm dois poemas e tem uma estátua dos dois, que está cheio de borboletas em volta. Estava cheio de quê?
Foster: Butterflies! Borboleta é uma palavra que não consigo falar em português. É tão difiícil.
Alexia: Bor-bo-le-ta.
Foster: Bor-bo-le-ta.
Alexia: Isso.
Foster: Então, além dos lugares bonitos que Poços de Caldas tem, uma das coisas interessantes para mim pessoalmente é uma cidade pequena do interior de Minas. Então é bem diferente o jeito que as pessoas falam. É diferente. Os sotaques são diferentes, a comida é diferente. E, como um gringo lá, não vi mais um gringo, acho que eu era o único gringo que estava lá.
Alexia: Eu acho também.
Foster: Talvez tenha mais um, sei lá. Mas...
Alexia: Mais um perdido naquela cidade.
Foster: Mas, foi uma experiência para mim! Foi tão legal! Ficar bem fora da minha zona de conforto...
Alexia: Conforto. Zona de conforto. Eu sinto a mesma coisa com Poços. A gente tem o privilégio de ter várias casas para a gente ficar lá. São as casas dos meus primos. E a gente ficou numa casa linda no alto de uma montanha. Calmo na hora de dormir, calmo na hora de sair. Se você quiser andar pela cidade três horas da manhã você pode! Isso para a gente que mora aqui é uma coisa muito difícil. E a gente teve muita sorte porque num dos últimos dias que a gente estava por lá, a gente foi tomar um café de manhã num lugar chamado Café Concerto.
Foster: Que é muito bonito.
Alexia: É lindo! É um café numa casa toda de vidro, que eles botam as mesinhas e cadeiras para o lado de fora. E tinha uma banda tocando blues no meio do café.
Foster: Na verdade, tem muita música em Poços. Também tinha uma noite em que a gente estava na rua e tinha uma banda de blues também.
Alexia: Então, aí no mesmo dia que a gente saiu à noite, a gente assistiu à mesma banda que estava ensaiando com a gente de manhã.
Foster: Mas, foi um show da hora!
Alexia: Foi o máximo! Não, um showzaço com cerveja artesanal sendo vendida no nosso lado.
Foster: Cerveja boa e um cara tocando gaita. Foi super legal! Massa!
Alexia: E a criança tocando gaita super bem.
Foster: Aquilo foi muito legal.
Alexia: Não, um talento absurdo! Mas, Poços tem uma coisa. Tudo se concentra em torno de algo. Então esse shows e os eventos se concentram em torno do Palace. O que é o Palace? É o hotel da cidade. E Poços há muito tempo mesmo era conhecida como um lugar de apostas porque tinha um dos cassinos mais legais, luxuosos e bonitos do Brasil, quando o jogo de aposto ou de sorte era... como é que se diz?
Foster: Legal? Legalizado.
Alexia: Isso. Porque agora não é mais.
Foster: Então, agora o cassino não está funcionando.
Alexia: Não, ele só funciona para lugar de eventos, como um grande salão de eventos.
Foster: Então, tem muita coisa para fazer e ver em Poços, mas a última coisa que e quero ensinar, é... me dá um exemplo do sotaque mineiro?
Alexia: Ahhh, bom, vocês já repararam que o meu 'R' é puxado para carioca. Então é 'Porrrque', né? O sotaque mineiro do interior é... "PoRRRque". É com esse 'R' puxado.
Foster: Oi, amoRR!
Alexia: É, 'Oi, amoRR'.
Foster: Eu acho muito bonito, mas tem muita gente aqui no Brasil que faz piada sobre o sotaque.
Alexia: Como faz piada do carioca também!
Foster: É, também. Mas, é um pouquinho caipira.
Alexia: É caipira. Mas, por exemplo, você passa na rua e as pessoas se cumprimentam e falam: "Tudo bão? Bão, e você?!".
Foster: Tudo bão?! Então, gente, eu recomendo Poços de Caldas muito para vocês, se vocês querem conhecer um lugar menos conhecido, né?
Alexia: É um lugar romântico, um lugar bonito, um lugar familiar, para todos os tipos e idades.
Foster: Exatamente! Mais alguma coisa, Alexia?!
Alexia: Não. Se vocês quiserem perguntar alguma coisa com Poços de Caldas, mandem um e-mail para a gente.
Foster: É, manda um e-mail e fala com Alexia. Liga para ela! Vocês estão em casa! Tá bom?!
Alexia: Tchau, gente! Beijos!
Foster: Tchau, gente! Beijo!